Growth hackers: a segunda voz por trás dos figurões da tecnologia

4 min de leitura
Imagem de: Growth hackers: a segunda voz por trás dos figurões da tecnologia

O fenômeno ainda se manifesta de forma tímida no Brasil. (Fonte da imagem: Reprodução/ScienceIllustrated)

Pessoas influentes sempre existiram. Elas podem não ocupar um cargo de chefia, mas, de alguma forma, estão lá – aconselhando políticos, liderando um movimento social qualquer ou ditando tendências (de moda, de pensamento, de comportamento...).

No jornalismo, por exemplo, há sujeitos responsáveis por “guardar os portões” de um determinado meio de comunicação. Em poucas palavras, a função dos “gatekeepers” (título do conceito, em inglês) é analisar e, por consequência, filtrar o que pode ou não ser publicado por este ou aquele canal midiático.

Mas outra classe de críticos tem se mostrado relevante no cerne das estratégias de marketing das empresas atualmente: os “growth hackers” são capazes de alavancar tendências, aconselhar executivos e direcionar o comportamento de produtos ou serviços no mercado.

No Brasil, contudo, a figura dos “hackers do crescimento” (tradução aproximada do termo growth hackers) ainda é pouco conhecida e, por aqui, a principal plataforma de manifestação desse fenômeno é o site BeeQO.com. "Nossos growth hackers vivem para criar novas maneiras de interação entre as diferentes plataformas. Algumas das soluções que estamos criando trarão realmente um diferencial em relação a nossos competidores", disse Eduardo Farias, cofundador da rede BeeQO.com, ao site Kioskea.

O que eles realmente fazem?

Você já deve ter ouvido falar dos gerenciadores financeiros Wint e Wasabe, certo? Pois saiba que parte do sucesso do aplicativo Wint se deve às críticas positivas de Noah Kagan. Via Twitter e por meio de seu blog, Kagan mobilizou diversos internautas listando pontos em que o aplicativo Wint supera (na opinião dele) o Wasabe. O efeito dos comentários desse growth hacker gerou uma reação em cadeia: o app elogiado foi arrematado pelos consumidores.

Os growth hackers são figuras determinantes nas empresas de tecnologia. (Fonte da imagem: Reprodução/Gizmodo)

Danielle Morrill, outra “hacker de crescimento”, publicou há alguns meses um texto bastante ácido sob o título de “Por que propagandas em mobiles ‘enchem o saco’, de uma perspectiva de marketing”. Em seu artigo, Danielle publica um gráfico provando que a eficácia (em termos financeiros) dos anúncios feitos em mobiles é praticamente nula. Sua perspectiva foi ouvida também por uma legião – fazendo com que o tema figurasse discussões sobre estratégias de mercado relacionadas aos gadgets.

Outro bom exemplo acerca deste tema é o trabalho de Andy Johns, gerente produção e marketing de internet, que conta com passagens pelas empresas Facebook, Twitter e Quora. Quando questionado sobre as funções do time de growth hackers da rede social criada por Zuckerberg, o especialista em estratégias de crescimento virtual listou seis pontos que respondem, de forma condensada, à pergunta feita. Em resumo, os “hackers do crescimento” fazem o seguinte:

  • Estatísticas e ciência de dados: processo que se concentra na análise de grandes quantidades de dados que, depois de coletados, podem apontar tendências, respostas a testes ou até mesmo respostas ao time de desenvolvimento de uma empresa;
  • Aquisição direta de marketing: setor do time de growth hackers que concentra foco sobre determinados canais de comunicação (como SEO, PPC e email) com a intenção de otimizá-los;
  • Desenvolvimento de produtos: esses profissionais podem também participar do desenvolvimento de certos produtos ou serviços. No Facebook, por exemplo, aplicativos online e o suporte via plataforma passaram, de um jeito ou de outro, pelas mãos do “growth team”;
  • Cultura: determinados embates ideológicos (como discussões que colocam em xeque religião e ciência) podem, por vezes, atravancar o desenvolvimento de uma empresa. Cabe à equipe de especialistas, então, encontrar um tipo de canal comum de comunicação a essas classes de usuários – um espaço onde ambas as culturas possam conviver de modo pacífico;
  • Contratação: os growth hackers estão envolvidos de forma intensa nas contratações feitas pelas empresas. “É muito mais fácil contratar grandes talentos de outras companhias quando você prova que o seu produto está fazendo sucesso”, como escreve Andy Johns; e
  • Monetização: há muita similaridade entre o direcionamento de usuários e o crescimento de monetização. Isso significa que uma metodologia pode ser desenvolvida por meio desta “mentalidade”.

Assim, os growth hackers (pessoas sempre populares no meio online) trabalham com o intuito de dar visibilidade a determinados produtos e serviços, otimizando também as estratégias de marketing e desenvolvimento das empresas.

Produtos e serviços também são avaliados pelos "hackers do crescimento". (Fonte da imagem: Reprodução/Envolverde)

Confira, abaixo, lista com 10 growth hackers bastante populares que tratam justamente do tema “hackers de crescimento”:

  • Sean Ellis (@seanellis): “encontre um growth hacker para o seu startup”;
  • Danielle Morrill (@danellemorrill): “por que propagandas em mobiles ‘enchem o saco’, de uma perspectiva de marketing”;
  • Noah Kagan (@noahkagan): “como o Mint bateu o Wasabe”;
  • Hiten Shah (@hnshah): “distribuição hacking B2B”;
  • Andrew Chen (@andrewchen): “growth hacker é o novo marketing VP”;
  • Dan Martell (@danmartell): “a arte e a ciência do hacker de crescimento”;
  • Akash Garg (@akashgarg): “statups vs enterprise”;
  • Greg Tseng (@gregtsend): entrevista com o growth hacker Greg Tseng”;
  • Evan Solomon (@evansolomon): “seja gentil com o seu growth hacker”; e
  • Jesse Farmer (@jfarmer) “o valor de um encaminhamento de ‘social commerce’”.

A seguir, quatro growth hackers que são, hoje, referência no mundo online:

  • Neil Patel (@neilpatel): cofundador da KISSmetrics;
  • Ivan Kirigin (@ikirigin): responsável por ajudar a Dropbox a crescer 12 vezes mais;
  • Elliot Shmukler (LinkedIn): auxiliou o LinkedIn a passar de 20 milhões para 200 milhões de usuários; e
  • Josh Elman (@joshelman): atuou no Twitter durante seu período de maior expansão.

....

Como já dito neste artigo, este tipo de fenômeno ainda se manifesta de modo tímido no Brasil – se você deseja conhecer o site BeeQO.com, clique aqui. Você conhece mais growth hackers? Qual é a sua opinião sobre o assunto?

Você sabia que o TecMundo está no Facebook, Instagram, Telegram, TikTok, Twitter e no Whatsapp? Siga-nos por lá.