Indexaram parte da Deep Web e foi confirmado: quase tudo é ilegal por lá

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A internet é uma plataforma revolucionária e democrática: ao mesmo tempo que consegue aproximar pessoas de todo o mundo – através de fóruns, comunicadores e redes sociais –, também dá acesso livre a todo tipo de informação. No entanto, é claro que nem tudo são flores. Nas camadas mais obscuras da web, serviços escondidos podem oferecer todo tipo de material criminoso ou de temas duvidosos. Porém, quanto desses dados é realmente ilegal? De acordo com uma pesquisa, a resposta é: praticamente tudo.

Uma dupla de estudiosos do King’s College London, no Reino Unido, decidiu mergulhar a fundo na Deep Web para descobrir se casos como o da Silk Road – um grande mercado negro online de venda de drogas – eram exceções à regra ou apenas a ponta do iceberg nessa rede. Como esse local virtual não é nada parecido com a internet como a maioria do público conhece, foi preciso uma boa dose de engenharia para atravessar as barreiras desse sistema e garimpar o conteúdo encontrado pelo caminho.

Como cada nó nessa plataforma obscura guarda quase ou nenhuma informação de onde um pacote de dados vem e para onde ele vai, indexar o conteúdo escondido exigiu de Daniel Moore e Thomas Rid a criação de um script em Python que começaria sua viagem pelas principais ferramentas de busca Tor: Onion City e a Ahmia. Uma vez ativado, o bot lia todas as informações possível encontradas nas páginas e, caso encontrasse um link para algum serviço escondido, iria até ele para capturar mais conteúdo – continuando sua jornada a partir daí.

A triste realidade

Durante todo o processo, o material revelado era transmitido para servidores dos pesquisadores. Para facilitar a análise posterior do levantamento, o algoritmo desenvolvido pela dupla já despachava arquivos e textos em categorias pré-programas, como drogas, comunidades, pornografia e outros temas. Ao todo, 5.205 sites foram catalogados, com cerca de metade deles caindo em alguma das classificações propostas inicialmente – embora páginas com 50 palavras ou menos ou vazias tenham sido alocadas no segmento “Nenhum”.

Segundo Moore e Rid, o estudo mostrou que ao menos 57% do material analisado trazia coisas como venda de entorpecentes ou pornografia infantil. O resultado é bem preocupante se levarmos em conta a estimativa que haja cerca de 35 mil serviços escondidos hospedados na Deep Web atualmente. Ainda que o levantamento não ofereça uma solução para esse uso da rede, ele evidencia que a luta entre políticos e ativistas – com um lado lutando pelo fim da encriptação e outro pela liberdade total na rede – acaba dando espaço para todo tipo de abuso.

Como é? Quer saber mais sobre a estrutura da Deep Web e como ela funciona? Tudo bem, basta clicar neste link ou neste outro para conferir uma explicação completa da plataforma e ver um infográfico bastante detalhado do que é possível encontrar nas profundezas da internet.

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