Por décadas, cientistas buscam realizar um avanço científico que parecia quase impossível: criar uma fusão nuclear capaz de produzir mais ganho de energia do que perda — algo que pode revolucionar a forma que geramos energia no planeta Terra. Felizmente, nesta última terça-feira (13), foi confirmado que pesquisadores do National Ignition Facility (NIF), na Califórnia, conseguiram produzir mais energia de fusão que a energia usada para causar a reação.
No dia 5 de dezembro de 2022, os cientistas alcançaram o feito ao concentrar 2,05 megajoules de luz laser em uma mini cápsula de combustível de fusão, provocando uma explosão de 3,15 megajoules de energia. A novidade é como um sopro de esperança para milhares de cientistas que dedicam a vida para pesquisar sobre a fusão nuclear, mostrando que, por uma fração de segundo, é possível gerar mais energia do que gastar.
Há décadas, pesquisadores de todo o mundo tentam entender como desenvolver a fusão nuclear para gerar energia limpa em abundância. Dessa forma, a tecnologia poderia ajudar a acabar com combustíveis fósseis, reduzir os problemas climáticos e oferecer mais conforto para as pessoas.
Para criar a reação, lasers esquentam uma cápsula que é comprimida até implodir e gerar a energia.Fonte: LLNL
“A busca da ignição por fusão no laboratório é um dos desafios científicos mais significativos já enfrentados pela humanidade, e alcançá-lo é um triunfo da ciência, da engenharia e, acima de tudo, das pessoas”, afirmou o diretor do Laboratório Nacional Lawrence Livermore (LLNL), Dr. Kim Budil, em nota oficial.
Muita calma nessa hora
Apesar de ser um feito importantíssimo para a humanidade, é necessário explicar que a fusão foi realizada em uma escala muito pequena — mesmo que 3,15 megajoules de energia sejam equivalentes ao poder de três bananas de dinamite. Ou seja, a descoberta não significa que podemos produzir energia em larga escala, trata-se de uma pesquisa científica que não busca nenhum objetivo comercial.
BREAKING NEWS: @ENERGY and @NNSAnews today announced the achievement of #FusionIgnition at @lasers_llnl — a major scientific breakthrough decades in the making that will pave the way for advancements in national security and clean energy: https://t.co/ree9UAJSkf pic.twitter.com/w3oBH06pe8
— Lawrence Livermore National Laboratory (@Livermore_Lab) December 13, 2022
A primeira fusão nuclear representa a esperança de que isso aconteça no futuro, contudo, por enquanto, o NIF realizou testes em miniatura para coletar dados sobre a pesquisa. O objetivo do estudo é fornecer informações para garantir que o arsenal de armas nucleares dos EUA seja seguros.
Segundo especialistas, o resultado da fusão nuclear gera energia limpa por não produzir gases de efeito estufa ou resíduos radioativos. Contudo, a reação só acontece quando alguns materiais são aquecidos em temperatura acima de 100 milhões de graus. No caso do experimento do NIF, foi usada uma cápsula minúscula de diamante com isótopos de hidrogênio, esquentados por lasers a cerca de 150 milhões de graus.
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