Cientistas relatam caso de coinfecção por varíola de macacos, covid e HIV

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Um estudo de caso publicado em meados de setembro, na revista científica Journal of Infection, por cientistas da Universidade de Catânia, na Itália, revela o primeiro relato documentado de uma coinfecção pelo vírus da varíola de macacos (Orthopoxvirus/monkeypox), o vírus da covid-19 (SARS-CoV-2) e o vírus da aids (HIV).

O paciente apresentado é um homem italiano de 36 anos que, em uma passagem de cinco dias pela Espanha, teve relações sexuais desprotegidas com outros homens. Nove dias após seu retorno, ele teve febre, dor de garganta e de cabeça, fadiga e aumento dos gânglios linfáticos. Testado, foi confirmada a infecção por SARS-CoV2, inicialmente.

Depois, ele apresentou erupções cutâneas no rosto e outras partes do corpo, com formação de pústulas. Submetidas ao RT-PCR, suas amostras biológicas confirmaram a infecção por varíola de macacos. Ele também testou positivo para HIV, e a subvariante da covid-19 revelou-se como a ômicron BA.5.1.

Fonte: Nolasco et al./Divulgação.Fonte: Nolasco et al./Divulgação.Fonte:  Nolasco et al. 

Qual o significado dessa coinfecção por monkeypox, SARS-CoV-2 e HIV?

A importância desse estudo, diz o texto, é destacar que os sintomas da varíola de macacos e da covid-19 podem às vezes se sobrepor, caso em que uma coleta anamnésica, que aborde os hábitos sexuais do paciente, é fundamental na realização de um diagnóstico preciso. Por isso, no caso de indivíduos com histórico de viagens recentes a regiões com surtos da varíola, um swab orofaríngeo deve ser feito, mesmo na ausência de erupções na pele.

Além disso, o caso deixou claro que relações sexuais podem ser a forma predominante de transmissão. Dessa forma, é aconselhável uma triagem completa de IST após o diagnóstico de varíola de macacos. Não por acaso, o paciente estudado testou positivo para HIV-1, com uma infecção presumidamente recente, dada a contagem alta dos linfócitos CD4.

Como o swab para diagnóstico da varíola de macacos estava positivo após 20 dias, estima-se que o paciente ainda continuou contagioso por vários dias mesmo após a remissão clínica. Por ser este o único caso conhecido de coinfecção pelos três vírus, ainda não há evidências de que isso possa agravar a condição do paciente. Ele foi aconselhado a se isolar em casa e já iniciou o tratamento para a infecção por HIV.

ARTIGO - Journal of Infection - DOI: 10.1016/j.jinf.2022.08.014.

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