Um planeta gigante e invisível pode estar escondido em nosso Sistema Solar

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Um dos maiores mistérios da astrofísica moderna – a potencial descoberta de um nono planeta em nosso Sistema Solar – tem tirado o sono de muitos astrônomos há algum tempo. Eles sabem que, muito além de Netuno, há um corpo massivo o bastante para agrupar objetos transnetunianos (TNOs) em órbitas estranhamente elípticas e inclinadas em relação à nossa heliosfera.

Quando os astrônomos Urbain Le Verrier e John Couch Adams descobriram o oitavo planeta, Netuno, em 1846, eles o fizeram observando alterações na órbita de Urano (descoberto 60 anos antes), que só poderiam ser explicadas pela existência de outro planeta ainda mais distante.

Agora, uma equipe liderada por pesquisadores do Instituto de Tecnologia da Califórnia (Caltech) está tentando encontrar o Planeta Nove da mesma maneira, porém em sentido inverso. Em vez de focar em gigantes gelados, como Urano, eles estão de olho em "uma classe mais convencional de TNOs" de baixa inclinação que cruzam Netuno, como se "mapeassem" o Planeta Nove.

Como achar um planeta escondido no Sistema Solar?

Órbitas de TNOs e órbita estimada do Planeta Nove.Órbitas de TNOs e órbita estimada do Planeta Nove.Fonte:  James Tuttle Keane/Caltech 

No estudo atual, publicado na The Astrophysical Journal Letters, os pesquisadores que apresentaram as primeiras provas convincentes sobre a existência do Planeta Nove em 2016, Mike Brown e Konstantin Batygin, trazem com seus colegas uma nova linha de evidências e propõem uma série de testes observacionais de curto prazo – somente quando o novo Observatório Vera Rubin estiver funcionando no ano que vem.

Depois de um exaustivo censo de TNOs, onde mais de 3 mil objetos (aí incluído o planeta anão Plutão) foram encontrados, os pesquisadores notaram que eles têm órbitas excêntricas. Em vez de girarem em círculo, como fazemos com os demais planetas em torno do Sol, eles rumam em órbitas esticadas e finas em direção ao espaço interestelar e depois voltam.

Foram essas viagens transnetunianas extremas, incomuns para as leis da física e desafiadoras para o que compreendemos do Sistema Solar, que levaram Brown e Batygin a realizar o estudo de 2016.

Novas evidências do Planeta Nove no Sistema Solar

Comparação das distribuições orbitais com P9 (esquerda) e sem P9 livre (direita).Comparação das distribuições orbitais com P9 (esquerda) e sem P9 livre (direita).Fonte:  Konstantin Batygin et al. 

No novo estudo, Brown, Batygin e mais dois colegas optaram por observar 17 TNOs com órbitas menos excêntricas, que não os levaram tão longe no Sistema Solar.

Em seguida, realizaram simulações de corpos que modelam as perturbações gravitacionais de todos os planetas gigantes, maré galáctica, estrelas que passam e a evolução inicial do Sol.

A conclusão foi a chance de uma em um milhão de que algo como o Planeta Nove não exista. A má notícia é que há agora menos lugares onde ele poderia estar escondido. Mas, se ele não estiver nos 22% restantes do céu, alguma outra coisa está causando essas órbitas bizarras dos OTNs, afirmam os autores.

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