Apple teria ignorado 'crimes trabalhistas' na produção de iPhones
Segundo ex-funcionários, a empresa teria ignorado o fato para “evitar atraso em seus lançamentos”
10/12/2020, às 12:30

Fonte: Getty Images/Reprodução
Imagem de Apple teria ignorado "crimes trabalhistas" na produção de iPhones no tecmundo
Ex-funcionários da Apple acusam a empresa de usar fornecedores que violam as leis trabalhistas chinesas. Segundo o artigo do portal The Information, a companhia ignorou o fato por “não querer atrasos nos lançamentos e o aumento dos custos de produção”, tais como iPhones e iPads.
De acordo com as fontes, a gigante da tecnologia está ciente dos acontecimentos nas fábricas desde 2014. Contudo, não agiu para impedir que os parceiros ferissem as regras, pois os executivos teriam medo de que isso drenasse mais recursos.
Documentos provam que a Foxconn descumpriu as leis trabalhistas em várias ocasiões.
Em 2014, a China implantou uma lei trabalhista que exige que uma fábrica tenha no máximo até 10% de mão de obra temporária. Entretanto, a Apple sabe que o seu modelo de negócio impede que os fornecedores sigam essa regra.
Por exemplo, documentos provam que a fabricante Foxconn violou essa norma diversas vezes. Publicado em 2019, o relatório da China Labor Watch descobriu que 50% dos colaboradores da linha de produção de uma das fábricas eram temporários.
Além disso, as empresas parceiras da Apple costumam contratar diversos funcionários temporários meses antes do lançamento de um produto. Então, quando a demanda desacelera, cerca de dois terços dessas pessoas são demitidas.
Trabalhadores da Pegatron Corp., parceira da Apple, em uma fábrica em Xangai.
Resposta da Apple
Após a publicação do artigo do portal The Information, a Apple divulgou um comunicado sobre as acusações. Assim, a companhia buscou esclarecer algumas questões:
“Os direitos no local de trabalho são direitos humanos. Assim, nosso código de conduta com fornecedores é o mais forte do setor de tecnologia e se aplica igualmente a todos em nossa cadeia de suprimentos”, destaca a nota.
“Ocasionalmente, as fábricas usam mão de obra temporária e monitoramos isso de perto para garantir que sigam o nosso código. Onde encontramos problemas, trabalhamos em estreita colaboração com o fornecedor em planos de ação corretiva”, conclui.
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