menu
Logo TecMundo
Ciência

Usar redes sociais antes de dormir pode causar insônia, diz estudo

O acesso às redes sociais antes de dormir expõe o cérebro à luz azul dos celulares, que inibe a produção de melatonina, hormônio indutor do sono

Avatar do(a) autor(a): Jorge Marin

schedule16/02/2022, às 13:30

Usar redes sociais antes de dormir pode causar insônia, diz estudoFonte:  cottonbro/Pexels 

Imagem de Usar redes sociais antes de dormir pode causar insônia, diz estudo no tecmundo

O acesso às redes sociais ou qualquer tipo de plataforma interativa da internet logo antes de dormir pode levar a distúrbios do sono, que favorecem o surgimento de doenças prejudiciais à saúde mental, como ansiedade e depressão. 

Quem faz o alerta é a médica Sandra Doria, pesquisadora do Instituto do Sono, instituição sem fins lucrativos que financia pesquisas científicas nessa área de conhecimento. 

smart_display

Nossos vídeos em destaque

Citando um estudo feito em 2015, na Noruega, com uma população de quase 10 mil adolescentes entre 16 e 19 anos, publicado na revista BMJ Open, ela afirma, em comunicado da instituição, que a tendência de acessar as redes sociais antes de dormir é muito comum principalmente entre os jovens. Porém, esse hábito prejudica o mecanismo natural do adormecimento, que demanda uma atmosfera relaxante e menos iluminada antes de dormir.

Isso ocorre porque a exposição do cérebro à luz azul emitida por celulares e tablets inibem a produção de melatonina, hormônio que induz o corpo ao sono e ao jejum. Como a liberação da substância é regulada pelos olhos (pela diminuição de luz) e pelo cérebro, os chats e a postagem de mensagens faz com que os internautas fiquem acordados por mais tempo e durmam em horários inconstantes. 

Insônia, ansiedade e depressão

Fonte: cottonbro/Pexels/Reprodução.Fonte: cottonbro/Pexels/Reprodução.

Quanto à conexão entre alterações do sono e ansiedade, ela é bidirecional, segundo Sandra Doria. “O paciente com dificuldade para dormir acorda com fadiga, sonolento, cansado e pouco produtivo, passando o dia preocupado com a situação que vai vivenciar à noite. Pode até criar uma aversão a ir para a cama, por pensar que irá dormir mal, não terá um sono reparador”, explica a médica. 

A relação entre insônia e depressão também é bilateral, diz Doria. “O paciente dorme mal e acaba colocando isso como grande problema, o que favorece a depressão”. Em contrapartida, cerca de 90% dos pacientes depressivos apresentam algum tipo de distúrbio do sono, como insônia, apneia obstrutiva do sono ou a síndrome das pernas inquietas. 

Esses distúrbios interferem na duração e na gravidade dos episódios depressivos, bem como no risco de recaídas. E, mesmo entre os pacientes já tratados e com remissão completa para os sintomas afetivos de depressão, "a insônia pode permanecer como um sintoma residual", afirma a médica.