Elemento 115: de Moscou para o mundo ou via nave extraterrestre?

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Imagem: Alamy/JReis/Reprodução

Até o urânio (92 da tabela periódica) os elementos são naturais; depois, vêm os elementos criados pelo homem. As últimas adições, em 2016, foram nihônio (Nh), moscóvio (Mc), tennessino (Ts) e oganessono (Og). Se todos têm nomes peculiares, um esconde uma história bizarra: o moscóvio (dizem) é um elemento extraterrestre, e quem trabalha na Área 51 sabe disso.

A (chata) história oficial

O moscóvio foi descoberto em 2003 por um grupo de 12 pesquisadores chefiados pelo físico nuclear Yuri Oganessian. O novo elemento recebeu seu nome em homenagem à cidade de Moscou, onde está o Laboratório Flerov para Reações Nucleares, onde ocorreu a descoberta.

A equipe do físico nuclear Yuri Oganessian criou 11 elementos pesados.A equipe do físico nuclear Yuri Oganessian criou 11 elementos pesados.Fonte:  National Geographic/Max A. Hellweg/Reprodução 

Oganessian fez em laboratório os elementos de 114 a 118 da mesma maneira: bombardeando isótopos de cálcio em outros elementos, usando um acelerador de partículas.

Para fazer o elemento 115 em 2003, a equipe russa acelerou íons de cálcio -48 (48Ca) a cerca de 10% da velocidade da luz, para então usá-los para bombardear amerício-243 (243Am) com eles. No processo, os núcleos dos dois elementos se fundiram e se dividiram, dando origem a quatro átomos de moscóvio.

O que é obtido no acelerador de partículas é capturado em um disco de grafite em brasa; achar o moscóvio é como procurar uma agulha em um palheiro.O que é obtido no acelerador de partículas é capturado em um disco de grafite em brasa; achar o moscóvio é como procurar uma agulha em um palheiro.Fonte:  National Geographic/Max A. Hellweg/Reprodução 

Foram anos de pesquisa até que o moscóvio tivesse sua massa determinada (288). Até hoje, o moscóvio não tem um uso prático fora dos laboratórios.

A (bizarra) história alternativa

Dentro do universo de ufólogos, o elemento 115 há muito é conhecido graças a um físico americano, Robert Scott Lazar (ou simplesmente Bob Lazar), que revelou, em 1989, ter trabalhado nos dois anos anteriores em uma área chamada S-4, próximo à mítica, secreta e altamente controversa Área 51.

A Área 51, cujo nome oficial é Aeroporto Homey, código KXTA.A Área 51, cujo nome oficial é Aeroporto Homey, código KXTA.Fonte:  NASA Landsat/Reprodução 

Segundo ele, seu trabalho era estudar as naves alienígenas que haviam caído na Terra e, por meio de engenharia reversa, descobrir seu funcionamento. O elemento 115 seria o que faria essas espaçonaves voarem. “É impossível sintetizar um elemento tão pesado aqui na Terra.  A substância tem que vir de um lugar onde elementos superpesados poderiam ter sido produzidos naturalmente", disse à época.

Lazar afirmou que havia nove espaçonaves alienígenas em um hangar da Área 51, todas com tecnologia de propulsão antigravidade, usando moscóvio no sistema de navegação. (Como o governo americano não desmente nem concorda com quem diz que trabalhou na Área 51, as afirmações de Lazar nunca foram totalmente refutadas).

Um elemento oficialmente bizarro

Por email, a química Jacklyn Gates, cientista no Laboratório Nacional Lawrence Berkeley, disse ao site How Stuff Works que o moscóvio "é especial porque podemos manipulá-lo mais facilmente do que alguns elementos mais leves, como o 112 ou o 113. Normalmente, à medida que adicionamos mais prótons, fica mais difícil fazer um novo elemento. Com o moscóvio, fomos capazes de fazer mais de cem átomos do elemento 115", diz ela.

Se a ciência foi defendida por Gates, em socorro de Lazar vem o diretor do documentário Bob Lazar: Area 51 & Flying Saucers (disponível na Netflix), Jeremy Corbell:  "Quando Lazar veio a público em 1989, fez questão de explicar que uma versão do elemento 115 seria sintetizada em algum momento no futuro. O isótopo descoberto em 2003 não é o que Lazar descreveu; segundo ele, o 115 ao qual ele teve acesso era muito mais estável."


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