Ciência

MIT e Harvard criam máscara que detecta coronavírus; veja como funciona

Tecnologia de detecção viral pode ser aplicada a roupas e prevenir infecções por vírus e outras ameaças

17/09/2021, às 07:00

MIT e Harvard criam máscara que detecta coronavírus; veja como funciona

Fonte:  MIT/Divulgação 

Imagem de MIT e Harvard criam máscara que detecta coronavírus; veja no tecmundo

Já é realidade a máscara capaz de detectar o coronavírus em seu usuário. Com precisão tão alta quanto os testes RT-PCR – considerados padrão-ouro atualmente –, o dispositivo criado por engenheiros do MIT em parceria com a Universidade de Harvard (ambas nos Estados Unidos) pode dar o diagnóstico de covid-19 ao usuário em cerca de 90 minutos. Para isso, a máscara utiliza um minúsculo sensor descartável. A novidade foi publicada em junho, na revista científica Nature Biotechnology.

A tecnologia da máscara também pode ser adaptada no futuro para detectar outras ameaças e vírus e utilizada em uniformes profissionais como jalecos — o que pode oferecer uma nova maneira de monitorar a exposição de profissionais de saúde a vírus e outras ameaças. Os sensores virais são feitos com um material que foi desenvolvido durante a última década para uso em diagnósticos de vírus causadores de doenças como Ebola e Zika.

Como a máscara funciona?

Nova máscara com dispositivo detector de vírusNova máscara com dispositivo detector de vírus

Os sensores vestíveis da máscara são baseados na tecnologia que James Collins, professor do Departamento de Engenharia Biológica do MIT e autor sênior do estudo, começou a desenvolver em 2014. Na época, ele demostrou que proteínas e ácidos nucleicos que criam redes de genes sintéticos reagentes a determinadas moléculas-alvo poderiam ser incorporados a um papel. Em 2017 ele aperfeiçoou a ideia utilizando a ferramenta de edição genética CRISPR.

Collins e sua equipe separaram componentes dos vírus por meio de liofilização – processo de desidratação que não passa pelo estado líquido –, o que faz com que eles permaneçam estáveis por muitos meses, até serem reidratados. Quando ativados pela água, esses componentes interagem com a molécula alvo – coronavírus, por exemplo – e produzem um sinal, como uma mudança na cor do dispositivo.

Os sensores podem ser projetados para produzir diferentes tipos de sinais: além de mudança de cor que pode ser vista a olho nu, pode ser um sinal fluorescente ou luminescente – que pode ser lido com um espectrômetro portátil. 

Os sensores da máscara podem ser ativados pelo usuário no momento em que ele quiser realizar o teste e os resultados são exibidos apenas na parte interna do dispositivo, preservando a privacidade da pessoa que está realizando o teste.

No caso da máscara de diagnóstico, os sensores detectam as partículas virais no hálito do usuário. Ela vem com um pequeno reservatório de água, que é liberada com o toque de um botão quando o usuário quer realizar o teste. Assim, os componentes liofilizados do sensor SARS-CoV-2 são hidratados e analisam as gotículas de respiração acumuladas no interior da máscara.

Quando estará disponível para compra?

Os pesquisadores entraram com o pedido de patente da nova tecnologia e devem passar a trabalhar na versão comercial em breve. Segundo Collins, a máscara facial de diagnóstico deve ficar pronta primeiro. "Já tivemos muito interesse de grupos externos que gostariam de usar os esforços de protótipo que temos e levá-los a um produto aprovado e comercializado”, afirmou o cientista em um comunicado do MIT.

Os primeiros cálculos dão conta de que a máscara com o dispositivo de detecção custaria aproximadamente US$ 5 (cerca de R$ 26) para o usuário final.

E você, usaria uma máscara detectora de covid-19? Conte para a gente nos comentários!

ARTIGO Nature Biotecnology: https://doi.org/10.1038/s41587-021-01061-9.