Gases do efeito estufa atingiram recorde em 2020, diz agência da ONU

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Imagem: Albert González Farran/ONU

Às vésperas da realização da Conferência das Nações Unidas para Mudanças Climáticas, a COP 26, marcada para o final deste mês, um relatório divulgado na segunda-feira (25) pela Organização Meteorológica Mundial (OMM), vinculada à ONU (Organização das Nações Unidas), trouxe números sombrios sobre o assunto, apurados em 2020.

Segundo o Boletim de Gases de Efeito Estufa, apesar da desaceleração econômica ocorrida durante a pandemia, não houve nenhuma redução nas concentrações dessas substâncias na atmosfera. As concentrações médias globais de dióxido de carbono (CO2) chegaram ao patamar de 413,2 partes por milhão em 2020. O índice, que é 50% maior do que antes da Revolução Industrial, indica que a temperatura global continuará subindo.

Para o secretário-geral da OMM, Petteri Taalas, "veremos um aumento de temperatura até o final deste século muito além das metas do Acordo de Paris de 1,5° C a 2° C”. De acordo com o meteorologista finlandês, o não atingimento das metas trará "grandes repercussões negativas" para a qualidade de vida de todos os habitantes e para a situação do planeta, além de comprometer perigosamente as gerações futuras.

A Amazônia passou de absorvedora a emissora de CO2. (Fonte: Mídia NINJA/Flickr/Reprodução.)A Amazônia passou de absorvedora a emissora de CO2. (Fonte: Mídia NINJA/Flickr/Reprodução.)Fonte:  Mídia NINJA/Flickr 

Principais impactos dos gases de efeito estufa

A principal causa do aquecimento global no mundo é o CO2 proveniente da queima de combustíveis fósseis e da produção de cimento. Cerca de metade desse gás produzido por atividades humanas vai direto para a atmosfera, enquanto a outra é absorvida pelos oceanos, árvores e plantas terrestres.

No entanto, em um efeito cascata perverso, o aquecimento global está tão elevado, que vem prejudicando a capacidade natural do mundo de absorver as emissões de gases do efeito estufa. Um exemplo disso é a Amazônia brasileira que, de absorvedora de CO2, tornou-se emissora, à medida que uma sucessão de incêndios florestais, secas e extração descontrolada de madeira destroem as árvores protetoras.

Também o metano, que é responsável por 16% do aquecimento global, tem suas emissões ligadas a atividades humanas, como a pecuária e a produção de combustível fóssil. Embora prejudicial, o biogás tem um tempo de vida relativamente curto, o que significa que uma eventual redução das emissões, como a prometida pelos Estados Unidos e União Europeia, teriam um rápido impacto.

Para Petteri Taalas, todos os olhos estarão voltados para a abertura da Cúpula Climática – COP-26 – na expectativa de uma elevação dramática nos compromissos assumidos pelas autoridades mundiais. Além disso, alerta o secretário-geral, é urgente repensar os atuais sistemas industriais, de energia e transportes do mundo inteiro, assim como o nosso próprio modo de vida. "Não há tempo perder", conclui.

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