Arqueólogos egípcios descobrem 3 tumbas e revelam o nome de seus ocupantes
Além da descoberta das tumbas que datam do Novo Império, os arqueólogos egípcios identificaram os nomes e títulos de seus proprietários em hieróglifos.

Por Jorge Marin
27/05/2025, às 19:30
Em um ano excepcionalmente produtivo para a arqueologia egípcia, com uma série de descobertas importantes que abrangem diferentes períodos da história do país, o secretário-geral do Conselho Supremo de Antiguidades, Mohamed Ismail Khaled, anunciou, em um comunicado recente, a descoberta de três tumbas que datam do período do Novo Império (1550–1070 a.C.).
Diferentemente da impressionante câmara funerária de um faraó descoberta em janeiro de 2025, perto do sítio arqueológico de Abidos, cujo ocupante não pôde ser identificado, na descoberta atual os nomes e títulos de seus proprietários puderam ser revelados, por meio de inscrições encontradas, segundo o Ministério do Turismo e Antiguidades.
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Para Khaled, existem outras tumbas na necrópole de Dra. Abu al-Naga que ainda não foram completamente decifradas ou compreendidas, o que impede, por ora, a identificação de seus proprietários. A descoberta antecede a abertura do Grande Museu Egípcio, no Cairo, prevista para o início de julho, que exibirá mais de 100 mil artefatos da herança egípcia antiga.
De quem eram as tumbas descobertas em Luxor?
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Uma das tumbas descobertas pertencia a Amum-em-Ipet, um funcionário dos vastos domínios territoriais e econômicos do deus Amon, durante o período Ramessida (entre 1295 e 1077 a.C.).
Severamente danificado, o túmulo preservou apenas representações de carregadores de mobília funerária e cenas de banquete. A construção mortuária possui um pequeno pátio, entrada, salão quadrado e um nicho com a parede oeste destruída.
As outras duas tumbas identificadas eram da 18ª Dinastia: uma pertencia a um supervisor do silo grãos, chamado Baki, e a outra a uma espécie de faz-tudo, conhecido como “S”, que foi supervisor do Templo de Amon no oásis, escritor e prefeito dos oásis do norte. Ambas as construções mostram uma arquitetura elaborada com pátios e corredores distintos.
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A estrutura funerária de Baki apresenta um pátio principal, entrada, corredor em forma de pátio, e um corredor transversal e longitudinal que leva a uma câmara inacabada com poço funerário. Já a tumba de "S" possui também um pequeno pátio com poço, entrada principal, e um salão transversal, conectado a um salão longitudinal incompleto.
Importância das descobertas para a divulgação da cultura egípcia
O Ministro do Turismo e Antiguidades do Egito, Sherif Fathi, classificou a descoberta como "uma conquista científica e cultural significativa que fortalece o status do Egito no mapa global do turismo cultural", em uma declaração ao jornal Al-Ahram. Ele destacou que esta é uma das áreas mais estratégicas para impulsionar o turismo cultural egípcio.
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No final de 2024, arqueólogos egípcios e americanos descobriram uma tumba do Império Médio com 11 sepulturas seladas na necrópole de Asasif do Sul, próxima ao icônico Templo de Hatshepsut. Em janeiro deste ano, outras descobertas foram realizadas em Luxor, incluindo túmulos escavados na rocha e fossos funerários de 3,6 mil anos em Deir al-Bahri, na margem oeste do Nilo.
Para Mohamed Ismail Khaled, a atual descoberta tem um significado especial para o Egito, por “ter sido feita inteiramente por mãos egípcias”, reforçando a capacidade das equipes arqueológicas do país. Na entrevista ao Al-Ahram, o executivo classificou os três túmulos como "janelas para as vidas, os papéis e as crenças de figuras-chave da sociedade egípcia antiga".
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Por Jorge Marin
Especialista em Redator
Redator do Mega Curioso e do TecMundo, Jorge Marin escreve sobre Ciências e Tecnologia desde 2019, conectando conhecimento acadêmico com experiências humanas do dia a dia. É psicólogo, cinéfilo e botafoguense inveterado.