É seguro comprar peças de hardware usadas?

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Computadores são produtos versáteis, principalmente no que diz respeito à sua característica de personalização na parte de hardware. A possibilidade de montar um PC com recursos apropriados para necessidades específicas é algo fundamental para muitos consumidores.

Além da vantagem na hora da compra de uma máquina nova, as condições de upgrades e de trocas de itens defeituosos são aspectos que fazem os apaixonados por hardware insistirem nos PCs para muitas funções e renovarem suas máquinas com certa periodicidade.

Quem já tem o hábito de comprar hardware online sabe que é preciso tomar alguns cuidados, pois, assim como existe toda uma comunidade que visa sempre manter a manutenção de computadores viva e bem amigável, há sujeitos mal-intencionados que podem prejudicar a brincadeira.

É claro que os consumidores que sempre optam por peças novas em lojas confiáveis dificilmente terão problemas por conta de má-fé, porém aqueles que decidem optar pelo barato podem acabar pagando caro. Sim, o preço camarada, que em alguns casos pode chegar à metade do que é cobrado por um item novo, é um atrativo que deixa qualquer um tentado.

No entanto, quem tem o costume de — ou simplesmente está cogitando — comprar peças usadas precisa tomar alguns cuidados. A verdade é que, assim como acontece com qualquer produto usado, você deve tomar algumas precauções na hora da aquisição. Hoje, vamos falar um pouco dos perigos e dar alguns conselhos para você não chorar pelo hardware queimado.

Todo produto tem uma vida útil

Uma das grandes dificuldades nesse tipo de negócio é saber qual foi o real uso do produto, já que não existe uma forma de averiguar a utilização prévia do dispositivo. Sites de venda que costumam aceitar peças nessas condições possuem descrições dos componentes anunciados, mas é claro que um anúncio não necessariamente conta toda a verdade.

Qualquer item tem uma vida útil, tanto em termos de performance quanto de funcionamento. Às vezes, pode ser uma péssima ideia, por exemplo, investir na compra de um processador que já tem seis anos de uso, já que ele tem desempenho reduzido para as atuais tarefas e pode ter sido utilizado de forma excessiva nesse período.

Essa questão é mais complexa quando pensamos em itens que possuem partes mecânicas. Um HD ou uma placa de vídeo podem ter a vida útil reduzida ao longo dos anos, já que as peças exibem desgastes e podem apresentar defeitos de uma hora para outra. Em muitos casos, o vendedor pode ser até honesto, mas é difícil prever quanto tempo o produto ainda vai durar.

Vale ressaltar que há produtos que têm sua vida útil impactada pela forma de utilização. Uma pessoa que mantém sua máquina limpa, refrigerada, evita procedimentos de overclocking e leva uma rotina tranquila garante que seu hardware terá maior durabilidade. Exceto em casos em que você conhece o vendedor, há poucas chances de saber se o antigo proprietário cuidava dos dispositivos.

No caso da compra de uma placa-mãe usada, por exemplo, você corre o risco de pegar uma peça que tem algum capacitor com problemas de uso contínuo ou que já tem dissipadores pouco funcionais. Em determinadas ocasiões, uma manutenção pode resolver, mas é bastante complicado identificar logo de cara algum problema.

Faça testes e mais testes

Nem todo produto usado é uma verdadeira bomba, sendo que você pode dar a sorte de pegar uma peça pouco utilizada, que ainda vai durar quatro ou cinco anos. Além disso, existem vários componentes que não são tão suscetíveis a problemas tão corriqueiros, como é o caso de memórias ou itens exclusivamente eletrônicos, que não costumam estragar com facilidade.

Às vezes, o problema está por baixo do dissipador e não é identificável em testes

Assim, se após verificar atentamente um anúncio, você resolver fechar a compra, é importante tomar algumas precauções antes de levar o dispositivo para casa. Em geral, uma boa ideia é comprar peças de pessoas que moram na mesma cidade que você, pois isso pode facilitar muito na hora da negociação e até do recebimento do produto.

Se esse for o caso, você pode ter a oportunidade de realizar um teste presencial com o vendedor, o que pode dar uma garantia mínima, já que, em geral, peças usadas não contam com qualquer garantia — salvo casos em que o hardware tem menos de um ano e ainda vale a original da loja.

Quando falamos em testes, recomendamos que você faça uma verdadeira bateria de verificações. Caso seja uma placa de vídeo, é válido levar um pendrive com softwares de benchmark para testar toda a capacidade do produto. Vale executar o Furmark para conferir se a placa não desliga e usar o Afterburner para usar a ventoinha em 100% de sua capacidade.

Há situações em que um teste presencial não é possível, principalmente quando tratamos de negociações realizadas totalmente via internet. De qualquer forma, a recomendação dos testes continua válida, sendo importante você até documentar as etapas para caso encontre algum problema de funcionamento.

Contudo, é importante ter em mente que o funcionamento de um determinado componente não é garantia de que ele vai trabalhar normalmente por um longo tempo. Os testes são primordiais para uma verificação imediata, mas a vida útil vai depender de uma série de fatores, incluindo do cuidado que você tem com sua máquina e até da sorte — já que até um apagão pode queimar alguma peça.

Além de todas essas dicas, você deve ficar de olho para não acabar negociando com usuários de baixa reputação ou para não pegar uma peça falsificada. É possível economizar e obter os mesmos benefícios de peças novas ao comprar hardware usado, mas todo cuidado é pouco. Boa sorte e boas compras!

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