Review Samsung Galaxy S21: somos otários?

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O Galaxy S21 é um smartphone excelente, mesmo sendo o modelo mais básico da família top de linha da Samsung deste ano. E independentemente do que mais eu disser nesse review, se você tiver dinheiro de sobra para fazer o que quiser sem pensar muito e estiver realmente afim desse celular, provavelmente vai ficar satisfeito com a sua compra.

Agora que eu passei duas semanas testando o novo Galaxy S21 sem gastar nada, eu poderia muito bem vir aqui e falar várias coisas ótimas que eu achei dele, algumas que não são tão boas assim, como a falta de um carregador, ou até mesmo falar que eu não compraria apenas por ser muito caro. Só que dessa vez, estudando sobre o aparelho pra fazer esse review, eu acabei me sentindo meio otário, e eu vou explicar o motivo para você.

Design

O design da família Galaxy S mudou bastante este ano, pelo menos na traseira. Já no anúncio eu não curti muito esse estilo com o módulo das câmeras se fundindo às laterais de um jeito que faz parecer que era para o celular ser mais espesso, mas resolveram cortar o resto fora. Agora que eu o peguei pessoalmente, isso ainda não me agrada, mas também não incomoda mais.

Balança um pouco na mesa, mas isso vale para quase qualquer celular hoje em dia. Já entre as opções de cores, o violeta com laterais e câmeras em bronze é a opção de que eu gostei menos. Os meus favoritos foram o cinza-escuro e o branco com prata, mas até o rosinha eu achei melhor que o violeta. De qualquer forma, isso é totalmente gosto pessoal e, nesse tempo que eu testei, encontrei várias pessoas que acharam ele lindo.

Ainda na traseira, a maior diferença do S21 para os irmãos Plus e Ultra é que ele é o único com plástico no lugar do vidro nessa parte. Só que, diferentemente do que aconteceu no Note20, que tem um plástico meio questionável, na minha opinião, nesse aqui a Samsung mandou bem e nem daria pra perceber a diferença colocando os dois lado a lado.

Mesmo segurando o celular, você só percebe que é plástico se prestar atenção. Outra coisa boa disso é que faz o aparelho ser mais leve ainda do que já seria por ser o menorzinho da família. Mesmo com a tela reta na frente, com esse tamanho, formato e leveza, ele tem uma pegada muito boa e bem confortável, mesmo usando com uma mão só. Ah, e ele continua tendo certificação IP68 contra água e poeira.

Tela

Sobre a tela, aqui a gente tem um painel AMOLED Dinâmico de 6,2 polegadas com taxa de atualização que varia de 48-120 hertz de acordo com o que você estiver fazendo para economizar energia. O S21 Ultra consegue de 10-120 Hz, mas em momento algum durante o meu uso eu percebi essas variações. Sempre que eu estava navegando ou jogando um game compatível, a tela estava a pleno vapor pra deixar os momentos fluidos e suaves.

Outra diferença é a resolução, que no Ultra seria Quad HD, mas aqui é Full HD, o que não quer dizer que nesse aqui é ruim. Mesmo quem vier de um dos S20 para o S21 provavelmente não vai notar a diferença, já que nos antecessores do S21 só dava pra aproveitar os 120 Hz se você limitasse a resolução a Full HD; na prática, vai dar na mesma.

E não é como se essa resolução fosse ruim aqui, já que, com os tamanhos dele e do Plus, ela ainda garante uma densidade de pixels boa o suficiente pra produzir imagens muito bem definidas. Ou seja, a diferença aqui é mais uma vantagem para o Ultra do que uma desvantagem para os outros dois. Fora isso, as cores continuam excelentes e o brilho também é ótimo.

Interface

O S21 vem rodando de fábrica a OneUI 3.1, que é a versão modificada do Android 11 da Samsung. Em comparação ao Ultra, a única diferença aqui é que os modelos menores não têm o suporte à S Pen, vendida separadamente. De resto, está tudo aqui, incluindo a interface responsiva e desenvolvida pra funcionar muito bem com uma mão só e todos os recursos tradicionais da coreana dos quais a gente já cansou de falar.

Tem o modo Dex sem fios, a integração com Windows, apps duplos e tudo o mais. O Samsung Pay continua presente, mas aqui vale avisar que todos os aparelhos da família S21 perderam a capacidade de funcionar com as maquininhas que só têm a função da tarja magnética. Agora, pagamentos apenas via NFC. É um problema pra algumas pessoas, mas não deve afetar a maioria.

Câmeras

As câmeras são pontos bem fortes aqui do S21. Ele vem com um sensor principal de 12 megapixels com f/1.8 e estabilização óptica, ultrawide também de 12 MP com abertura de 2.2 e ângulo de 120º, além de um telephoto de 64 MP com zoom híbrido de 3 vezes e digital de 30 vezes.

Durante o dia, as fotos são simplesmente excelentes em todas as câmeras, com ótimas cores, detalhamento e alcance dinâmico, que é basicamente o equilíbrio entre luz e sombras. E as câmeras dele não têm nenhum problema de foco que eu tenha notado. O modo retrato também está ótimo e o modo single take continua presente para fazer várias capturas diferentes de uma vez só.

Quem quiser usar a resolução máxima do sensor de 64 MP também pode fazer isso no botão que mostra a proporção das fotos, e aí você ganha bastante detalhamento para quando quiser fazer cortes nas imagens em troca de um HDR um pouco pior, mas em geral deixar no modo normal já rende fotos ótimas.

À noite, todas as câmeras no modo automático já fazem um bom trabalho, especialmente a principal, mas a ultrawide perde detalhamento e a telephoto ganha um pouco de ruído. Você pode ativar o modo noturno para tentar lidar melhor com isso, mas eu recomendo só fazer isso se tiver um tripé ou um apoio firme, porque, pelo menos comigo, as fotos no modo noturno frequentemente acabaram borradas por causa de tremedeira.

Nos vídeos, ele continua conseguindo fazer gravações em 8K a 24 frames por segundo, mas como quase ninguém tem TV ou monitor 8K ainda eu não vejo muito o ponto. Ele também grava com boa qualidade e estabilização em 4K a 60 fps, tanto na traseira quanto na frontal, e quem quiser mais estabilização na traseira conta com o modo Superestável, mas aí ainda limitado a Full HD a 60 fps.

A novidade da vez é o modo Visão do Diretor, que permite filmar com a câmera frontal e ir alternando com as traseiras no modo Picture in Picture ou com a tela meio a meio. Essa função é legal pra quem costuma produzir conteúdo, especialmente fazer tour de algum lugar, mas eu acho que seria melhor ainda se em vez de usar as câmeras pra fazer um vídeo só ele pudesse gravar com todas ao mesmo tempo em arquivos separados.

Já na frontal a gente tem um sensor de 10 MP e f/2.2. Durante o dia e a favor da luz, o resultado das selfies é bom, mas não chega a impressionar. O modo de embelezamento vem ativado por padrão, mas é fácil desativar se você quiser.

Contra luzes fortes de fundo, o resultado ainda é usável, mas a qualidade não fica muito legal. No escuro, o detalhamento cai e os ruídos aumentam, mas usando a tela como flash ainda dá pra fazer fotos boas. E o modo retrato frontal também está bem legal e traz várias opções de efeitos.

Desempenho

Agora vamos falar do hardware. Lá nos Estados Unidos, o S21 vem com o Snapdragon 888 da Qualcomm e tem algumas opções de memória, mas aqui no Brasil ele chega com o novo chip Exynos 2100 acompanhado de 8 GB de RAM e 128 GB de armazenamento.

Só os irmãos maiores têm opções com mais espaço. Além disso, nenhum dos modelos da família S21 vem com espaço para cartão microSD, então se 128 GB for pouco pra você, esse pequeno não vai servir. E ele também vem com um modem compatível com 5G, então vai faltar só a infraestrutura dessas novas redes realmente chegar aí na sua região.

Eu não tenho acesso à versão com o chip Snapdragon, então não posso falar por ela, mas, na minha experiência com esse aqui, o chip Exynos oferece poder de fogo mais que suficiente para rodar de tudo com muita facilidade 99% do tempo. No uso comum, ele é rápido, fluido e sem engasgos.

Mas durante as situações mais extremas, que era quando eu estava jogando por bastante tempo o jogo mais pesado que eu tenho aqui com todas as configurações no máximo, aí sim eu percebia que o celular esquenta o suficiente para fazer o desempenho cair, derrubando a taxa de quadros por segundo em momentos com mais ação na tela. Não chegou a me atrapalhar no jogo, mas dava para perceber.

Depois que eu percebi isso, fui pesquisar e encontrei alguns artigos e vídeos que demonstram que por mais que o pico de desempenho quando ele ainda não está quente e o consumo de bateria do Exynos sejam muito próximos do Snapdragon, e na maior parte do tempo você nem percebe a diferença, o chip da Samsung tem mais dificuldade de manter as temperaturas mais baixas, e aí em uso extremo prolongado ele acaba esquentando mais e o desempenho cai bem mais que o do processador da Qualcomm.

Enfim, como eu falei, na prática isso não afeta você na maior parte do tempo, mesmo quando você tá jogando, e se eu mesmo não estivesse testando o aparelho, provavelmente não deixaria as configurações do jogo no máximo porque o pouquinho de beleza a mais não vale o consumo extra de bateria, mas, para quem se importar, o aviso está dado.

Bateria

Falando em bateria, aqui a minha experiência foi melhor do que eu esperava em um celular pequeno, com reservas de 4.000 miliamperes-hora. Isso não quer dizer que ela dura bastante, mas foi o suficiente para chegar no final do dia com aproximadamente 5% de bateria mesmo em uso intensivo, com mais de 7 horas de tela ligada incluindo em média 3 horas de jogos online e uso prolongado do GPS. Ou seja, ele aguenta o dia inteiro mesmo se você usar bastante, mas não dá a folga que os celulares maiores conseguem dar hoje em dia.

E aí tem a questão do carregador, que não vem na caixa. Ele vem só com um cabo USB-C nas duas pontas e você que se vire pra recarregar se não tiver um carregador USB-C por aí. A menos que você compre seu S21 no período de pré-venda, aí a Samsung fez um acordo com o Procon pra você poder ir no site Samsung Para Você, pedir um carregador de graça e receber em casa em até 30 corridos. Pode ser que isso continue valendo depois da pré-venda, mas pode ser que não, então não conte com isso. Só aqui no Brasil a Samsung está fazendo isso, então pelo menos essa vantagem a gente tem por enquanto.

Extras

Antes de irmos para os finalmentes, vale falar sobre o leitor de digitais, que continua sendo ultrassônico sob o vidro e funciona muito bem. Dizem que está maior e melhor que o da geração passada, mas como eu já não tive problemas com aquele, não senti tanto o impacto disso.

Sobre o som, os alto-falantes são estéreo, um praticamente invisível para frente na parte de cima da tela e outro para baixo. O volume máximo do som é forte, tem ótima qualidade e não distorce muito o áudio. A única pequena ressalva é que a caixa de som de baixo, que é a mais fácil de abafar com a mão, é bem mais forte que a outra, então por mais que você ainda consiga ouvir as coisas nesse caso, isso pode ficar difícil em ambientes mais barulhentos. E também não tem entrada para fone de ouvido, nem fone USB-C na caixa.

Vale a pena?

“Ah, Leo, então é por causa desses probleminhas somados que você falou que acabou se sentido um otário?” Não, ou pelo menos não exatamente. Vamos lá: exceto a questão de carregador e fone, que vale não só para este modelo aqui, mas sim pra todos os S21 e que por enquanto nem é tão grave aqui no Brasil por causa do combinado do Procon, e a queda de desempenho do Exynos, que afeta os mercados fora dos Estados Unidos, mas você só sente de vez em quando, todos os outros pequenos cortes e concessões feitos pela Samsung especificamente nesse modelo menor foram planejados.

A Samsung fez isso de propósito, porque assim ela conseguiu lançar o S21 lá nos Estados Unidos custando US$ 200 a menos do que o S20 custava no lançamento. Ou seja, trocando a traseira para um plástico de ótima qualidade, tirando a função de tarja magnética que pouca gente ainda usava e reduzindo a resolução pra algo que não faz muita diferença para quem já preferia a tela em 120 Hz, entre outras coisinhas menores ainda, eles conseguiram reduzir bastante o preço dele e o tornaram um aparelho muito mais atraente para quem quer o poder na nova geração gastando o mínimo possível. Ou seja, por lá eles fizeram certo nesse aqui tudo o que tinham errado no Note20.

Aí, como as mesmas concessões estão na versão brasileira do aparelho, o lógico seria pensar que o resultado seria o mesmo aqui, certo? É, só que não foi o que rolou. O Galaxy S21 foi lançado por US$ 1 mil nos Estados Unidos e chegou ao Brasil com preço sugerido de R$ 5,5 mil. Já o S21 saiu por US$ 800 lá e chegou aqui com preço sugerido de R$ 6 mil.

Mesmo que o dólar tenha ido de R$ 4,72 para R$ 5, 38 entre esses lançamentos, não faz o menor sentido um corte de US$ 200 se traduzir em um aumento de R$ 500. Eu não sou nenhum economista, mas, pelas minhas contas, se a gente considera a diferença do valor no dólar entre as duas épocas, era para o preço ter caído em média R$ 400. Foi quando eu percebi isso que eu parei e pensei “uau, tô me sentindo um verdadeiro otário”.

Então acho que eu nem precisaria falar que não acho que o S21 tá valendo a pena, né? Pelo menos não até o preço cair bastante.

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Afiliação:
Smartphone Samsung Galaxy S21 5G, 128GB
Smartphone Samsung Galaxy S21 Plus 5G, 128GB
Smartphone Samsung Galaxy S21 Ultra 5G, 256GB
Smartphone Samsung Galaxy S20 FE, 256GB
Smartphone Samsung Galaxy S20,128GB
Smartphone Samsung Galaxy S20 Plus, 128GB 
Smartphone Samsung Galaxy S20 Ultra, 128GB

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