'Cidade de ouro perdida' de 3 mil anos é descoberta no Egito

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Imagem: Khaled Desouki/AFP/Getty Images

Um comunicado divulgado pelo Conselho Supremo de Antiguidades do Egito na última quinta-feira (8) anunciou o que pode ser a descoberta arqueológica mais importante desde a tumba de Tutancâmon: a mítica “Cidade de Ouro Perdida”, desenterrada sob a antiga capital de Luxor.

Chefiada pelo arqueólogo Zahi Hawass, ex-ministro de Antiguidades, uma missão egípcia descobriu a “maior cidade antiga do Egito” perdida sob a areia. Também conhecida como “Ascensão de Aton” (o deus único), a localidade remonta ao reinado de Amenhotep III e foi também usada pelo rei Tutancâmon, ou seja, há 3 mil anos.

No comunicado, Hawass explica que muitas missões estrangeiras tentaram, em vão, descobrir essa cidade. Quando sua equipe começou a trabalhar no local, o objetivo era encontrar o templo mortuário do Rei Tut. A região foi escolhida por ser um sítio arqueológico, no qual já haviam sido descobertos os templos de Horemheb e Ay.

Conta o arqueólogo que todos ficaram muito surpresos quando, em todos os lugares que cavaram, descobriram muitos tijolos de argila. Logo perceberam que se tratava de uma grande cidade, que se encontrava em bom estado. As ruas eram ladeadas por casas “com paredes quase inteiras e salas repletas de utensílios do dia a dia”.

A importância da descoberta da Cidade Dourada

Fonte: STR/Picture Alliance/Getty ImagesFonte: STR/Picture Alliance/Getty ImagesFonte:  STR/Picture Alliance/Getty Images 

A descoberta dessa cidade permitirá, segundo o comunicado do órgão ministerial, “nos oferecer uma visão geral incomum da vida dos antigos egípcios durante as horas mais luxuosas do [Novo] Império”. Talvez seja também possível uma compreensão dos motivos pelos quais Akhenaton e Nefertiti decidiram transferir sua capital para Amarna.

Na cidade recém-descoberta, além do centro administrativo e industrial do Império, existem três palácios reais. Além disso, foram também localizadas pelos arqueólogos uma área de preparação de alimentos, com uma antiga padaria, um bairro administrativo e uma oficina de construção, por onde transitava um grande número de trabalhadores e funcionários.

Embora o objetivo inicial da missão tenha sido localizar o templo funerário de Tutancâmon, construído pelo rei Ay, algumas inscrições hieroglíficas encontradas em tampas cerâmicas de vasos de vinho faziam referências à cidade dos três palácios reais de Amenhotep III.

Seguindo com as escavações, a equipe encontrou um grande número de descobertas arqueológicas, como anéis, escaravelhos, mais cerâmicas coloridas e, finalmente, os tijolos de barro com os selos do rei Amenhotep III. Com apenas sete meses de escavações, já foi possível descobrir diversas áreas e bairros inteiros da cidade.

Informações que irão mudar a história

Além de palácios e casas, também um grande cemitério foi encontrado na cidade sob a areia. Sua extensão, no entanto, ainda não foi determinada, tendo sido descoberto pela equipe, um grupo de túmulos esculpidos em rochas de tamanhos variados que podem ser acessados por escadas talhadas na rocha.

Como apenas um terço da área total da cidade foi descoberto até agora, a missão espera detectar muitos tesouros ainda ocultos em tumbas intocadas. Embora as escavações já realizadas tenham permitido o acesso à camada original de atividades da cidade, existe ainda muito a ser revelado sobre a família Tutancâmon.

Segundo os arqueólogos, a continuação dos trabalhos de escavação irão abranger em seguida a área identificada como o potencial templo funerário do Rei Tut. Para Hawass, apesar de terem muitas informações sobre tumbas e templos, "esta é a primeira vez que segredos foram revelados sobre a vida dos reis da idade de ouro do Egito".

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