Apresentações intimistas em meio a um escritório com estantes, mesas e fãs que podem acompanhar seus artistas preferidos de perto, como se estivessem fazendo música com um grupo de amigos. Assim é o Tiny Desk, sucesso nos Estados Unidos que ganhou uma versão brasileira em 2025 — e acabou até apelidado de “Mesinha Brasil”.
O formato com shows curtos e que já recebeu alguns dos maiores nomes da música mundial, bem como novos talentos, é um espaço dedicado a performances mais “cruas”, sem efeitos e edições. Como resultado, recebe milhões de visualizações a cada episódio transmitido via YouTube.
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O que é o Tiny Desk Brasil
O projeto é baseado no Tiny Desk, que existe desde 2008 e foi criado pela National Public Radio (NPR), organização de mídia sem fins lucrativos sediada em Washington, D.C. (EUA). O programa tem grande audiência entre brasileiros e, inclusive, já recebeu representantes da música nacional.
A edição brasileira é feita pela produtora de conteúdo audiovisual Anonymous Content Brazil, em parceria com o YouTube. Foram realizados 10 shows, gravados no escritório do Google em São Paulo (SP) e exibidos no canal do programa na plataforma de streaming.
De acordo com os produtores, o objetivo é capturar a energia de uma performance ao vivo, aproveitando a música em seu estado natural, assim como a criatividade e a autenticidade dos artistas. Ao “cantar no escritório”, os participantes mostram como se saem longe de grandes produções.
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Tiny Desk Brasil e o formato original da NPR
As versões gravadas no Brasil e no estúdio da NPR são semelhantes, tanto no formato quanto no visual. Há regras a serem seguidas, começando pela exibição como a apresentação foi gravada, sem efeitos sonoros ou edição que resulte em mudanças drásticas no registro ao vivo.
Quem se apresenta não pode usar amplificação nos instrumentos — a exceção fica por conta dos elétricos, de maneira reduzida — nem na voz, com a gravação captando o som ambiente. Além disso, os monitores de ouvido não são permitidos, assim como metrônomos eletrônicos.
Há exigência, ainda, quanto à disposição da banda no cenário do escritório, que tem área de aproximadamente 3 m x 4 m, o que pode levar a adaptações dos participantes, e aos tipos de microfones para voz e instrumentos. Obrigatoriamente, devem ser os mesmos do programa original.
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Outra regra que os produtores não abrem mão é em relação à duração do show no Tiny Desk. A média é de 20 minutos, incluindo tanto as músicas quanto as conversas com a plateia, que varia de 50 a 250 pessoas, somando convidados e a equipe de gravação.
Trata-se de uma adaptação fiel à série original, com pequenas diferenças na montagem do cenário. Mas o foco nos artistas convidados é outro, com a versão brasileira valorizando a cultura local, enquanto a americana mira estrelas globais e nomes em ascensão de diferentes nacionalidades.
Primeiras edições e artistas inaugurais
O cantor João Gomes foi o convidado da estreia do Tiny Desk Brasil. Em uma apresentação disponível no YouTube, ele mostra sucessos como Meu Pedaço de Pecado e Dengo, entre outras canções famosas da sua discografia, com arranjos diferentes do tradicional.
No segundo episódio, os convidados foram a banda Metá Metá e o cantor Negro Leo, que se apresentaram juntos pela primeira vez. Já a terceira edição teve o cantor Péricles e é, até o momento, a que conta com mais visualizações no canal, chegando a mais de 4,4 milhões de reproduções.
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Há, ainda, as apresentações da cantora Céu, Ney Matogrosso, Tássia Reis, Sandra Sá, Arnaldo Antunes e Tim Bernardes. Para quem tem dúvida sobre onde assistir ao Tiny Desk Brasil, basta acessar o canal do programa no YouTube para ver os shows gravados no escritório do Google em São Paulo.
Com o sucesso das primeiras edições da versão nacional, é possível que novas temporadas sejam lançadas, mas ainda não há confirmação oficial a respeito de mais episódios inéditos no Brasil.
O Tiny Desk é um escritório real?
Outra dúvida comum entre os fãs dos vídeos musicais que mostram artistas se apresentando no escritório é se o local de gravação existe ou foi montado para o programa. E a resposta é sim, se trata de um escritório real na sede da NPR, na capital americana.
De acordo com a rede pública, o cenário original é parte da redação da NPR. A mesa vista nas gravações, junto com as estantes de livros e os demais objetos, era utilizada pelo músico Bob Boilen, que apresentava um dos principais programas da emissora e é cocriador do Tiny Desk.
Boilen também foi responsável pela curadoria de grande parte das edições do programa original, junto com a sua equipe, e auxiliava na produção. Ele se aposentou da NPR em 2023, após 35 anos trabalhando na organização.
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A proposta acústica do Tiny Desk Brasil
Propondo uma experiência musical crua e intimista, que tem como foco a essência do artista e a qualidade do som ao vivo, a série traz, em sua maioria, apresentações no formato acústico ou semi-acústico, embora isso não seja regra. A ideia é fazer os cantores repensarem suas músicas, trazendo arranjos inusitados.
Com isso, muitas pessoas comparam o Tiny Desk ao Acústico MTV, programa que fez sucesso em décadas passadas. Originalmente chamado MTV Unplugged, estreou no final dos anos 1980, nos EUA, convidando artistas e bandas a se apresentarem sem qualquer instrumento elétrico.
Assim como o clássico programa do canal musical, o “Acústico MTV da era moderna” inclui cláusulas que permitem aos participantes lançarem discos com suas performances ao vivo. Porém, eles devem seguir as mesmas regras, sem qualquer tipo de edição, trazendo a apresentação na íntegra.
A origem do Tiny Desk
Presentes ao festival South by Southwest de 2008, Boilen e o editor musical da NPR, Stephen Thompson, se depararam com a cantora Laura Gibson desanimada em um bar de Austin, no Texas. Eles tiveram a ideia de convidá-la para se apresentar no programa All Things Considered, da emissora, em uma performance adaptada ao seu estilo.
O show curto de Gibson aconteceu no escritório de Boilen, sem nenhuma produção, foi filmado e transmitido no site da NPR. Nascia, assim, o projeto que, inicialmente, convidava somente artistas de passagem por Washington. Um ano depois, a série recebeu o cantor Tom Jones e começou a crescer, até a grande virada, em 2014.
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Na ocasião, o rapper T-Pain foi convidado para o Tiny Desk, porém com uma condição: se apresentar sem Auto-Tune, software que faz correções em vozes e instrumentos. Ele aceitou e o show foi um sucesso, devido à curiosidade de vê-lo sem a tecnologia, impulsionando o interesse pelo programa.
Desde então, a série musical se tornou fenômeno de popularidade, com artistas pedindo para participar do programa que teve a continuidade ameaçada em 2025, por causa de cortes feitos por Donald Trump atingindo a NPR. Mesmo assim, a emissora garantiu que os vídeos musicais estão mantidos.
Artistas famosos que passaram pelo Tiny Desk da NPR
São mais de 1.000 shows do Tiny Desk original, a maioria gravada no estúdio da NPR. Artistas brasileiros também participaram da versão americana e, inclusive, uma das raras exceções feitas longe da mesa de Boilen é a apresentação de Milton Nascimento e Esperanza Spalding, que teve a casa do cantor como cenário.
Confira alguns dos principais artistas que se apresentaram no Tiny Desk até o momento:
- Adele
- Dua Lipa
- Bono
- Coldplay
- Billie Eilish
- Bad Bunny
- David Byrne
- Robert Plant
- Ca7riel e Paco Amoroso
- Justin Bieber
- Tyler the Creator
- Harry Stiles
- Mac Miller
- Taylor Swift
- BTS
- Usher
- Ziggy Marley
- Turnstile
- Ed Sheeran
- Milton Nascimento
- Seu Jorge
- Rodrigo Amarante
- Bebel Gilberto
- Liniker
- Luedji Luna
Todos os vídeos musicais estão disponíveis no canal NPR Music no YouTube.
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