Cientistas usam antenas HAARP para investigar interior de asteroide

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Imagem: JR Ancheta/UAF/GI

Cientistas do projeto HAARP (High-frequency Active Auroral Research Program, ou programa de pesquisa em aurora ativa de alta frequência), instalação localizada no Alaska que é frequentemente acusada de manipular o clima para fins militares (ainda que sem provas), realizou um experimento com o objetivo de proteger a Terra. O conjunto de 180 antenas enviou sinais de rádio de ondas longas para investigar o interior de um asteroide.

Conhecido como 2010 XC15, o asteroide tem cerca de 150 metros de largura e foi classificado pela NASA como potencialmente perigoso, ou seja, por fazer aproximações regulares da Terra a duas distâncias lunares, pode acabar entrando em rota de colisão com o planeta em algum momento.

Os resultados da experiência – realizada no dia 27 de dezembro – estão sendo analisadas e terão seus resultados publicados "nos próximos meses", promete o investigador principal do projeto e engenheiro do Laboratório de Propulsão a Jato (JPL) da NASA, Mark Haynes. "Foi a primeira vez que uma observação de asteroides foi tentada em frequências tão baixas", disse o pesquisador.

Qual a importância do HAARP para pesquisar asteroides?

Caminho projetado para o asteroide 2010XC15 em passagem pela Terra. (Fonte: NASA/JPL/Caltech/Divulgação.)Caminho projetado para o asteroide 2010XC15 em passagem pela Terra. (Fonte: NASA/JPL/Caltech/Divulgação.)Fonte:  NASA/JPL/Caltech 

Atualmente, existem diversos programas cuja missão é detectar a aproximação de asteroides, calcular sua órbita, modelar e teorizar sua superfície. Isso é feito cotidianamente com telescópios ópticos ou com o radar planetário da chamada Rede de Espaço Profundo (DSN), um conjunto de três superantenas da NASA que interagem com diversas estações e naves espaciais.

No entanto, essas imagens – provindas de Goldstone nos EUA, Robledo de Chavela na Espanha e Camberra na Austrália – apresentam uma limitação: elas não fornecem qualquer tipo de informação sobre o interior dos asteroides. 

Ou seja, por trabalhar basicamente com ondas curtas, os sinais rebatem na superfície dos objetos espaciais, entregam ótimas imagens externas, mas não "entram" nos asteroides. Por ir, literalmente, fundo em sua pesquisa, as antenas de Gakona podem se firmar "como uma potencial ferramenta de pesquisa futura para o estudo de objetos próximos da Terra”, aposta Haynes.

Fonte: UAF/HAARP/Divulgação.Fonte: UAF/HAARP/Divulgação.Fonte:  UAF/HAARP 

Como foi feito o experimento do HAARP?

Durante o experimento realizado no final do ano passado, o HAARP usou três geradores poderosos para disparar continuamente sinais de ondas de rádio no asteroide 2010 XC15 por 12 horas, a partir das 2h da manhã do dia 27 de dezembro.

Esses sinais foram captados por antenas de rádio científicas, inclusive operadas por amadores, no mundo inteiro. Em um comunicado, a gerente do HAARP, Jessica Matthews, disse que já foram recebidos até agora mais de 300 relatórios de comunidades de radioamadores e radioastrônomos para ajudar nas análises.

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