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Ciência

Sistema Solar teria 'ejetado' jovem planeta de gelo há muito tempo

Poder gravitacional de gigante desconhecido teria sido responsável por determinar as posições de Urano e Netuno vistas hoje em dia

schedule05/11/2020, às 16:00

Sistema Solar teria 'ejetado' jovem planeta de gelo há muito tempoFonte:  Reprodução 

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Cientistas do Instituto Carnegie, nos Estados Unidos, baseados em 6 mil simulações realizadas em computadores, sugerem que antigamente havia outro planeta no Sistema Solar orbitando nossa estrela entre Saturno e Urano. De acordo com eles, o corpo desconhecido pela humanidade teria sido ejetado durante seus estágios iniciais de desenvolvimento.

O Sol já teria sido cercado por um disco de gás e poeira, sendo que incontáveis explosões teriam dado origem à Terra e à sua vizinhança, apontam os pesquisadores. Depois disso, os objetos mais massivos iniciaram interações gravitacionais e criaram o arranjo atual. Foi justamente com o objetivo de entender como as coisas se pareciam antes disso que os responsáveis pelos estudos executaram tais modelos.

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"Hoje em dia, sabemos que existem milhares de sistemas planetários apenas em nossa galáxia, a Via Láctea, mas acontece que a disposição dos planetas em nosso próprio Sistema Solar é altamente incomum. Por isso, estamos usando modelos para fazer engenharia reversa e replicar seus processos formativos", explicou Matt Clement, autor principal de um artigo sobre as simulações publicado na revista Icarus.

"Isso é um pouco como tentar descobrir o que aconteceu em um acidente de carro depois do fato, ou seja, quão rápido os carros estavam indo, para quais direções e assim por diante", ele acrescentou.

Modelos determinaram posições dos planetas no início dos tempos.Modelos determinaram posições dos planetas no início dos tempos.

O que se pensava e o que pode realmente ter sido

Segundo detalhes fornecidos pelos pesquisadores, no início dos tempos pensava-se que Júpiter completava três vezes a órbita ao redor do Sol a cada duas de Saturno, mas tal configuração não explicaria de maneira satisfatória o movimento dos planetas gigantes observado agora. Logo, após aplicarem outras variáveis, chegaram aos resultados publicados: de que, na verdade, duas voltas de Júpiter para uma de Saturno fazem mais sentido. Entretanto, a parte mais curiosa da pesquisa estava por vir.

Uma região gelada nas bordas do Sistema Solar chamada Cintura de Kuiper, composta de planetas anões e planetoides, dos quais Plutão é o maior membro, foi responsável por moldar as posições de Urano e Netuno, mas o que se ignorava e foi exibido pelas simulações é que um gigante de gelo também teria exercido seu poder gravitacional, mas não ficou por aqui para contar a história.

"Isso indica que, embora nosso Sistema Solar seja um pouco estranho, nem sempre foi o caso", declarou Clement em encontro virtual da Divisão de Ciências Planetárias da American Astronomical Society. "Além do mais, agora que estabelecemos a eficácia desse modelo, podemos usá-lo para nos ajudar a olhar para a formação dos planetas terrestres, incluindo o nosso, e talvez informar nossa capacidade de procurar sistemas semelhantes em outros lugares que poderiam ter potencial para hospedar vida", finalizou o autor.