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Ciência

Nosso universo pode não ser o melhor para o surgimento da vida, diz estudo

Um grupo de cientistas criou um modelo que simula a fórmula da vida, e parece que o nosso universo não é tão especial assim.

Avatar do(a) autor(a): Lucas Vinicius Santos

schedule14/11/2024, às 10:50

updateAtualizado em 14/11/2024, às 07:49

Em uma pesquisa internacional das universidades de Edimburgo, de Genebra e Durham, cientistas descrevem uma hipótese sobre o que pode ser a verdadeira fórmula da vida. O mais interessante é que, talvez, o nosso universo não seja o lugar mais propício para a vida inteligente.

Isso pode sustentar a ideia de que talvez não existam outros tipos de vida inteligente no cosmos - inclusive, essa é a opinião de muitos cientistas. Afinal, ainda não fomos capazes de encontrar nenhum local que apresente dados consistentes de vida fora da Terra.

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Em um estudo publicado na revista científica Monthly Notices of the Royal Astronomical Society, a equipe criou um modelo para tentar compreender as condições geradas pela aceleração da expansão do universo em relação à quantidade de estrelas formadas.

Atualmente, a ciência acredita que essa expansão é impulsionada por uma das forças mais misteriosas do universo: a energia escura.

Parte do estudo é baseada na Equação de Drake, desenvolvida pelo astrônomo norte-americano Frank Drake nos anos 1960. Drake buscava criar uma fórmula capaz de estimar o número de possíveis civilizações extraterrestres na Via Láctea.

“Os parâmetros que governam o nosso universo, incluindo a densidade da energia escura, poderiam explicar a nossa própria existência. Surpreendentemente, porém, descobrimos que mesmo uma densidade de energia escura significativamente maior ainda seria compatível com a vida, sugerindo que podemos não viver no universo mais provável”, disse a principal pesquisadora do estudo e associada da Universidade de Durham, Daniele Sorini.

Fórmula da vida e o nosso universo

Como as estrelas são essenciais para o surgimento de vida como a nossa, os pesquisadores usaram essa variável para estimar a probabilidade de geração de vida inteligente em um multiverso hipotético. 

A imagem capturada pelo Telescópio Espacial Hubble mostra Alpha Centauri, uma região que pode oferecer as condições necessárias para a vida. Crédito: NASA / ESA / G. Duchene (Universite de Grenoble I) / Gladys Kober (Catholic University of America).
A imagem capturada pelo Telescópio Espacial Hubble mostra Alpha Centauri, uma região que pode oferecer as condições necessárias para a vida. Crédito: NASA / ESA / G. Duchene (Universite de Grenoble I) / Gladys Kober (Catholic University of America).

Em comunicado, eles explicaram que não buscavam calcular um número exato de civilizações inteligentes, mas sim entender a probabilidade de surgimento da vida em diferentes universos, cada um com suas próprias propriedades.

Os resultados do modelo mostraram que a formação da vida seria provável em um universo com 27% mais eficiência na formação de estrelas — ou seja, nessa região, essa porcentagem de matéria comum seria convertida em estrelas.

Os dados indicam que o nosso cosmos possui uma eficiência de 23%. Isso sugere que talvez ele não seja o ambiente mais favorável para o surgimento da vida. De qualquer forma, é importante destacar que o estudo é apenas uma hipótese.

Com o novo modelo, a equipe acredita que poderá entender melhor os efeitos da energia escura no desenvolvimento das estruturas fundamentais do universo e, consequentemente, no surgimento da vida.

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