Música alta pode causar perda auditiva em 1 bilhão de pessoas, diz estudo
Segundo os pesquisadores, os usuários de fones de ouvido que ouvem música em níveis acima do recomendado têm risco de perda auditiva

Por Jorge Marin
24/11/2022, às 12:00
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Fonte: Shutterstock
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Um hábito muito comum, principalmente entre os jovens, de ouvir música alta em fones de ouvido ou em locais de entretenimento, está prejudicando a audição de uma população que pode chegar a 1,35 bilhão de pessoas entre 18 e 34 anos no mundo. Liderada pela Organização Mundial da Saúde (OMS), a pesquisa foi publicada em meados de novembro na revista BMJ Global Health.
O objetivo do estudo foi determinar uma hegemonia mundial de práticas auditivas inseguras resultantes decorrentes da exposição a dispositivos de escuta pessoal (PLDs na sigla em inglês) e locais de entretenimento barulhentos entre indivíduos ente 12 e 34 anos de idade. A meta-análise pesquisou o número de pessoas que podem estar em risco de perda auditiva entre esses jovens.
Fonte: Shutterstock/Reprodução.
O conceito de prática auditiva insegura – determinado pelos National Institutes of Health (NIH) dos EUA – afirma que, para serem considerados seguros e com baixa probabilidade de causar perda auditiva, os sons devem ser iguais ou inferiores a 70 decibéis. De acordo com o estudo, os usuários de fones de ouvido ouvem música em 105 decibéis, enquanto os ruídos em locais de entretenimento vão de 104 a 112 decibéis.
Para comprovar sua hipótese, os pesquisadores analisaram dados de 33 estudos revisados por pares, todos relativos à perda auditiva em uma população superior a 19 mil pessoas, nas duas últimas décadas. Utilizando um modelo para equalizar os limiares de intensidade e duração da exposição à escuta insegura, os autores chegaram a uma prevalência estimada de 48,20%.
A conclusão do estudo foi que as práticas auditivas inseguras estão disseminadas e são altamente prevalentes no mundo inteiro, podendo colocar mais de 1 bilhão de jovens em risco de perda auditiva. "Há uma necessidade urgente de priorizar políticas focadas na escuta segura. A OMS fornece materiais abrangentes para auxiliar no desenvolvimento e implementação de políticas", recomenda o estudo.
ARTIGO - BMJ Global Health - DOI: 10.1136/bmjgh-2022-010501.

Por Jorge Marin
Especialista em Redator
Redator do Mega Curioso e do TecMundo, Jorge Marin escreve sobre Ciências e Tecnologia desde 2019, conectando conhecimento acadêmico com experiências humanas do dia a dia. É psicólogo, cinéfilo e botafoguense inveterado.