Considerada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como "emergência de saúde pública de interesse internacional", a varíola de macacos evoluiu de uma zoonose viral (transmitida aos homens por animais) restrita a alguns países da África para uma doença que pode ser transmitida entre pessoas e já está presente em diversos países da Europa e continente americano.
Com sintomas parecidos com os da varíola comum, embora clinicamente menos graves, a doença transmitida pelo vírus chamado de monkeypox se espalhou por diversos lugares do mundo. Nesse cenário, o Brasil atingiu no domingo (21) 3.788 casos, o terceiro lugar entre os países com mais doentes confirmados, atrás apenas da Espanha, com 5.792 e dos Estados Unidos, com 14.594.
Atividades física feita com supervisão traz inúmeros benefícios para a saúde (crédito: Shutterstock)
Se o estado de emergência internacional declarado pela OMS ainda não significa medidas restritivas como as tomadas durante a covid-19, algumas ações precisam ser priorizadas, como a quebra da cadeia de transmissão.
Qual o risco de se contaminar com a varíola de macacos?
Apesar de especialistas do mundo inteiro estarem tentando descobrir a forma exata pela qual o vírus está sendo transmitido, já se sabe que a maioria dos casos (94%) no surto iniciado em maio ocorreu entre homens que mantiveram relações sexuais ou contatos íntimos com outros homens. Isso faz com que contrair o vírus fora do contexto sexual seja um risco "extremamente baixo", segundo especialistas entrevistados pelo Insider.
Isso não significa, no entanto, que a varíola de macacos seja uma DST (doença sexualmente transmissível). Qualquer pessoa pode contrair o vírus, inclusive crianças, e até da placenta para o feto. A doença se espalha através dos fluidos corporais: suor, saliva, pus das lesões da pele características do vírus, conversas próximas ou em superfícies como toalhas e lençóis.
É possível contrair a varíola de macacos em piscinas e academias?
De acordo com especialistas dos Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos EUA, o vírus monkeypox não é transmitido pela água, o que coloca como "improvável" a sua propagação em piscinas, principalmente se tratadas com níveis adequados de cloro. No entanto, o compartilhamento de toalhas ou roupas à beira da piscina é fortemente desaconselhado.
Falando ao site SwinSwan, a professora de Medicina Jessica Justman, da Escola de Saúde Pública Mailman de Columbia, nos EUA, também considera "improvável" contrair o vírus da varíola de macacos em academias.
Embora o microrganismo possa ser transmitido por fluidos corporais, como o suor, a maioria dos equipamentos de ginástica não é muito porosa, tornando-se fácil de limpar com práticas de limpeza que se tornaram padrão após a covid-19.