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Magneto? Idosa diz que está ‘atraindo’ moedas após vacina

O vídeo da senhora grudando uma moeda em seu braço e culpando a vacina virou assunto nas redes sociais; especialistas explicam que é impossível

Avatar do(a) autor(a): Giovanna Fantinato

11/06/2021, às 14:30

Magneto? Idosa diz que está ‘atraindo’ moedas após vacina

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Imagem de Magneto? Idosa diz que está ‘atraindo’ metais após vacina e repercute no tecmundo

Imagine que o esperado dia de tomar vacina chega e, após a aplicação, você não está apenas imunizado, mas também com superpoderes no estilo do Magneto, do X-Men? Parece história de ficção científica, mas é o que algumas pessoas estão alegando nas redes sociais.

Vários argumentos, fotos e vídeos foram compartilhados para "provar" que as vacinas têm soluções metálicas e, consequentemente, magnetizam o braço das pessoas. Na Argentina, a usuária Chinda Brandolino, participante do coletivo negacionista "Médicos pela Verdade", afirma em um vídeo muito compartilhado no Facebook que a vacina contém um rastreador.

No Brasil, o vídeo mais famoso circulou pelo WhatsApp e conta com o relato de uma senhora. Confira:

Mas afinal, isso é possível?

Não. Segundo especialistas, é fisicamente impossível que as vacinas contenham as chamadas "soluções metálicas", como dito pelos usuários. Ao Estadão, o físico Alberto Nájera, professor de Radiologia e Medicina Física na Universidade de Castilla-La Mancha, na Espanha, afirma que, para conseguir segurar um ímã na pele, a injeção deveria conter muito material magnético. Para isso, a substância ficaria tão densa que nem passaria pela agulha da seringa.

Para ajudar a desmistificar o suposto "superpoder" dos vacinados, o médico e pesquisador brasileiro Ricardo Parolin divulgou um vídeo em seu Twitter explicando a "mágica" da moeda. "Milagre: água, H2O, umidade", diz a descrição do vídeo.

Ou seja, a resposta de tudo isso é: água. Segundo Nájera, o efeito é gerado pela pressão e sucção causada pela própria umidade da pele. Em relação à conspiração do rastreador, o especialista em tecnologia de saúde, Juanjo Tara, afirma que impossível desenvolver um dispositivo tão pequeno a ponto de poder ser inserido dentro de uma vacina.

"A unidade mínima de computação, que é o transistor, tem tamanho de 7 nanômetros, mas para fazer algo capaz de rastreamento precisamos de milhares de transistores juntos; já seria muito grande e precisaria de uma antena, seria algo que você poderia tocar", contou à Agência EFE.

Além disso, as pessoas também podem acessar todas as fichas técnicas e folhetos informativos das vacinas, que estão disponíveis para que qualquer cidadão possa conferir.


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Por Giovanna Fantinato

Especialista em Redator


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