Exército de Terracota: o que ninguém te contou sobre a 8ª maravilha do mundo
O complexo funerário do imperador Qin Shi Huang abriga até 8 mil guerreiros de terracota e é um dos maiores e mais enigmáticos mausoléus da história.

Por Jorge Marin
21/05/2025, às 20:00
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Fonte: Getty Images
Há pouco mais de 50 anos, agricultores chineses que cavavam um poço encontraram por acaso o que hoje é considerado um dos maiores tesouros arqueológicos do mundo: os chamados Guerreiros de Terracota da China. Criados há cerca de 2,2 mil anos, eles foram concebidos como guardiões do primeiro imperador chinês, Qin Shi Huang, em sua jornada pós-morte.
Estimados em cerca de oito mil, os guerreiros são esculturas em tamanho real, entre 1,75 m e 1,95 m de altura, representando soldados de diferentes patentes, cavalos e carruagens de guerra. Com aproximadamente dois mil já desenterrados, detalhes impressionantes começaram a vir à tona, como o fato de cada figura ser única, com expressões faciais, penteados e outros traços distintivos.
A terracota, material com o qual o exército foi esculpido, é um termo de origem italiana que significa literalmente “terra cozida”. Trata-se de uma argila que adquire cor alaranjada e resistência após ser queimada em fornos a cerca de mil graus Celsius. A técnica continua em uso até hoje, inclusive no Brasil, na fabricação de tijolos, telhas coloniais e cerâmica artesanal.
Como o exército de terracota foi criado?
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Enterrado junto com o imperador Qin Shi Huang, que viveu entre 259 e 210 a.C., esse exército simbólico possivelmente poupou muitas vidas, ao substituir o sacrifício humano de soldados reais, uma prática que era comum na China antiga. O complexo funerário, que se estende por 56 quilômetros quadrados, é considerado o maior cemitério do mundo e pode ter mobilizado até 700 mil trabalhadores ao longo de 40 anos.
O que pouca gente sabe é que as armas dos guerreiros não são esculturas, mas sim objetos reais. Até hoje, mais de 40 mil peças de bronze foram recuperadas, incluindo espadas, lanças, bestas e flechas. O que mais impressionou os arqueólogos foi o fato de muitas espadas permanecerem afiadas e com seu brilho metálico original, graças a um sofisticado processo de cromagem.
Um detalhe visual que, infelizmente, se perdeu foram as cores vivas dos uniformes. Tons de roxo, vermelho e azul, além de faces rosadas e detalhes dourados, desapareceram em poucos minutos após a exposição ao ar durante as escavações. No entanto, técnicas modernas têm revelado traços desses pigmentos, e alguns exemplares foram preservados com resíduos da policromia original.
Segredos que não sabemos e outros que talvez jamais saberemos
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Assim como o túmulo de Qin Shi Huang e toda a sua grandiosidade permaneceram enterrados por mais de dois milênios, a apenas 35 quilômetros de uma das maiores metrópoles da China, alguns mistérios continuam sem resposta. Até agora, apenas os poços 1, 2 e 3 foram escavados, mas a estimativa é que existam mais de 600 poços ao todo no complexo funerário.
Entre os segredos que jamais saberemos, está o destino dos artesãos que criaram o exército. Registros históricos sugerem que eles podem ter sido enterrados vivos, para preservar os segredos da construção. Outro enigma é a interrupção abrupta da obra, com diversos guerreiros ainda inacabados. Especialistas acreditam que isso tenha ocorrido após à morte prematura do imperador, aos 49 anos.
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Finalmente, o maior mistério de todos, a tumba central do imperador permanece selada e intacta. Escritos antigos falam de um palácio subterrâneo com rios de mercúrio fluindo sob um teto estrelado de pérolas. E, como medições modernas detectaram altos níveis de mercúrio no solo, arqueólogos chineses decidiram não abrir a tumba, pelo menos até que técnicas avançadas de preservação e contenção estejam disponíveis.
O que você achou sobre os segredos envolvidos na descoberta dos guerreiros de terracota da China? Comente nas suas redes sociais e aproveite para divulgar a matéria entre seus amigos que se ligam em enigmas da antiguidade. Conheça a nova tumba real achada no Egito com o nome do faraó apagado e ainda desconhecido.

Por Jorge Marin
Especialista em Redator
Redator do Mega Curioso e do TecMundo, Jorge Marin escreve sobre Ciências e Tecnologia desde 2019, conectando conhecimento acadêmico com experiências humanas do dia a dia. É psicólogo, cinéfilo e botafoguense inveterado.