Conheça todos os tipos sanguíneos e as principais diferenças entre eles

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O sangue está presente em nosso corpo e é tão fundamental à vida que há várias campanhas de incentivo ao cidadão comum para que seja um doador de sangue. Mas você conhece todos os tipos sanguíneos e suas características? Sabe algo sobre a compatibilidade entre aquelas letrinhas e símbolos? Então venha conosco para entender um pouco mais do assunto.

Quais são os tipos sanguíneos?

Os tipos sanguíneos são conhecidos também como o “sistema ABO”. Quem os descobriu e se tornou responsável por catalogá-los foi o médico e cientista austríaco Karl Landsteiner no início do século XX.

Nosso sangue pode ser de um dos quatro tipos presentes no “sistema ABO”. São eles os descritos a seguir.

  • Sangue A

Esse é um dos tipos sanguíneos mais comuns. No Brasil, o sangue tipo A representa 42% da população. Nele, os glóbulos vermelhos carregam a proteína A, também conhecida como antígeno A, e um antígeno anti-B, responsável por detectar sangue estranho. Em outras palavras, seu doador de sangue só pode ser do tipo A ou O.

  • Sangue B

Dos tipos mais raros de sangue. Nele, a proteína é o antígeno B e o anti-A, essa última responsável pela detecção de sangue estranho. No Brasil, apenas 10% da população têm sangue do tipo B. Só pode receber doações de pessoas do tipo B ou O.

Doação de SangueTipos sanguíneos e a doação de sangueFonte: Doe Sangue/ Reprodução

  • Sangue AB

É o mais raro dos tipos sanguíneos, misto entre os dois anteriores. Pessoas com esse tipo de sangue têm antígenos A e B. São conhecidas como receptores universais, ou seja, o corpo delas tem compatibilidade com qualquer tipo sanguíneo sem reação adversa. No Brasil, são apenas 3% de pessoas com esse sangue.

  • Sangue O

Outro da turma dos populares, o sangue O é chamado de doador universal. Não carrega antígenos B ou A, porém tem antígenos anti-A e anti-B, o que significa que sua compatibilidade é exclusiva com doadores do sangue tipo O. No Brasil, 45% da população tem esse tipo sanguíneo.

Doenças relacionadas com o sangue

Com um papel fundamental em nosso organismo, não é de se estranhar que existam doenças que possam comprometer suas funções. As doenças do sangue exigem nossa atenção, mas pode ficar tranquilo que, se diagnosticadas no estágio inicial, podem ser tratadas e controladas.

As principais doenças relacionadas com o sangue são as descritas a seguir.

  • Anemia

Doença caracterizada pela taxa baixa de hemoglobina no sangue. Uma pessoa com anemia tem carência de nutrientes como ferro, zinco, proteínas e vitamina B12.

  • Anemia Falciforme

Mais incomum que a anterior, a anemia falciforme afeta a produção de glóbulos vermelhos no sangue. Não há cura para ela, mas pode ser controlada com acompanhamento médico.

  • Hemofilia

É um distúrbio causado pela coagulação inadequada do sangue, acarretando um sangramento em excesso caso ocorra um ferimento.

  • Transtorno das plaquetas

Com função de combater a perda de sangue, as plaquetas podem apresentar um transtorno quando sua produção é em maior ou menor número. Esse problema pode resultar no desenvolvimento de doenças como artrite, linfoma, leucemia, lúpus, hiperesplenismo e púrpura trombocitopenia.

  • Distúrbio das células sanguíneas

Entre as principais doenças do sangue, o distúrbio das células sanguíneas é caracterizado por problemas na produção de glóbulos brancos e pode dificultar o combate de infecções no organismo ou até resultar em câncer.

Como descobrir seu tipo sanguíneo

(Fonte: Unsplash)Fonte:  Unsplash 

Existe um exame chamado tipagem sanguínea. Nela, os médicos observam o sistema ABO para obter seu tipo de sangue, bem como o fator Rh, para entender se ele é positivo ou negativo. Quem tem algum plano de saúde pode procurar agendar um. Via Sistema Único de Saúde (SUS), o paciente precisa consultar um médico, o qual indicará o exame.

Saber seu tipo sanguíneo é fundamental em situações em que uma transfusão de sangue é necessária e não haja tempo de um teste laboratorial para descobri-lo.

Quem descobriu os tipos sanguíneos?

(Fonte: Laboratório Oswald Cruz/ Reprodução)Karl Landsteiner, médico e biólogo.Fonte:  Reprodução 

A pesquisa desenvolvida pelo médico e cientista austríaco Karl Landsteiner foi o passo inicial para que as transfusões de sangue fossem mais seguras. Usando seu sangue e o de integrantes do seu grupo de pesquisa, ele mapeou o padrão comportamental dos coágulos.

O médico separava cada amostra em células sanguíneas vermelhas e plasma. Na sequência, combinava o plasma de uma pessoa com células de outra. Ela revelou que pessoas que tivessem o mesmo tipo sanguíneo ou sangue com compatibilidade entre si poderiam receber transfusões uma das outras. Foi essa a descoberta que rendeu a Landsteiner o prêmio Nobel de Medicina em 1930.

Falta de compatibilidade levava à morte

Tipos sanguíneosTipos sanguíneos.Fonte: Freepik

Em seu laboratório, o médico e  cientista notou que algumas combinações causavam aglutinação dos glóbulos vermelhos, enquanto outras não. Na prática, se essa situação ocorre dentro dos vasos sanguíneos, o fluxo de sangue é interrompido, podendo levar a óbito.

A conclusão a que Landsteiner chegou era cristalina: a morte de pessoas após uma transfusão de sangue estava diretamente relacionada à compatibilidade entre os tipos sanguíneos do doador e do receptor.

Foi assim que ele separou os sujeitos em três grupos distintos, nomeando-os arbitrariamente como A, B e C — esse último, mais tarde, viria a ser renomeado como O. Já o grupo AB foi uma descoberta feita anos depois.

O fator Rh

Fonte:  Shutterstock 

Além do “sistema ABO”, os tipos sanguíneos são classificados de acordo com o fator Rh em Rh+ ou Rh-. Este é uma proteína que pode ser encontrada na superfície das células do sangue responsáveis pelo transporte de oxigênio.

O fator Rh, também chamado de fator Rhesus, é utilizado para classificar os tipos sanguíneos sobre a presença (Rh+) ou não (Rh-) da proteína. Ela não afeta a saúde, mas é útil para garantir a segurança das transfusões de sangue ao assegurar que haja compatibilidade entre eles.

A importância de ser um doador de sangue

(Fonte: Unsplash)Fonte:  Unsplash 

Poucas atitudes demonstram mais amor ao próximo do que se tornar um doador de sangue. Uma única doação de sangue pode salvar até 4 pessoas. No Brasil, são coletadas cerca de 3,6 milhões de bolsas de sangue por ano.

É como se 1,8% da população brasileira tivesse o hábito regular de doar sangue. Ainda que seja um percentual dentro dos parâmetros estabelecidos pela Organização Mundial da Saúde (OMS), as autoridades sempre procuram aumentar esse índice.

Ser um doador de sangue é simples. Basta levar um documento oficial com foto, estar bem de saúde, ter entre 18 e 69 anos, pesar mais de 50 kg, não estar em jejum e não ter feito ingestão de bebida alcoólica nas 12 horas anteriores. Homens podem fazer até 4 doações por ano, já mulheres podem fazer até 3.

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