Como um rio escondido de 460 km pode afetar o derretimento da Antártida?
Sob a camada de gelo, foi descoberto um rio ativo que sendo mais suscetível às influências do clima, auxilia no derretimento da geleira

07/11/2022, às 13:30

Fonte: Imperial College London
Imagem de Como um rio escondido de 460 km pode afetar o derretimento da Antártida? no tecmundo
Publicado na revista Nature Geoscience, um novo estudo aponta um rio subglacial ativo, que pode ser auxiliar para a perda de gelo na Antártida.
A pesquisa é fruto da colaboração entre o Imperial College London e Universidade de Newcastle, da Inglaterra, Universiti Malaysia Terengganu, da Malásia e Universidade de Waterloo, do Canadá.
O rio, que tem uma extensão aproximada de 460 km, foi descoberto através de radares aéreos, capazes de analisar abaixo da camada de gelo, e modelos que calculam como a água flui, e onde nasce.
Maior que o rio Tâmisa, o rio subglacial tem 460 km de extensão
De acordo com os especialistas, há duas maneiras de rios glaciais se formarem. A primeira é através do derretimento da camada mais externa do gelo, que pode derreter e escorrer por fendas profundas.
O segundo caso, é quando há um derretimento na base da geleira. O atrito do gelo, e o aquecimento recebido do núcleo da Terra, formam veios de água corrente.
A figura "a" mostra formação através do derretimento superficial, e na figura "b", o derretimento da base da geleira.
Ao que tudo indica, o rio subglacial obedece a este segundo tipo, e representa um risco para as geleiras do Polo Sul.
Devido a água ser corrente, esse seria um local mais sensível, que pode aumentar de forma significativa o derretimento do gelo antártico, auxiliando a escoar mais gelo, que se derrete pelo atrito.
Com maior fluxo, em conjunto com outros fatores climáticos, apenas a região estudada, teria o potencial para o aumento de 4,3 metros do nível do mar, em escala global, de acordo com os cientistas.
Os pesquisadores continuam debruçados sobre o assunto, observando e verificando o comportamento do gelo, e a que taxa vem diminuindo, assim como fazem previsões sobre os possíveis impactos do degelo no mundo.

Por Jennifer Mariane Galdino de Queiroga Egues
Especialista em Redator
Estudante da área da saúde e ex-aspirante a Física.