Em 2023, a Administração Nacional da Aeronáutica e do Espaço (NASA) revelou a detecção de um buraco negro no sistema estelar binário Swift J1727.8-1613, realizada por meio da sonda espacial Imaging X-ray Polarimetry Explorer (IXPE).
Segundo a agência espacia, trata-se do primeiro buraco negro de massa estelar com essas características observado pelo IXPE. A equipe do IXPE publicou alguns estudos sobre o tema nas revistas científicas The Astrophysical Journal e Astronomy & Astrophysics.
A partir das observações, os pesquisadores conseguiram compreender melhor o disco de material cósmico que gira ao redor do buraco negro, além da região de plasma conhecida como coroa. Essas estruturas são essenciais para a dinâmica de um buraco negro, e o estudo pode proporcionar uma compreensão mais aprofundada sobre o tema.
A pesquisa indica que a região permaneceu, por algum tempo, mais brilhante do que a Nebulosa do Caranguejo, uma estrutura cósmica utilizada como referência para a medição do padrão de emissão de raios X.
![A imagem apresenta uma ilustração do Imaging X-ray Polarimetry Explorer (IXPE) passando próximo do sistema estelar binário Swift J1727.8-1613. Fonte: NASA / Marie Novotná.](https://tm.ibxk.com.br/2024/12/09/09132229322141.jpg?ims=328x)
Essas emissões foram causadas pela explosão de uma das estrelas; apesar de raramente apresentem um brilho tão intenso, não são incomuns em sistemas binários.
“Essa explosão evoluiu incrivelmente rápido. Desde nossa primeira detecção da explosão, o Swift J1727 levou apenas alguns dias para atingir o pico. Naquela época, o IXPE e vários outros telescópios e instrumentos já estavam coletando dados. Foi emocionante observar a explosão durante todo o seu retorno à inatividade”, disse a astrofísica Alexandra Veledina, pesquisadora da Universidade de Turku, na Finlândia.
Buraco negro em sistema estelar binário
![(Fonte: Getty Image)](https://tm.ibxk.com.br/2024/12/09/09155628881217.jpg?ims=328x)
O sistema binário Swift J1727.8-1613 e o buraco negro estão localizados a aproximadamente 8.800 anos-luz da Terra, uma distância relativamente próxima para o brilho da explosão.
Mas o que aconteceu exatamente? Quando sistemas binários possuem estrelas em diferentes estágios do ciclo de vida, a estrela mais velha passa por um processo em que o combustível em seu núcleo se esgota, o que a faz explodir em uma supernova.
Como resultado, podem surgir um buraco negro, uma anã branca ou uma estrela de nêutrons. No caso de Swift J1727, foi formado o buraco negro recém-descoberto. O estudo aponta que o brilho permaneceu intenso até o final de 2023.
A alta emissão de raios X ocorreu devido ao material que o buraco negro arrancou da outra estrela. Esse material também criou um disco de acreção e uma coroa, uma região de plasma extremamente quente; esse processo desempenha um papel crucial na emissão de raios X.
"Como a luz em si não consegue escapar da gravidade deles, não conseguimos ver buracos negros. Podemos apenas observar o que está acontecendo ao redor deles e tirar conclusões sobre os mecanismos e processos que ocorrem lá. O IXPE é crucial para esse trabalho", Veledina acrescenta.
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