Código-fonte do ‘TrateCovid’ ainda oferece cloroquina como tratamento

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Na quarta-feira passada (13), o Ministério da Saúde lançou o aplicativo TrateCov para auxiliar “os profissionais de saúde na coleta de sintomas e sinais de pacientes visando aprimorar e agilizar os diagnósticos da Covid-19". Segundo o Ministério, o TrateCov entrega opções terapêuticas disponíveis na literatura científica atualizada. De acordo com o código-fonte do site, as “opções terapêuticas” envolvem: ivermectina, cloroquina, hidroxicloroquina, azitromicina, sulfato de zinco, doxiciclina, zinco e dexametasona.

O código-fonte apenas oferece medicamentos sem eficácia comprovada contra covid

Os medicamentos em questão, segundo a própria Anvisa e diversos outros órgãos, bem como a própria Organização Mundial de Saúde, não servem como tratamento precoce ou oferecem qualquer tipo de ajuda no tratamento para o novo coronavírus.

Vale notar que o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, negou que o ministério tenha protocolos de remédios contra Covid-19, afirmando que essa não é uma "missão do ministério". Contudo, desde maio de 2020, a pasta orienta o uso de cloroquina e azitromicina em casos leves da doença.

cdfCódigo-fonte por @breakzplatform

Segundo análises de diversos jornalistas e desenvolvedores no Twitter, sobre o TrateCovid, são encontrados trechos como: “As únicas funções e objetos visíveis, além de coisas como os cálculos de idade e IMC do paciente, existem para exibir a indicação e posologia das seguintes drogas: ivermectina, cloroquina, hidroxicloroquina, azitromicina, sulfato de zinco, doxiciclina, zinco e dexametasona” e “Eu acabei de colocar no aplicativo TrateCov que meu paciente é um recém-nascido de uma semana que tem dor de barriga e nariz escorrendo. O aplicativo recomendou cloroquina, ivermectina, azitromicina e tudo o mais”.

O TecMundo entrou em contato com o Ministério da Saúde na manhã desta quarta-feira (20) e ainda espera um posicionamento.

Como nota a Veja, membros da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI) e da Associação Médica Brasileira (AMB) “estão perplexos com a plataforma do Ministério da Saúde TrateCOV”. As instituições afirmam que “nenhuma medicação tem eficácia na prevenção ou no ‘tratamento precoce’ para a Covid-19” e que as “pesquisas clínicas com medicações antigas indicadas para outras doenças e novos medicamentos estão em pesquisa”. O documento ainda indica a autorização pela Anvisa das vacinas Coronavac e de Oxford e afirma que os dados sobre eles são “já suficientes para demonstrar eficácia e segurança”.

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