Descoberto fóssil que muda a história dos macacos nas Américas

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Há 32 milhões de anos, os animais dominavam as paisagens terrestres. Agora, uma nova descoberta arqueológica muda o que se sabe sobre os primeiros macacos no continente americano. Até pouco tempo atrás, acreditava-se que os macacos-barrigudos e os macacos-prego-de-cara-branca haviam sido os únicos primatas a cruzar o Atlântico em direção às Américas sobre pequenas porções de terra e vegetação. Uma novo achado, no Peru, acaba de incluir mais alguns aventureiros dos mares: os da extinta espécie Ucayalipithecus perdita.

Fósseis de 4 dentes foram encontrados às margens do rio Yurúa, perto da fronteira com o Brasil. Apesar de serem poucos registros, eles podem trazer muitas informações. Os dentes, por sua resistência, são os mais fáceis de durar por milhões de anos. Além disso, é a dentição dos mamíferos, em eterna mudança, que pode trazer informações sobre que tipo de animal está sendo analisado.

Curiosamente, os fósseis encontrados são bastante semelhantes aos macacos do extinto grupo parapithecids, que se acreditava ter vivido apenas na África. Encontrá-los na América do Sul mostra que eles também cruzaram o oceano e encontraram novas terras. Essa jornada foi puramente ao acaso e contou com a sorte, mas espalhou os animais pelo globo.

Análise dos dentes fossilizados em diferentes ângulosAnálise dos dentes fossilizados em diferentes ângulosFonte:  Erik Seiffert 

Vale lembrar também que, nesse período, conhecido como Eoceno Tardio, a África e a América do Sul eram mais próximas. Os dois continentes estavam distantes 1,5 mil a 2,1 mil quilômetros. Atualmente, ambos estão a 2,8 mil quilômetros um do outro. Ou seja, a jornada pelos mares era um pouco menos longa.

Os fósseis foram encontrados por cientistas liderados por Erik Seiffert, da Universidade do Sul da Califórnia. “Eu tenho que admitir que fiquei muito mais cético em relação ao rafting até ver um vídeo de mantas de vegetação flutuando pelo Canal do Panamá, com árvores na vertical e talvez até dando frutos”, explica Seiffert sobre a forma como os macacos teriam feito suas viagens.

Dificilmente, porém, os macacos tiveram a intenção de se jogar ao mar. O mais provável é que intensas tempestades tenha levado primatas costeiros até o alto mar, onde encontraram nessas jangadas improvisadas uma forma de se manterem vivos. Coube às correntes marítimas espalharem os diferentes macacos africanos para pontos distintos do continente americano – de Norte a Sul.

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