Como é o eclipse solar visto da Lua?

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Imagem: Pat Rawlings/ NASA/ Reprodução

No dia 8 de abril de 2024, os entusiastas da astronomia poderão observar o eclipse solar total; contudo, apenas os residentes de algumas regiões dos Estados Unidos, México e Canadá poderão visualizar o evento. O fenômeno é considerado raro e acontece nos mesmos locais, em média, apenas a cada 375 anos. A última vez que os norte-americanos puderam assistir ao eclipse solar total foi em 2017, enquanto no Brasil a última ocorrência foi em 1994.

Apesar de ser um evento extremamente impressionante para os observadores na Terra, ele não ocorre exatamente da mesma forma em outras regiões do espaço. Na realidade, só visualizamos o eclipse solar de uma maneira específica devido à forma como o nosso planeta, a Lua e o Sol se sincronizam e causam um aparente bloqueio da estrutura solar.

Se você estivesse em outra região do universo, o fenômeno ocorreria de maneira completamente diferente. Por exemplo, se um astronauta pudesse observar esse mesmo evento durante uma missão na superfície da Lua, sua percepção do eclipse solar total seria totalmente exclusiva.

A artista Pat Rawlings criou uma ilustração que mostra corretamente como seria visualizar um eclipse solar na superfície da Lua.A artista Pat Rawlings criou uma ilustração que mostra corretamente como seria visualizar um eclipse solar na superfície da Lua.Fonte: Pat Rawlings/ NASA/  Reprodução

"Em qualquer lugar, de quatro a sete vezes por ano, nossa Terra, Lua e Sol se alinham perfeitamente para criar o show de sombras em escala cósmica conhecido como eclipse. A órbita da Lua em torno da Terra é inclinada em relação à órbita da Terra em torno do Sol. Essa inclinação é a razão pela qual temos eclipses ocasionais em vez de eclipses todos os meses. Existem dois tipos de eclipses: lunar e solar. Durante um eclipse lunar, a sombra da Terra obscurece a Lua. Durante um eclipse solar, a Lua bloqueia a visão do Sol", a NASA explica em uma publicação oficial.

A realidade é que se pudéssemos assistir ao eclipse solar na superfície da Lua, perceberíamos que o evento é bastante relativo ao ponto de onde é observado. Por isso, reunimos algumas informações de astrônomos e outros especialistas da área que podem explicar mais sobre como é o eclipse solar visto da Lua.

Eclipse solar observado a partir da Lua

Imagine que a humanidade já está presente na Lua há alguns anos, habitando uma base lunar para realizar experimentos científicos inovadores. Será que eles conseguiriam assistir ao eclipse solar da mesma forma do que se estivessem na Terra? A resposta é sim e não. Os cosmonautas seriam capazes de observar um fenômeno semelhante, porém ele ocorre de maneira ligeiramente diferente quando observado na superfície lunar.

Um astronauta na Lua só observaria os efeitos do eclipse solar se estivesse precisamente no lado noturno do satélite natural, ou seja, o lado voltado para o nosso planeta. Nessa ocasião, ele observaria uma sombra redonda projetada na Terra — com uma luz brilhante ao seu redor. Como a atmosfera terrestre dispersa a luz, também poderia acontecer um fenômeno que exibiria cores impressionantes ao redor da mancha.

Para ocorrer um eclipse solar, é necessário que a Lua e o Sol estejam em distâncias e tamanhos aparentemente certos para possibilitar o bloqueio da estrutura solar.Para ocorrer um eclipse solar, é necessário que a Lua e o Sol estejam em distâncias e tamanhos aparentemente certos para possibilitar o bloqueio da estrutura solar.Fonte:  Getty Images 

Em uma observação na superfície terrestre, essa mesma sombra seria responsável por bloquear a visão do Sol que causaria a impressionante paisagem do eclipse solar. A sombra citada viaja pela superfície da Terra a aproximadamente 2,4 mil quilômetros por hora, mas se estivesse observando da Lua, você não perceberia a diferença — devido a essa velocidade, os eclipses solares costumam durar entre 2 e 4 minutos.

"A sombra deste eclipse [do dia 8 de abril] em particular atingirá primeiro o Oceano Pacífico, atingirá a costa em Mazatlán e depois se moverá através do Texas em um caminho diagonal em direção ao Maine, terminando na costa de Newfoundland, no Oceano Atlântico. Esse caminho que a sombra percorre é chamado de caminho da totalidade", disse a diretora do Planetário Abrams, Shannon Schmoll, em um artigo no site The Conversation.

Para os observadores que estiverem na Lua, o caminho da totalidade em um eclipse solar total pareceria com uma mancha arredondada e escura passando pela Terra, fazendo com que a superfície terrestre se assemelhasse a um olho. Esse mesmo conceito foi utilizado pela artista Pat Rawlings, quando ela criou uma ilustração que apresenta como seria observar um eclipse solar na superfície da Lua.

Em um eclipse lunar, a Lua se movimenta através da sombra da Terra e aparenta escurecer por alguns minutos; depois disso, ela pode apresentar uma cor avermelhante e brilhante durante algumas horas. Se um astronauta observasse o eclipse lunar a partir da superfície da Lua, ele veria a Terra passando pela frente e bloqueando o Sol temporariamente.

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