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YouTube remove vídeos pagos por site de trapaças em lições e trabalhos

O EduBirdie é um serviço que 'aluga' profissionais para fazer desde lição de casa até uma tese completa

Avatar do(a) autor(a): Nilton Cesar Monastier Kleina

07/05/2018, às 06:47

YouTube remove vídeos pagos por site de trapaças em lições e trabalhos

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Imagem de YouTube remove vídeos patrocinados por site que escreve textos no seu lugar no tecmundo

Depois do caso Logan Paul, parece que o YouTube está mesmo mais combativo em relação a criadores de conteúdo que desrespeitam regras de anúncio ou veiculação de certos conteúdos. A mais nova ação tomada pela plataforma de vídeos foi remover centenas de postagens que tinham como anunciante um serviço bastante controverso.

Vários youtubers norte-americanos reclamaram de terem vídeos removidos por causa de propagandas de um serviço conhecido como EduBirdie. O site é uma plataforma em que a pessoa contrata o serviço de escritores e acadêmicos profissionais para escrever artigos, textos, dissertações inteiras ou apenas resolver um problema de matemática por você — tudo com o seu nome assinado no final, claro. Os anúncios não eram automáticos do próprio YouTube, e sim promoções pagas faladas pelos criadores de conteúdo durante os clipes.

Uma captura de tela.

A ação do YouTube veio depois de uma investigação da BBC, que revelou o fato de youtubers "estarem sendo pagos para venderem formas de trapacear". A contratação desse serviço não chega a ser ilegal, mas qualquer estudante ou pesquisador que for descoberto apenas colocando o nome em um trabalho feito por um terceiro pode ser punido ou até mesmo expulso de uma instituição de ensino.

Canais como o TwinzTV, que é dedicado a pegadinhas, teve 138 vídeos deletados por propagandas do EduBirdie. Outros estão editando as produções para remover apenas o segmento do anúncio. Já o AldosWorldTv colocou a culpa no próprio YouTube, alegando que a plataforma havia permitido até agora que o serviço fosse anunciado normalmente.

O lado do YouTube

Em um comunicado enviado ao site da BBC, o YouTube confirma a remoção. "Estaremos trabalhando com os criadores para que eles compreendam melhor que vídeos promocionais não devem promover atividades desonestas", diz o site.


Jornalista especializado em tecnologia, doutor em Comunicação (UFPR), pesquisador, roteirista e apresentador.