A detecção precoce do câncer pode ser uma das melhores estratégias para um tratamento eficiente em pacientes diagnosticados com a doença, oferecendo mais chances de sobrevivência. Uma nova pesquisa descreve que é possível analisar as células em amostras de pacientes com câncer e, com auxílio de uma inteligência artificial (IA), detectar rapidamente a doença — o método não necessita do auxílio de um médico.
A partir de amostras de biópsia de tecido sólido de cólon de humanos e camundongos, uma equipe de cientistas do Instituto Max Planck para a Ciência da Luz (MPL), na Alemanha, conseguiu analisar células únicas das biopsias por meio da técnica de citometria de fluorescência e deformabilidade em tempo real (RT-FDC) — a RT-FDC é uma técnica microfluídica que permite avaliar as propriedades físicas de até mil células únicas por segundo.
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No estudo publicado na revista científica Nature Biomedical Engineering, os pesquisadores explicam que o modelo de IA criado para o método é alimentado com grandes conjuntos de dados e pode avaliar se um tecido é cancerígeno em até 30 minutos. Caso a tecnologia seja implementada, os pacientes não necessitarão do auxílio de um médico patologista, o profissional responsável por análises de tecidos, fluidos corporais e órgãos.
A equipe também realizou testes para a detecção de Doença Inflamatória Intestinal (DII).
Detecção de câncer e IA
“Quando você vai ao seu médico, ele ou ela não apenas olha para você, mas também faz um exame físico e sente partes do seu corpo. Com métodos tradicionais para analisar uma amostra de biópsia, um patologista pode apenas olhar para as células. Podemos examinar fisicamente as células individuais, o que nos dá muito mais informações para trabalhar”, disse um dos cientistas da equipe de pesquisa do Instituto Max Planck para a Ciência da Luz em Erlangen, Dr. Markéta Kubánková.
Atualmente, os médicos realizam exames comuns de biópsia para comprovar um diagnóstico de câncer e, em muitos casos, é comum que os médicos analisem as biópsias durante uma operação — enquanto o paciente está sedado na mesa de operação, o médico vai executar diversos processos para analisar a biópsia. Por isso, o novo método pode se tornar uma opção mais barata, precisa e rápida, já que é cerca de 36 mil vezes mais rápido que os antigos métodos de análise das células.
De qualquer forma, os cientistas afirmam que o método também pode ajudar na detecção e análise de outras doenças, como doenças inflamatórias intestinais, contudo, eles ainda precisam se aprofundar mais na pesquisa.
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