Análise: Kobo Glo [vídeo]

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Em setembro de 2012, a Kobo anunciou três novos modelos de seu leitor digital: o Kobo Arc, que roda Android, o Kobo Mini, com tela de apenas 5 polegadas, e o Kobo Glo, com uma tecnologia de iluminação própria.

O terceiro aparelho chegou ao Brasil pela Livraria Cultura na metade de janeiro deste ano, por R$ 449, com a missão de desbancar tablets de baixo custo e seu principal concorrente, o Kindle Paperwhite, da Amazon. Mas será que o Kobo Glo consegue se equiparar ao “primo rico” e se tornar uma opção viável de leitor digital?

Aprovado

Design compacto e leve

Seguindo o padrão dos e-readers mais atuais, o Kobo Glo apresenta um design que o torna bastante confortável de ser usado. Apesar de ter o mesmo tamanho de tela do concorrente da Amazon, ele economiza nas bordas, ficando mais compacto.

(Fonte da imagem: Divulgação/Kobo)

Por outro lado, ele é também mais “rústico”, quadrado, até mesmo genérico, sem as curvas elegantes do Kindle Paperwhite. Já a parte traseira é realmente um destaque, com as já características linhas em diagonal. De qualquer forma, ele pode ser tranquilamente segurado em todas as posições e com apenas uma das mãos.

Os botões físicos são apenas dois e estão muito bem posicionados no topo do aparelho – e ambos são bastante úteis, já que servem para travar ou desligar o gadget a partir de uma “trava” especial e para ligar automaticamente a iluminação.

Com apenas 185 gramas, o Kobo Glo é um pouco mais leve que o Kindle Paperwhite, que tem 212 gramas. A diferença pode parecer mínima, mas é só segurar o aparelho para perceber um conforto ainda maior ao movimentá-lo para todos os lados. Ele não cansa a mão em nenhum momento e pode até ser carregado em um bolso grande sem chamar muito a atenção.

Luz no começo, meio e fim do túnel

Para fazer com que você fique grudado nos livros tanto durante o dia quanto à noite, o Kobo Glo conta com um sistema de iluminação própria. A tecnologia ConfortLight emite uma luz que sai pela parte de trás da página e que consegue distribuir todo o brilho de maneira bastante uniforme, sem fazer com que ela “vaze” para fora da página e incomode os olhos do leitor.

A sensação de leitura é a mesma na rua, no quarto ou na praia. (Fonte da imagem: Divulgação/Kobo)

O botão físico é uma grande adição: apesar de poupar apenas alguns segundos do leitor, ela se mostra um atalho bastante interessante. Em comparação ao Kindle Paperwhite, essa iluminação é mais intensa e com uma coloração levemente mais azulada, enquanto o concorrente se mostra mais natural. Ainda assim, ela é igualmente eficiente em todos os tipos de ambientes, sem cansar a vista mesmo em um quarto sem um mínimo de luz.

Personalização total

Uma ótima ferramenta oferecida pelo Kobo Glo é a chance de você personalizar a fonte do texto do jeito que quiser, quase como se estivesse lidando com um editor de textos. Nos formatos tradicionais de e-book, como EPUB, é possível alterar o tipo e o tamanho da fonte do texto (escolhendo uma entre várias alternativas), ampliar ou reduzir o espaçamento entre as linhas, eliminar ou estender as margens e deixar a página justificada ou alinhada para a esquerda.

(Fonte da imagem: Divulgação/Kobo)

Já os livros podem ser organizados por autor, data de compra ou ordem alfabética. Você pode até nem ligar para essas opções durante a leitura, mas muita gente deve utilizá-las constantemente – e isso mostra a preocupação da fabricante em oferecer um produto altamente personalizável.

EPUB

Uma das maiores críticas em relação à Amazon é que a gigante “prende” os consumidores aos formatos de sua loja, impedindo o acesso a muitos e-books de qualidade. No Kobo Glo, o formato EPUB é liberado e se adequa muito bem ao aparelho. Outras extensões suportadas são PDF, MOBI, JPEG, GIF, PNG, TIFF, TXT, HTML, XHTML, RTF, CBZ e CBR.

Bateria

O Kobo Glo tem uma bateria de respeito: em nossos testes, foram algumas horas de uso contínuo, experimentando menus, fontes, livros e níveis de iluminação diferentes. Ainda assim, a porcentagem da energia caiu menos de 5%, provando que, com um uso bastante regulado e apenas para leitura, é possível passar até um mês sem conectar seu aparelho no carregador.

(Fonte da imagem: Divulgação/Kobo)

O fator Brasil

Ter acesso a um produto de maneira imediata em uma série de lojas e por um preço fixo são dois fatores bastante importantes na hora de comprar um eletrônico. Nisso, o Kobo Glo dá um banho no Kindle Paperwhite: ele pode ser encontrado em lojas físicas de quase todo o Brasil e comprado online com entrega em poucos dias úteis, enquanto o concorrente é importado.

A Livraria Cultura acertou em cheio ao trazer os modelos de Kobo para o Brasil, ganhando um público que deve se tornar fiel à marca e possibilitando a venda imediata. O preço é um pouco salgado, é verdade, mas são R$ 449 bem gastos para quem não quer um tablet e deseja ingressar nos e-readers.

Reprovado

Teclado virtual

Na hora de pesquisar palavras no meio de livros ou pesquisar obras na livraria digital do Kobo, é preciso usar o teclado virtual oferecido pelo aparelho – e, para isso, é necessário ter muita paciência.
O touchscreen em si não é ruim para virar as páginas e navegar pelos menus do aparelho, mas se mostra bastante defasado na hora de digitar letra por letra: em vários momentos, você jura que pressionou o botão no local correto, mas o resultado correspondente não aparece na tela.

PDF

Ainda está para ser inventado um leitor digital que não implique com o PDF. O formato é extremamente popular na hora de salvar documentos oficiais e até livros completos, mas continua sendo mais indicado apenas para o computador. No Kobo Glo, a história não é diferente: a fonte é minúscula e o zoom distorce as letras, fazendo com que a experiência de leitura esteja longe de ser agradável.

Loja de e-books

Veja bem: a loja virtual do Kobo não é ruim. O acervo é cheio de lançamentos e, em questão de preços em comparação com as concorrentes, a variação é muito pequena para mais ou para menos. O problema é que a Amazon, que já está no ramo há mais tempo, ainda é a campeã disparada na área.

(Fonte da imagem: Divulgação/Kobo)

Além disso, a seção de livros à venda pelo aparelho não indica qual o preço da obra, contando apenas com um botão “Buy now” (“Compre agora”), dando a sensação de que o consumidor está obtendo uma informação incompleta, já que é preciso clicar no ícone da compra para saber o quanto você vai gastar.

Vale a pena?

Comparar o Kobo Glo com o Kindle Paperwhite é inevitável: ambos têm uma tela de mesmo tamanho e apostam na iluminação própria como principal característica. Analisado separadamente, entretanto, o Kobo Glo é um bom aparelho, que pode ser comprado sem medo por quem quer iniciar nos e-readers ou já vem de um modelo anterior da mesma marca.

Ainda assim, apesar de pecar gravemente no quesito venda direta para o Brasil, o Kindle Paperwhite é um e-reader com algumas características superiores, como a sensibilidade da tela ao toque e a excelente loja virtual da Amazon.

Mas se você procura conforto na compra (pagar e receber o aparelho imediatamente e sem cobranças inusitadas da Receita Federal, por exemplo), o Kobo Glo é uma alternativa mais que recomendada de leitor digital, se mostrando um produto de qualidade (ele é ainda melhor que o Kobo Touch) e acessível ao consumidor brasileiro que deseja ingressar ou aumentar a experiência na tecnologia dos e-readers.

Fontes

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