Fim do Google? Perplexity usa IA para buscas com mais contexto

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Imagem: Perplexity/Reprodução

Uma nova ferramenta de buscas foi lançada no final do ano passado e pode “desafiar” o império do Google. O Perplexity Ask é uma interface de pesquisa que usa GPT 3.5 e responde perguntas com mais precisão, chegando até mesmo a conversar com os usuários.

Para quem não conhece, o GPT 3.5 é uma das plataformas de inteligência artificial da OpenAI. Ele gera textos com respostas mais contextuais, parecido com o que um ser humano falaria caso fosse questionado sobre algo.

O modelo gerou frutos como o ChatGPT, que é uma versão aprimorada do GPT 3.5 e uma das ferramentas mais populares de IA da atualidade.

Os criadores do Perplexity explicaram que o sistema também utiliza o Microsoft Bing para pesquisar as respostas. Apesar de ser muito menos utilizado que o concorrente Google, o Bing oferece diversas possibilidades.

Além de milhões e milhões de resultados da internet, o Bing consegue buscar arquivos, conversas, documentos e muitas outras informações que estão no computador ou no Drive do usuário. Nenhuma destas funcionalidades está presente no Perplexity, porém (por enquanto).

Fazendo perguntas

É possível perguntar ao Perplexity, por exemplo, “quando o brasil foi descoberto e quando ele declarou independência?”. Em pouquíssimos segundos, o site retorna com uma resposta retirada de mais de uma fonte para as duas perguntas.

No resultado, a ferramenta mostra que retirou a frase de fontes como as páginas da Assembleia Legislativa de São Paulo e Wikipédia. Confira, abaixo, o resultado:

Perplexity

E apesar de a pergunta anterior ter sido respondida em inglês, o Perplexity também mostra respostas em outras línguas. Questionando o buscador sobre “qual o tamanho da população brasileira em 1977?”, por exemplo, ele retorna em bom português que “o censo demográfico do Brasil de 1977 mostrou que a população brasileira à época era de 113.939.886 habitantes”.

Logo na página inicial, o site oferece exemplos de perguntas populares que estão sendo realizadas. Uma delas é o “que faz um rosto de um homem ser atrativo?”. Na resposta completa, o site diz o seguinte:

“Estudos descobriram que uma combinação de características maduras e neotênicas [retenção de características da fase jovem na fase adulta] é a configuração mais desejável para rostos masculinos. Isso inclui mandíbula inferior grande, maçãs do rosto proeminentes, sobrancelhas grossas, olhos grandes e nariz pequeno”.

Perplexity

Buscas até no Twitter

Não são só buscas em sites sobre dúvidas genuínas que o Perplexity mostra. A plataforma ainda realiza pesquisas de termos, conversas e informações que estão dentro do Twitter — mesmo a rede social tendo um buscador interno.

Utilizando uma interface de buscas apelidada de “BirdSQL”, o buscador consegue procurar publicações específicas que citam até mesmo emojis.

É possível digitar termos como “tweets do Elon Musk sobre [emoji de foguete]”. A resposta elenca uma série de publicações do bilionário em que ele utilizou a imagem do foguete.

Perplexity

Os desenvolvedores do Perplexity ressaltam, porém, que todos os dados pescados do Twitter são de “informações publicamente disponíveis. Ou seja, tweets públicos, usuários, seguidores e curtidas”.

Atualizações e futuro

O Perplexity segue recebendo adições e novas features que prometem deixar o buscador ainda mais completo. Na última quinta-feira (19), a plataforma recebeu, de acordo com os desenvolvedores, o primeiro mecanismo de busca conversacional do mundo.

“Agora, você pode ler as respostas com fontes atualizadas e fazer perguntas complementares para se aprofundar. Em outras palavras, você pode conversar com seu mecanismo de pesquisa”, disseram os criadores do site.

Outra adição feita ao sistema é uma incrível seleção de banco de dados. A partir de parâmetros simples, o sistema pode entregar resultados de pesquisa em gráficos de todos os tipos. Os resultados ainda podem ser transformados em bibliotecas Ploty, que são dados em linguagens como Python e Javascript. O Google que se cuide.

Apesar das comparações e brincadeiras, o Google ainda é um colosso que demorará a ser superado. O site teve 92,8 bilhões de acessos em 2022, bastante acima do segundo colocado que foi o YouTube (com 76,5 bilhões). Os usuários ao redor do mundo realizam mais de 8 bilhões de pesquisas por dia.

O principal produto da Alphabet tem 91,9% de dominância do mercado, com o segundo colocado Bing comendo poeira (apenas 2,8%). Todos esses números fazem com que a plataforma esteja caminhando já seu 25º ano de existência (que será completado em 4 de setembro).

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