'Tecnologia de costura' de 2 mil anos na verdade era gadget sexual

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Imagem: Getty Images

Um objeto de madeira encontrado pela primeira vez em 1992 no forte romano de Vindolanda, localizado onde hoje é território do Reino Unido, ganhou uma nova interpretação inusitada sobre seu uso. Inicialmente, os cientistas classificaram o artefato, que tem um formato fálico e 17 cm de comprimento, como um instrumento de costura, mas um novo estudo, publicado na segunda-feira (20) na revista científica Antiquity, sugere que se trata de um brinquedo sexual com cerca de 2 mil anos de idade.

A peça foi descoberta no fosso do forte ao lado de dezenas de sapatos e acessórios de vestidos, além de pequenas ferramentas e utensílios de artesanato, o que levou os cientistas inicialmente à interpretação do objeto como um provável instrumento de costura. No mesmo local, foram encontradas sobras de couro e chifres esculpidos. Os materiais teriam sido colocados no fosso no século 2.

As análises mais recentes documentadas no artigo, porém, mostram que o objeto teve um uso intenso em suas duas pontas, levantando a possibilidade de que o artefato possa ter sido usado como um implemento para o sexo, algo que fazia parte das culturas romana e grega.

Um comunicado publicado pela University College Dublin (Irlanda), instituição que participou da descoberta, classificou o dispositivo como o "brinquedo sexual romano mais antigo" já encontrado.

Objeto fálico encontrado no forte romano de Vindolanda, localizado onde hoje é território do Reino UnidoObjeto fálico encontrado no forte romano de Vindolanda, localizado onde hoje é território do Reino UnidoFonte:  The Vindolanda Trust 

Já Rob Collins, professor de arqueologia da Universidade de Newcastle (Reino Unido) e primeiro autor do artigo, diz que o tamanho do falo e o fato de ter sido esculpido em madeira levantou uma série de questões sobre seu uso na antiguidade. "Mas não podemos ter certeza de seu uso pretendido", afirma.

A popularidade dos falos no Império Romano

De acordo com o estudo, em duas ou três dimensões, as representações fálicas faziam parte do dia a dia dos romanos. Essa preferência é normalmente explicada tanto por uma estética erótica, como funções mágicas e até mesmo no apotropismo, ou seja, rituais e símbolos feitos para afastar a desgraça, a doença, ou qualquer outro tipo de feitiço.

Mas, a partir de evidências de uso potencial ao longo do tempo com uma revisão de outras informações arqueológicas e contextuais, os autores reinterpretaram o objeto fálico de Vindolanda – o primeiro de madeira a ser oficialmente reconhecido como um acessório em tamanho real para uso como instrumento sexual.

Conforme a equipe, outra perspectiva aponta que o utensílio possa ter sido utilizado como um pilão, tanto para triturar especiarias para fins culinários como também ingredientes para tratamentos medicinais ou cosméticos. Finalmente, uma terceira função plausível seria o encaixe em uma estátua existente para que os transeuntes o tocassem para dar sorte.

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