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Crise dos chips: Renault deixará de fabricar 500 mil carros

Com a redução de modelos fabricados, a empresa quer controlar os gastos e evitar perdas

Avatar do(a) autor(a): Jorge Marin

schedule23/10/2021, às 06:00

Crise dos chips: Renault deixará de fabricar 500 mil carrosFonte:  Renault 

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A montadora Renault, que já interrompeu sua produção três vezes neste ano no Brasil, encontra-se às voltas com sérias dificuldades na manufatura dos seus veículos por causa da escassez global de chips semicondutores. Depois que a Reuters divulgou uma estimativa de redução de 300 mil unidades em 2021, a diretora financeira da empresa, Clotlide Delbos, veio a público nesta sexta-feira (22) e disse que o corte será de 500 mil veículos.

Falando a uma plateia de analistas, Delbos afirmou que, embora bem mais profundos do que era previsto anteriormente, os cortes não irão comprometer as perspectivas de lucros, graças aos cortes de custos e a estratégia de concentrar a produção em modelos mais caros. Elevar preços e suspender, ou cortar, a produção tem sido uma prática comum entre fabricantes do mundo inteiro face à ausência do componente eletrônico, hoje fundamental na produção.  

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Fonte: Renault/ReproduçãoFonte: Renault/Reprodução

A Renault explicou que a prática de preços mais altos nos carros mostrou que, embora as vendas globais tenham caído 22,3%, a receita do terceiro trimestre caiu 13,4%. O faturamento total foi de € 8.98 bilhões (R$ 60 bilhões) contra € 10,37 bilhões no mesmo período no ano passado. 

Delbos disse que a Renault decidiu antecipar para as próximas semanas uma redução de custos de € 2 bilhões inicialmente prevista para o final de 2022. Isso permitirá que a empresa tenha fluxo de caixa positivo já neste ano no seu negócio principal, eliminando a dependência de terceiros para suas necessidades de capital de giro. Parte dessa meta foi cumprida com a ajuda do RCI Banque, seu braço financeiro, que injetou dividendos de € 930 milhões.

Sobre a escassez de chips, Delbos disse que pode ocorrer uma redução até dezembro, devido ao fim de um lockdown por covid-19 na Malásia. No entanto, os fornecimentos ainda permanecerão restritos durante grande parte do próximo ano, estima a executiva.