Pesquisadores do Reino Unido e do Instituto de Olhos de Guangdong, na China, descobriram que a degeneração macular devido à idade, catarata e doenças oculares relacionadas ao diabetes estão associadas ao aumento do risco de desenvolver demência. O novo estudo aponta que a deficiência visual pode ser um dos primeiros sinais da doença.
O artigo, publicado em 13 de setembro no British Journal of Ophthalmology, examinou dados de 12.364 adultos britânicos com idades entre 55 e 73 anos. Eles foram avaliados em 2006 e novamente em 2010, e depois tiveram suas informações de saúde rastreadas até o início de 2021. Entre os estudados, mais de 2.300 casos de demência foram documentados.
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Avaliando os dados, os pesquisadores descobriram que participantes com doenças oculares relacionadas ao diabetes tiveram o risco de desenvolver demência aumentado em impressionantes 61%. Já a degeneração macular relacionada à idade aumentou o risco em 26% e a catarata teve um risco 11% maior. O glaucoma não foi associado a um aumento significativo no risco de desenvolvimento de demência.
Os pesquisadores descobriram que pessoas com doenças cardíacas, diabetes, derrame e depressão também tinham maior probabilidade de serem diagnosticadas com demência. Esse risco aumentava ainda mais entre pessoas com uma das doenças listadas anteriormente acompanhada de algum tipo de problema ocular.
O problema da demência
Altamente limitante, a demência causa dificuldades cognitivas e atinge a parcela mais idosa da população. Em 2019, cerca de 57,4 milhões de pessoas conviviam com a doença, segundo dados do estudo Global Burden of Disease (GBD), um conjunto de estimativas de tendências de saúde em todo o mundo. A estimativa é que esse número quase triplique até 2050, chegando a atingir mais de 152 milhões de pessoas em todo o mundo.
O Brasil é considerado o segundo país com mais casos de demência no mundo. Temos cerca de um milhão de pessoas convivendo com a doença atualmente — os casos dobraram em 30 anos e devem quadruplicar até 2050 por aqui. Os dados são de um estudo publicado este ano na Revista Brasileira de Epidemiologia.
ARTIGO British Journal of Ophtalmology: doi.org/10.1136/bjophthalmol-2021-319508
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