Cientistas criam novo revestimento que evita embaçamento de lentes

Cientistas anunciaram a descoberta de um novo tipo de revestimento para superfícies plásticas que é capaz de evitar o embaçamento. Com seu uso, diminui a necessidade de reaplicações frequentes de material.

Além disso, a tecnologia é autolimpante. Ou seja, automaticamente elimina resíduos orgânicos que possam estar aderidos na superfície. A expectativa é que a tecnologia seja empregada na produção de lentes para óculos.

Novo revestimento pode ser usado em lentes de óculos, para evitar que embaçem (Fonte: Shutterstock)

O novo revestimento consiste em uma fina camada dupla de dióxido de silício e dióxido de titânio. Ela é aplicada com uma técnica de duas etapas. Na primeira, a superfície do polímero é tratada com plasma de oxigênio, para limpeza.

Em seguida, um filme fino desses elementos é depositado por meio do uso de laser de pulso. Nessa aplicação, um feixe é usado para vaporizar o material até que seja obtido a espessura desejada do revestimento.

Durante a formação dessas camadas, também são depositadas gotículas de água sobre a lente. Elas se espalham em um filme uniforme e proporcionam a propriedade antiembaçante do material. Esse é o mesmo processo usado em outras técnicas de revestimento com essa característica.

Material autolimpante

Esses elementos têm capacidade de reagir quando estão sob exposição à luz do sol. Em outras palavras, são fotocatalíticos. Nessas reações, são capazes de eliminar os resíduos orgânicos.

Isso gera a sua capacidade de autolimpeza. Quebrando as estruturas dos contaminantes, como bactérias ou sujeira, é capaz de manter a superfície do polímero mais limpa com apenas um banho de sol.

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Nos experimentos realizados pelos pesquisadores da Universidade de Singapura, o revestimento resistiu à abrasão e permaneceu pegado ao plástico em testes de remoção. A tecnologia é excelente para ser aplicada em lentes de óculos - muitas são feitas de polímeros.

"Os resultados comprovam a funcionalidade do nosso revestimento", diz o pesquisador Sun Ye, primeiro autor do estudo, ao site New Atlas. "Além disso, a fabricação é fácil e rápida. Isso torna nossa inovação única entre outros métodos antiembaçantes."

ARTIGO Applied Surface Science: doi.org/10.1016/j.apsusc.2021.152307