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Ciência

CFM mantém aval à cloroquina, mas punirá médico que indicar kit covid

Embora admita que existe um excesso em relação à prescrição do tratamento precoce, o presidente do CFM diz que o médico sabe o que faz

Avatar do(a) autor(a): Jorge Marin

schedule26/03/2021, às 14:30

CFM mantém aval à cloroquina, mas punirá médico que indicar kit covidFonte:  Reuters 

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Mesmo após extensa documentação publicada ao longo dos últimos meses, com estudos científicos e reiteradas manifestações da Organização Mundial da Saúde (OMS), que afirmam e atestam a ineficácia de medicamentos como a cloroquina contra a covid-19, desaconselhando o uso do remédio, o Conselho Federal de Medicina (CFM) defende que não há consenso para proibir o medicamento.

Em entrevista ao Estadão na quinta-feira (25), o presidente do importante órgão de classe, Mauro Ribeiro, disse que o CFM irá manter o seu polêmico parecer de abril do ano passado que autoriza os médicos brasileiros a prescreverem o remédio, defendendo que estes profissionais têm autonomia para indicar as medicações que julgarem necessárias.

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No entanto, quando questionado sobre os relatos recentes dos efeitos colaterais graves associados ao uso do conhecido “kit covid”, que também inclui remédios como a azitromicina e a ivermectina, o presidente afirmou que profissionais que alardearem o kit como cura milagrosa, ou prescreverem coquetéis de medicamentos que possam causar danos à saúde, responderão sindicâncias nos conselhos regionais.

"O médico brasileiro não precisa de ninguém para tutorar"

Fonte: Reuters/ReproduçãoFonte: Reuters/Reprodução

Durante a entrevista, o jornal paulista continuou questionando a manutenção do Parecer CFM 4, de 2020, perguntando se os estudos randomizados duplo cego, considerados padrão ouro da pesquisa clínica, comprovando a ineficácia da cloroquina e azitromicina, não teriam peso para o conselho. Mauro Ribeiro respondeu que "essa ideia de que a ciência já concluiu que essas drogas não tem efeito não é 100% verdadeira”.

O presidente do CFM disse que não entende por que tamanha resistência de se respeitar a autonomia do médico e do paciente no tratamento de uma doença que ainda não tem tratamento conhecido. Mas ressalta que “o nível do médico brasileiro é muito bom, ele estuda, não precisa de ninguém para tutorá-lo”.  

Ao final da entrevista, Ribeiro afirma que, quando "nós tivermos vacina, e nós vamos ter, acho que a gente só não vai alcançar os Estados Unidos".,