'Pac-Man da vida real' vai entrar em órbita para devorar lixo espacial

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Em órbita há cinco anos e lançado com o objetivo de fotografar o “brilho do ar” (fenômeno que ocorre devido à interação entre radiação solar e moléculas de oxigênio), o satélite SwissCube ainda opera normalmente. Mas o cubo suíço vai ser devorado em 2018. Ao menos é o que diz o Centro de Espaço e Engenharia EPFL. Sob o nome de CleanSpace One (CSO), a próxima missão da eSpace consiste na captura do pequeno satélite e conseguinte destruição do objeto voador.

A companhia suíça de exploração espacial não quer ver apenas o céu pegar fogo; é que a quantidade de lixo em órbita tem aumentado, e até a mais inofensiva das poeiras podem causar estragos violentos à velocidade de mais de 24 mil km/h. Dessa forma, o “Pac-Man da vida real” literalmente abocanharia o cubo e, então em queda livre, entraria em combustão durante viagem de volta à atmosfera terrestre.

O conceito da CSO é bastante simples. Mas a execução da missão requer um planejamento minucioso. “O SwissCube não é apenas um objeto de 10cm por 10cm difícil de se ver”, explica Cristophe Paccolat, estudante de PhD que trabalha junto do Laboratório Sinal 5 de Engenharia e Processamento Espacial. “Ele tem partes claras e escuras que refletem a luz solar de forma diferente”, comenta Paccolat.

Projeto de garra para captura do cubo foi substituído pelo sistema "Pac-Man".

Um erro de cálculo devido a interpretações equivocadas de trajetória e distância pode colocar tudo a perder, observa também Muriel Richard-Noca, chefe do projeto. “Basta um erro de captura do SwissCube para que o CleanSpace One seja se perca no espaço”, comenta a pesquisadora.

A solução “Pac-Man”

O projeto de codinome Pac-Man foi idealizado por estudantes de microengenharia da Universidade de Ciências Aplicadas de Geneva (HES-SO HEPIA). O sistema consiste em uma rede em forma de cone que, enquanto se arma, abocanha o cubo. “Esse mecanismo é mais confiável e oferece uma maior margem de manobra se levados em consta sistemas como uma garra ou mão articulada”, diz Michel Lauria, professor de tecnologia industrial da HEPIA.

Estimativas de referências acerca de sinais de luz e processadores de alto desempenho para a captação do pequeno satélite estão sendo desenvolvidos em esforço conjunto entre a universidade, a EPFL e diversas outras empresas privadas. O lançamento do CSO está agendado para 2018.

Fontes

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