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Ciência

Ilha mais ao norte do mundo é descoberta no Ártico por expedição científica

Considerada como uma 'ilhota de vida curta' a ilha mais ao norte do mundo pode ter sido formada por sedimentos do fundo do mar acumulados por uma tempestade

Avatar do(a) autor(a): Jorge Marin

schedule01/09/2021, às 06:30

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Um grupo de exploradores e cientistas da Universidade de Copenhague (Dinamarca) que realizava uma expedição pelo extremo norte da Groenlândia, em julho, descobriu, por acaso, uma pequena ilha que pode ser o pedaço de terra localizado mais ao norte do planeta Terra

A princípio, o achado estende as fronteiras do território da Groenlândia, região autônoma do Reino da Dinamarca. 

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IlhaIlha recém descoberta no Ártico (créditos: Morten Rasch)

“Descobrir uma nova ilha não era o nosso objetivo”, reconheceu à agência Reuters o diretor da estação de investigação do Ártico, Morten Rasch. O explorador polar explicou que o objetivo da expedição era tão somente coletar amostras onde pensavam ser a ilha mais ao norte do mundo: Oodaaq. Porém, alterações na cobertura de gelo revelaram que eles não apenas estavam 780 metros ao norte da ilha pesquisada, como pisavam em solo autônomo. 

A nova ilha, ainda sem nome, tem uma área de apenas 30 por 60 metros e é constituída basicamente de pequenos amontoados de cascalho e silte (fragmentos finos de rocha) que podem ter sido empurrados do fundo do mar por uma grande tempestade. Com um relevo cuja altitude varia entre três a quatro metros acima do nível do mar, a formação insular é considerada por Rasch como uma "ilhota de vida curta".

Extremo norte

Em um comunicado à imprensa divulgado pela Universidade de Copenhague, Morten Rasch, que também é professor no Departamento de Geociências e Gestão de Recursos Naturais, explica que todos estavam certos de estar na ilha de Oodaaq, até então a mais setentrional do mundo. Mas, assim que ele postou as fotos e as coordenadas da ilha nas redes sociais, "vários caçadores de ilhas americanos piraram, e disseram que não poderia ser verdade". 

UmanaqPaisagem na baía de Umanaq, no Ártico (créditos: Tetyana Dotsenko/Shutterstock)

Esses "caçadores de ilhas", em sua maioria aventureiros amadores que procuram formações insulares ainda desconhecidas, começaram a reagir de forma tão exaltada nas redes sociais, que Rasch e sua equipe decidiram recorrer a um especialista da Universidade Técnica da Dinamarca (DTU). Enquanto aguardavam a DTU, eles notaram que o GPS estava errado, e que já estavam longe de Oodaaq. "Expandimos ligeiramente o reino", brincou Rasch.

Agora, os pesquisadores pressionam as autoridades para que a ilha descoberta por eles seja chamada de “Qeqertaq Avannarleq”, que significa "ilha mais ao norte" na língua groenlandesa. Pelo menos até que ela desapareça em uma próxima tempestade.