Telescópio James Webb revela fonte de brilho misterioso do universo primitivo

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Imagem: ESA / S. Martin-Alvarez

No início do universo primitivo, tudo estava tão escuro que não seria possível enxergar nada, até que as primeiras estrelas começaram a se formar e iluminar os seus arredores com luz UV. Contudo, antes mesmo disso, uma luz misteriosa chamada de emissões Lyman-alfa começaram a iluminar o universo.

Segundo um recente estudo publicado na revista científica Nature Astronomy, os pesquisadores podem ter encontrado a resposta para as emissões Lyman-alfa. Quando as primeiras estrelas começaram emitir radiação UV, os cientistas chamaram o período de Época da Reionização, mas ainda sabem pouco sobre o que aconteceu antes disso.

Para responder sobre a origem das emissões Lyman-alfa, os cientistas utilizaram dados do Telescópio Espacial James Webb (JWST), pois seus instrumentos podem detectar dados emitidos pelas estrelas nas primeiras galáxias do universo.

Os astrônomos utilizaram dados do JWST e conseguiram determinar a origem de uma das regiões do universo primitivo onde ocorre a emissão de Lyman-alfa, na galáxia EGSY8p7. Conforme os resultados, essa região possui um aglomerado de galáxias menores e mais escuras que não conseguiram ser observadas por meio do Telescópio Espacial Hubble.

“Aqui, aproveitamos a vantagem única das imagens de alta resolução e alta sensibilidade da câmera próxima ao infravermelho do Telescópio Espacial James Webb para mostrar que todas as galáxias em uma amostra de emissores Lyman-alfa com redshift têm companheiras próximas”, os pesquisadores descreveram no artigo.

Emissões Lyman-alfa

Os cientistas explicam que as primeiras galáxias que surgiram durante o início do Big-Bang emitem quantidades significativas de emissões Lyman-alfa, contudo, a maioria delas foi 'bloqueada' pelo hidrogênio que preencheu o espaço entre essas galáxias. Eles explicam que as fusões de galáxias e formação estelares do universo primitivo são responsáveis por esse brilho misterioso do início de tudo.

A imagem apresenta emissões Lyman-alfa na galáxia EGSY8p68, localizada próxima da constelação de Boötes.A imagem apresenta emissões Lyman-alfa na galáxia EGSY8p68, localizada próxima da constelação de Boötes.Fonte:  Nature / Witten 

A descoberta foi realizada após os autores do estudo compararem uma simulação de fusão galáctica com uma imagem real coletada pelo JWST. Os resultadores demonstram que essas galáxias e estrelas primitivas emitem emissões Lyman-alfa e que, em poucas palavras, as fusões galácticas são responsáveis por esse processo.

De qualquer forma, é importante destacar que os cientistas continuarão a realizar mais experimentações em relação ao tema para confirmar suas teorias e compreender melhor sobre as emissões do início do universo primitivo.

“Onde o Hubble via apenas uma grande galáxia, Webb vê um aglomerado de galáxias mais pequenas em interação, e esta revelação teve um enorme impacto na nossa compreensão da inesperada emissão de hidrogênio de algumas das primeiras galáxias”, disse o outro autor do estudo, Sergio Martin Alvarez, da Universidade de Stanford, nos Estados Unidos.

Mantenha-se atualizado sobre as últimas descobertas da astronomia aqui no TecMundo. Se desejar, aproveite para saber também como o telescópio James Webb capturou a 'teia cósmica' mais antiga do universo.

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