#AstroMiniBR: por que há estrelas na bandeira do Brasil?

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Em publicações semanais, o TecMundo e o #AstroMiniBR, perfil do Twitter que reúne astrônomos e divulgadores de astronomia, selecionam cinco curiosidades sobre o espaço. Confira os destaques desta semana abaixo!

#1: O céu da bandeira nacional

Na última terça-feira foi feriado nacional. A data de 15 de novembro celebra um evento importante na história brasileira: a Proclamação da República. Mas o que isso tem a ver com astronomia?

A relação, de fato, é indireta e é percebida na bandeira brasileira, símbolo máximo da representação da nação no planeta. Além das tradicionais formas do retângulo verde, do losango amarelo e da esfera azul celeste junto a uma faixa branca com os dizeres “Ordem e Progresso” no centro, a bandeira brasileira conta ainda com as 27 estrelas que representam os 26 estados e o Distrito Federal do país.

A atual versão da bandeira foi apresentada apenas 4 dias após a Proclamação da República, substituindo a antiga bandeira imperial. Essa primeira versão, contudo, tinha apenas 21 estrelas, que representavam os estados da época. Somente em 1992 ela passa a ter a forma conhecida por todos nós, adicionando as estrelas referentes aos novos estados do Amapá, Tocantins, Roraima e Rondônia.

A disposição e tamanho de cada estrela foi estabelecida a partir da visão do céu da cidade do Rio de Janeiro na noite de 19 de novembro de 1889 e a única que está acima da faixa branca com o lema do país é o símbolo da estrela Spica, representante do estado do Pará que na época era o maior território próximo ao Equador.

#2: Antes do James Webb x Depois do James Webb

A imagem que você está vendo acima, à direita, foi divulgada pela NASA na última quarta-feira (16) e apresenta uma protoestrela dentro de uma nuvem escura conhecida como L1527 que está escondida dentro da região estreita neste formato de ampulheta cósmica.

Feita com os instrumentos de imagem da câmera de infravermelho do Telescópio Espacial James Webb da NASA (NIRCam), os aspectos mais notáveis da imagem são as nuvens coloridas de azul e laranja nesta que delineiam as cavidades criadas quando o material se afasta da protoestrela e colide com a matéria circundante. As áreas em azul representam a região onde a poeira é mais fina ao passo que as regiões mais laranjas representam as camadas mais espessas de poeira.

Apesar do caos que é a estrutura do sistema L1527, trata-se de um objeto celeste jovem em termos astronômicos: conta com apenas 100.000 anos. Por essa razão, L1527 é considerado o estágio inicial da formação estelar. Protoestrelas como essas, que ainda estão encapsuladas em uma nuvem escura de poeira e gás, têm um longo caminho a percorrer antes de se tornarem estrelas de sequência principal como o nosso Sol.

#3: Conheça o analema solar

Se você olhasse para o Sol na mesma hora todos os dias, do mesmo lugar, ele apareceria no mesmo local no céu? Não precisamos de muito conhecimento astronômico para responder que não. De fato, se a Terra não tivesse um eixo de rotação inclinado e se sua órbita ao redor do Sol fosse perfeitamente circular, essa resposta seria sim. No entanto, a combinação de sua inclinação de 23,5 graus da Terra e o fato de que sua órbita é ligeiramente elíptica produzem um padrão em forma de 8 onde o Sol apareceria em um mesmo instante de tempo ao longo do ano.

Esse padrão é o que se chama de analema. O Sol aparecerá em seu ponto mais alto no céu – e, portanto, o ponto mais alto do analema – durante o verão. Já no inverno o Sol estará no seu ponto mais baixo. As posições intermediárias geram o restante do padrão de analema e irão de acordo com as diferentes latitudes da Terra.

#4: O Telescópio Espacial James Webb e o universo em infravermelho

O belíssimo registro acima foi feito pela equipe de astrônomos do Projeto Céu Profundo e apresenta a famosa Nebulosa da Cabeça do Cavalo. Suas características escuras devem-se à nuvem de poeira opaca que fica na frente da nebulosa de emissão vermelha brilhante.

Ao longo de milhares de anos, os movimentos internos dessa nuvem alterarão sua aparência e a referência devido à pareidolia feita por nós, humanos, irá desaparecer. A coloração vermelha deste registro é atribuída à recombinação dos elétrons com prótons para formar átomos de hidrogênio.

#5: Observando a alimentação de buracos negros supermassivos

Dentre as inúmeras vantagens de se perscrutar o universo em comprimentos de infravermelho, está a capacidade de analisar com detalhes a dinâmica dos buracos negros centrais em galáxias distantes.

A imagem acima apresenta a galáxia NGC 4111 localizada a cerca de 50 milhões de anos-luz de distância da Terra, na direção da constelação de Canes Venatici. Trata-se de uma galáxia lenticular que, ao contrário do que possa parecer em um primeiro olhar, não é lugar exatamente tranquilo.

Em seu centro encontram-se uma série de filamentos que se destacam contra o núcleo brilhante da galáxia. Os astrônomos acreditam que esses filamentos são feitos de poeira associados a um anel de material que circunda e alimenta o buraco negro supermassivo no núcleo da galáxia.

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