'Tecnologia de costura' de 2 mil anos na verdade era gadget sexual
Descoberto no fosso do forte de Vindolanda, um falo de madeira pode ter sido usado como implemento sexual pelos romanos no século II

22/02/2023, às 15:30
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Fonte: The Vindolanda Trust
Imagem de Brinquedo sexual de 2 mil anos é identificado no Reino Unido no tecmundo
Um objeto de madeira encontrado pela primeira vez em 1992 no forte romano de Vindolanda, localizado onde hoje é território do Reino Unido, ganhou uma nova interpretação inusitada sobre seu uso. Inicialmente, os cientistas classificaram o artefato, que tem um formato fálico e 17 cm de comprimento, como um instrumento de costura, mas um novo estudo, publicado na segunda-feira (20) na revista científica Antiquity, sugere que se trata de um brinquedo sexual com cerca de 2 mil anos de idade.
A peça foi descoberta no fosso do forte ao lado de dezenas de sapatos e acessórios de vestidos, além de pequenas ferramentas e utensílios de artesanato, o que levou os cientistas inicialmente à interpretação do objeto como um provável instrumento de costura. No mesmo local, foram encontradas sobras de couro e chifres esculpidos. Os materiais teriam sido colocados no fosso no século 2.
As análises mais recentes documentadas no artigo, porém, mostram que o objeto teve um uso intenso em suas duas pontas, levantando a possibilidade de que o artefato possa ter sido usado como um implemento para o sexo, algo que fazia parte das culturas romana e grega.
Um comunicado publicado pela University College Dublin (Irlanda), instituição que participou da descoberta, classificou o dispositivo como o "brinquedo sexual romano mais antigo" já encontrado.
Objeto fálico encontrado no forte romano de Vindolanda, localizado onde hoje é território do Reino Unido
Já Rob Collins, professor de arqueologia da Universidade de Newcastle (Reino Unido) e primeiro autor do artigo, diz que o tamanho do falo e o fato de ter sido esculpido em madeira levantou uma série de questões sobre seu uso na antiguidade. "Mas não podemos ter certeza de seu uso pretendido", afirma.
A popularidade dos falos no Império Romano
De acordo com o estudo, em duas ou três dimensões, as representações fálicas faziam parte do dia a dia dos romanos. Essa preferência é normalmente explicada tanto por uma estética erótica, como funções mágicas e até mesmo no apotropismo, ou seja, rituais e símbolos feitos para afastar a desgraça, a doença, ou qualquer outro tipo de feitiço.
Mas, a partir de evidências de uso potencial ao longo do tempo com uma revisão de outras informações arqueológicas e contextuais, os autores reinterpretaram o objeto fálico de Vindolanda – o primeiro de madeira a ser oficialmente reconhecido como um acessório em tamanho real para uso como instrumento sexual.
Conforme a equipe, outra perspectiva aponta que o utensílio possa ter sido utilizado como um pilão, tanto para triturar especiarias para fins culinários como também ingredientes para tratamentos medicinais ou cosméticos. Finalmente, uma terceira função plausível seria o encaixe em uma estátua existente para que os transeuntes o tocassem para dar sorte.

Especialista em Redator