Deepfake é usado em app de namoro e engana mulher

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Uma reportagem da BBC publicada recentemente contou o curioso caso da cineasta francesa Yzabel Dzisky, que foi vítima de um golpista com tecnologia de deepfake em 2017. Solteira, ela tinha interesse em fazer um documentário sobre aplicativos de relacionamento, entrevistando pessoas aleatórias, e procurava potenciais participantes. Foi quando ela se deparou com o perfil de Tony Colbi, um cirurgião que vivia em Los Angeles (Estados Unidos) e pretendia se mudar para a França.

Desde o início das conversas, Dzisky e Colbi realizaram chamadas de vídeo, algumas de até 10 minutos. Ela relata que o mostrou para as amigas e a família, mas que o rosto na chamada não se movia muito na pequena tela do celular. Após certo tempo, Colbi revelou que seu nome real era Murat e ele havia escondido sua identidade por medo de suas raízes do Oriente Médio.

O homem anunciou que em breve iria visitá-la, mas que precisava ir a Xangai (China) primeiro. Ela recebeu uma ligação, na qual ele dizia estar em Xangai e pedia ajuda porque seus cartões de crédito não estavam funcionando. Após comprar os equipamentos médicos de que precisava, Murat voaria para encontrá-la em Paris.

(Fonte: Unsplash/Reprodução)(Fonte: Unsplash/Reprodução)Fonte:  Unsplash 

Surpresa por um cirurgião conhecido estar tendo problemas financeiros, Dzisky conversou com um amigo sobre o assunto. Ambos estavam desconfiados, mas ainda assim ela enviou 200 euros (cerca de R$ 1,2 mil) para o pretendente. Murat agradeceu a transferência e mostrou a passagem que o levaria para Paris. No entanto, ele nunca apareceu no aeroporto e parou de respondê-la.

A cineasta percebeu que havia caído em um golpe online em app de relacionamento, mais conhecido como catfish.

Deepfake em chamadas de vídeo

Quando Murat entrou em contato novamente, Dzisky utilizou o computador para vê-lo melhor. Na ocasião, ela identificou diversos sinais, como baixa qualidade da imagem, tela congelada, atrasos na conexão e o que seriam vários cliques de mouse no fundo.

O amigo da cineasta levantou a possibilidade de se tratar da tecnologia deepfake. Ao verem o vídeo do "Obama Deepfake", foi possível identificar os mesmos problemas da videochamada com Murat. Ao confrontá-lo sobre quem realmente era, ele disse que se chamava David, era um hacker de 20 anos da Nigéria e fazia parte de uma rede especializada nesse tipo de crime.

Dzisky então decidiu buscar o verdadeiro Murat e revelar que sua identidade havia sido roubada por um esquema de golpistas em aplicativos de namoro. O cirurgião, que teve seu nome real preservado, estava ciente das inúmeras contas falsas abertas em seu nome e aceitou encontrá-la pessoalmente para ajudar no documentário.

Fontes

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