Como o mindfulness, ou atenção plena, pode aliviar sintomas de ansiedade

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*Este texto foi escrito com base em informações de agências e autoridades sanitárias, hospitais e especialistas em saúde. Para uma melhor orientação sobre a adoção de uma prática que pode interferir na sua saúde, procure um médico.

A prática da atenção plena, popularmente mais conhecida como mindfulness, tem se tornado um tratamento coadjuvante, quando não, o principal tratamento, para sintomas de ansiedade e depressão.

O mindfulness tem suas raízes em práticas de meditação budista, e foi utilizada como ferramenta terapêutica pela primeira vez por Jon Kabat-Zinn, professor da Escola de Medicina da Universidade de Massachusetts, Estados Unidos, em meados de 1979. Ele desenvolveu um treinamento para redução de estresse baseado nas práticas de meditação.

A prática do mindfullness pode ajudar a controlar sintomas de depressão e ansiedadeA prática do mindfullness pode ajudar a controlar sintomas de depressão e ansiedadeFonte:  Shutterstock 

Qual o objetivo do mindfulness? 

A ansiedade é um processo natural do nosso organismo, mas em alguns casos ela se torna uma patologia. Quando estamos sempre preocupados com o futuro, antecipando situações que podem não acontecer, ou mesmo remoendo fatos do passado insistentemente, a ansiedade se torna um problema.

Nessa área de preocupações sem fim com o passado ou com o futuro, nos esquecemos de viver o presente, e aqui entra a atenção plena. Através da meditação com exercícios de respiração e de foco, o mindfulness leva o indivíduo a perceber o presente, e permanecer nele, consciente de seus pensamentos e emoções, sem julgá-los como bons ou ruins.

A atenção deve estar voltada para sua respiração, controlando-a e se acalmando.A atenção deve estar voltada para sua respiração, controlando-a e se acalmando.Fonte:  Shutterstock 

Através dessa técnica de controle da respiração, e de foco, seja no seu corpo ou em seus pensamentos e emoções, as pessoas podem ter um melhor controle de si, conseguindo silenciar pensamentos ruins, repetitivos, ou sentimentos de culpa. Tendo controle de si e de suas emoções, há uma diminuição da ansiedade e maior facilidade em evitar pensamentos que possam te levar a um estado ansioso.

Não se espera, contudo, que a pessoa não projete o futuro, ou que se esqueça do passado, mas, através da prática de meditação, se conecte com o agora, racionalmente, processando e identificando as emoções que as situações do dia a dia evocam, e trabalhe com elas para solucioná-las no presente.

A atenção plena, quando praticada com frequência adequada, pode tornar a pessoa mais consciente de si, de seu corpo, e melhora a atenção, além de promover bem-estar físico e melhorar a regulação emocional.

Mindfulness tem respaldo científico? 

As práticas de atenção plena têm diferentes frentes de atuação, podendo ser voltadas para depressão, ansiedade, estresse, e são baseadas em teorias psicoterapêuticas como a cognitivo-comportamental, entre outras. Estudos têm sido realizados sobre sua eficácia e têm demonstrado uma melhora significativa em casos de ansiedade e depressão.

Com resultados que mostram melhora significativa nos sintomas da ansiedade, do sono, melhor regulação do humor e das emoções, assim como melhora dos sintomas de depressão, dores físicas e sintomas de doenças psicossomáticas, a prática do mindfulness tem se tornado bem aceita nos serviços de saúde.

Além da meditação, as PNPIC incluem, aromaterapia, acupuntura e mais 26 especialidades.Além da meditação, as PNPIC incluem, aromaterapia, acupuntura e mais 26 especialidades.Fonte:  Shutterstock 

No Brasil, a prática da meditação faz parte da Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares (PNICS) ofertada no Sistema Único de Saúde (SUS), desde 2017.

Mas apesar dos múltiplos relatos de benefícios, o mindfulness ainda não é uma prática completamente comprovada cientificamente. Apesar de haver estudos que comprovem a eficácia, as pesquisas quantitativas, avaliando o real potencial de melhora dos pacientes ao longo do tratamento e os resultados após a intervenção, ainda são escassas.

A maioria dos estudos é de caráter qualitativo, que contam com revisões bibliográficas, ou com entrevistas de pessoas que geralmente são praticantes, e consequentemente dão mais enfoque nos pontos positivos da técnica terapêutica.

Há alguma contraindicação para o mindfulness?

Sim, pode haver contraindicações e um limite saudável para a prática de atenção plena. Um estudo realizado pela Universidade de Bangor, Reino Unido, relatou que 25% dos praticantes do mindfulness experimentaram “reações adversas” da prática.

Essas reações foram ocasionadas por um excesso da prática da meditação, e incluem ataques de pânico, depressão e também casos de dissociação e problemas para dormir.

Para casos assim, há uma instituição sem fins lucrativos chamada Cheetah House, que auxilia pessoas que tiveram experiências ruins com a prática de mindfulness, ou outros tipos de meditação.

Fique atento para os limites, pois o excesso pode gerar problemas, como insônia e aumento da ansiedadeFique atento para os limites, pois o excesso pode gerar problemas, como insônia e aumento da ansiedadeFonte:  Shutterstock 

No entanto, se realizada da maneira correta, o mindfulness traz diversos benefícios e pode ser utilizado como ferramenta para alívio de estresse e ansiedade. E em breve, mais estudos devem ser realizados para que possamos ter a certeza de sua eficácia e em quais casos essa prática é contraindicada.

Caso você deseje iniciar uma prática meditativa, procure um terapeuta qualificado e certificado para te orientar. Ele saberá indicar a quantidade de tempo adequado e como deve ser feita cada sessão. Tomando todos os cuidados, esse prática tem muitos benefícios a oferecer.

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