Análise genética aponta achado inédito de família neandertal

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Pela primeira vez, pesquisadores foram capazes de identificar o genoma de membros de uma mesma família de neandertais, em cavernas na Sibéria (região da Rússia). A pesquisa, publicada na revista Nature, foi liderada por cientistas do Instituto Max Planck de Antropologia Evolutiva.

Os neandertais são uma subespécie humana que se acredita ter sido extinta há cerca de 40 mil anos. Eles faziam uso do fogo, fabricavam ferramentas rústicas para caça, e de acordo com vestígios, já tratavam seus feridos.

Mas pouco se sabe sobre a forma com que se organizavam socialmente, e como as comunidades se formavam. Mas graças aos pesquisadores, esse mistério pode começar a ser desvendado.

Os vestígios apontam que os neandertais viviam em cavernas, e eram mais bem aclimatados para sobreviverem em locais frios.Os vestígios apontam que os neandertais viviam em cavernas, e eram mais bem aclimatados para sobreviverem em locais frios.Fonte:  Shutterstock 

Os cientistas do Instituto Max Planck realizaram uma análise genética de 17 amostras encontradas em duas cavernas na Sibéria. Dessas amostras, foi possível sequenciar o genoma de 13 indivíduos.

Para a surpresa dos pesquisadores, eles descobriram que todos os genomas possuíam alguma coincidência entre si, demonstrando uma parentalidade entre os indivíduos, mesmo que de forma distante. O mais surpreende foi a identificação de um homem e de sua filha adolescente.

Entre as amostras, também foi identificada outra dupla que parece ter parentesco próximo. São eles uma mulher e um homem, que aparentam ter uma relação genética entre tia (ou avó) e sobrinho.

Mas além da parentalidade, o mapeamento genético também trouxe outra surpresa. Através da análise do DNA das amostras, foi possível conjecturar sobre as relações de reprodução entre os neandertais.

De acordo com os achados, a variabilidade genética que é herdada da mãe era bastante diversa, o que indicaria que as mulheres trocavam de comunidades, e que os homens, geralmente, permaneciam nos locais de nascimento.

Todos esses achados são boas pistas sobre a estruturação das comunidades, que aparentam serem compostas por até 20 indivíduos, e sobre possíveis migrações entre elas.

As escavações nas cavernas irão continuar e espera-se que mais peças desse quebra-cabeça social possam ser encontradas, e aos poucos irem se encaixando para que possamos compreender melhor a estrutura comunitária de nossos ancestrais.

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