Após uma recomendação expressa do Ministério da Defesa da Lituânia para que consumidores do país jogassem fora smartphones chineses, pois os mesmos teriam recursos de censura embutidos, a Xiaomi se manifestou na manhã desta quarta-feira (22) em uma declaração enviada ao site Android Authority.
Na nota, a fabricante chinesa garante que seus dispositivos "não censuram as comunicações de ou para seus usuários", e que a empresa "nunca restringiu ou bloqueará qualquer comportamento pessoal de nossos usuários de smartphones, como pesquisa, chamada, navegação na web ou o uso de software de comunicação de terceiros".
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No entanto, a declaração oficial não nega, em nenhum momento, que os dispositivos da empresa possuem recursos para censurar remotamente informações, como afirmam as autoridades lituanas, ou que tenham listas de palavras-chave previamente bloqueadas, como "Tibete livre", "vida longa à independência de Taiwan" ou "movimento pela democracia".
O que diz o governo da Lituânia?
Fonte: Seimas_litauensparlament./Wikimedia Commons/ReproduçãoFonte: Seimas_litauensparlament./Wikimedia Commons
A polêmica teve início na terça-feira (21), com uma reportagem da Reuters em que o órgão governamental de segurança cibernética da Lituânia afirma, em um relatório, que alguns celulares fabricados na China possuem a capacidade de detectar e censurar remotamente certos termos específicos. Na lista, foram citados especificamente o Xiaomi Mi 10T, o Huawei P40 e o OnePlus 8T.
É importante observar que o relatório afirma que a suposta filtragem de conteúdo foi desativada por padrão nos telefones da Xiaomi vendidos na Lituânia e na União Europeia, pois seria destinada presumivelmente aos consumidores chineses. Mas os especialistas de Vilnius garantem que a tal função pode ser ativada remotamente a qualquer instante.
A divulgação do arquivo de censura, chamado no relatório de "MiAdBlocklist", o que sugere mais afinidade com aplicativos de anúncios, ocorre em um momento de tensão entre os governos das duas nações, que azedou depois que a China determinou a retirada do embaixador lituano de Pequim, após a abertura de um escritório diplomático de Taiwan em Vilnius.
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