Imagem de LEGO The Hobbit
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LEGO The Hobbit

Nota do Voxel
75

Hobbits, bloquinhos e uma boa dose de diversão na Terra Média

Não é preciso nos esforçar muito para perceber o tamanho do sucesso do brinquedo favorito de boa parte das crianças do mundo, o LEGO – tanto que não é de hoje que os famosos bloquinhos de montar marcam sua presença também nos video games, sob a tutela da TT Games. Vale lembrar que a marca chegou recentemente às telonas do cinema com seu próprio filme (cujo jogo analisamos aqui).

Seguindo a história de sucesso dos outros títulos para video games dos blocos de montar, LEGO The Hobbit chega aos consoles trazendo toda a experiência adquirida com as fórmulas de sucesso dos jogos anteriores e acrescentando uma série de novos recursos interessantes. Tudo isso com o respaldo dado pela parceria entre a desenvolvedora e a Warner Bros.

Mesmo envolvendo apenas o enredo dos dois primeiros filmes da trilogia cinematográfica de Peter Jackson, o jogo traz a Terra Média de J. R. R. Tolkien à vida em toda a sua gigante glória. O título apresenta as grandes dimensões do mundo e a história de uma maneira ao mesmo tempo fiel à série e cheia de momentos bem-humorados, capazes de agradar aos fãs e a quem não conhece “O Hobbit” ou os games LEGO.

Ainda assim, é fato que o que temos aqui é um título incompleto, que deve receber um DLC com a terceira parte após o lançamento do último longa, previsto para o final do ano. Dessa forma, será que a TT Games conseguiu fazer a jornada de Bilbo Bolseiro valer a pena logo de cara ou é melhor esperar o enredo se completar antes de pensar a respeito?

Lá e de volta outras vezes

Uma coisa que deve ser mencionada é que, embora ainda falte o conteúdo relativo à terceira parte da trilogia cinematográfica, LEGO The Hobbit não é um jogo curto. Mesmo seguindo diretamente de um ponto da história para outro e se concentrando somente nas missões principais, é fácil notar que o jogo possui muito conteúdo a ser explorado – com aproximadamente 5 horas jogando, nós aqui do BJ mal havíamos chegado à metade da história.

Dessa forma, é possível estimar que jogadores mais concentrados consigam terminar o enredo principal com cerca de 10 horas de jogo com o mínimo de exploração possível. O game , no entanto, não se resume a isso. O tamanho da Terra Média trazida pela desenvolvedora é impressionante, com uma enorme quantidade de sidequest e itens secretos para se encontrar.

Como se não bastasse isso, após concluir a história ainda é possível revisitar as missões com qualquer um dos diversos personagens que são desbloqueados enquanto você avança, usando suas habilidades únicas para alcançar novas áreas e obter itens exclusivos. Tudo isso contribui para tornar o título mais duradouro e incentivar os jogadores a revisitarem os belos cenários do jogo.

Bonito de ver

A representação do mundo criado por J. R. R. Tolkien, aliás, é um ponto bastante positivo de LEGO The Hobbit, com a utilização de gráficos bonitos que trazem ao jogo toda a imensidão e riqueza de detalhes que podemos ver nos filmes de Peter Jackson. As cores vivas e bem distribuídas contribuem ainda mais para a beleza dos cenários.

Ao mesmo tempo, o mundo inclui os clássicos bloquinhos de montar de forma similar à dos outros games, trazendo interação aos ambientes – nada como explorar um gigante de pedra, destruindo várias partes de seu corpo para avançar enquanto o ser colossal duela até a morte com outro de sua raça. A chuva de pecinhas para todos os lados é diversão pura.

No entanto, por mais belo que seja o visual do jogo, não podemos deixar passar batido o fato de que há uma redução considerável na taxa de quadros por segundo em alguns momentos em que muitos elementos aparecem na tela. Embora isso nos faça perder um pouco da imersão, no entanto, a queda de fps não chega a atrapalhar a jogabilidade.

Curtindo um som

Somando-se ao visual agradável, a trilha sonora sensacional ajuda mais ainda a trazer o clima dos filmes ao jogo. Desde as bucólicas melodias do Condado até as músicas mais agitadas nos momento de tensão, as canções são trabalhadas com maestria, tornando a experiência bastante familiar para os fãs dos longas e ampliando o sentimento de nostalgia

Os efeitos sonoros em geral também representam um ponto forte do título, misturando sons pesados, como as batidas de marretas de guerra contra inimigos e pedras, a outros mais sutis, como o barulho das pecinhas de LEGO rolando pelo chão. A mistura é feita de tal forma que você sequer a questiona – o que é perfeito para o jogo.

Coroando tudo isso, temos a dublagem dos personagens, que foi realizada pelos mesmos atores e dubladores dos filmes tanto no idioma inglês quanto no português, dando vida aos diálogos de qualidade e marcando mais ainda os personagens. Tudo isso, é claro, vem com o conhecido bom humor dos jogos LEGO, contribuindo para a diversão.

Esbanjando criatividade

Em LEGO The Hobbit, nós nos reencontramos com os mecanismos de combate e exploração que já se tornaram padrão nos jogos dos blocos de montar, mas as coisas se tornam mais interessantes por conta de uma série de recursos diferentes que foram trazidos dos games anteriores, especialmente do que foi baseado no filme dos brinquedos.

A evolução da série é demonstrada pela presença desses elementos, que incluem três tipos diferentes de montagem de itens para permitir o avanço em certas áreas do jogo. Além dos momentos em que basta segurar um botão para montar objetos na hora, o game traz também um sistema de criação de itens baseado na coleta de recursos e um tipo de mini game em que você deve escolher as peças que faltam para criar estruturas mais complexas.

Outra adição é a presença de alguns desafios de ritmo, nos quais você terá que apertar os botões corretos no momento apropriado para conseguir prosseguir com a história. Por fim, o jogo apresenta o sistema “Buddy up”, em que dois personagens podem se unir para realizar ataques mais poderosos. Isso tudo, no entanto, não impede que o jogo tenha alguns problemas.

Uni duni tê

A quantidade de personagens jogáveis presentes em LEGO The Hobbit chega a ser impressionante, mas isso não é necessariamente uma coisa boa. Cada um dos heróis controláveis possui um poder único que você deverá usar para avançar em momentos específicos, o que estimula os jogadores a usar um pouco cada um deles.

No entanto, muitos dos personagens possuem aparências similares, algo que, junto à sua grande quantidade, pode dificultar na hora de saber quem usar para prosseguir com a aventura. Embora o jogo indique como essa mecânica de habilidades funciona no começo da história, fica difícil se lembrar qual dos anões possui uma pá para escavar ou qual deles é capaz de atirar flechas – também não ajuda o fato de os rostos de LEGO serem parecidos.

A situação se complica mais ainda quando um amigo seu entra na brincadeira. Há muitos pontos do jogo em que você vai se deparar com a necessidade de usar uma habilidade específica de um dos personagens para prosseguir, o que é impossível caso ele esteja sendo controlado por outra pessoa – e explicar o que fazer pode não ser algo fácil.

Aprendizado difícil

Como a mecânica dos games LEGO não é das mais intuitivas para se aprender, muitas vezes é mais fácil jogar sozinho do que ensinar para alguém que não está habituado aos controles dos jogos. A falta de instruções pode ser algo realmente desafiador em certos momentos, forçando o jogador a vagar e tentar ações aleatórias até descobrir o que fazer – especialmente em algumas batalhas contra chefes, por exemplo.

Embora não haja do que reclamar com relação à câmera quando você está jogando sozinho, o mesmo não pode ser dito quando o sistema de divisão de telas entra em jogo para permitir a diversão cooperativa. Sempre que você for explorar o mundo aberto do jogo (fora das missões principais) com um amigo, será forçado a encarar a clássica tela meio a meio, o que pode causar confusão por conta da câmera livre.

Já dentro das missões, a câmera posicionada em locais fixos torna a divisão bem mais intuitiva, mostrando tudo em uma tela só quando ambos os jogadores estiverem juntos e separando-se em duas de forma dinâmica quando se distanciam. Vale ressaltar, no entanto, que esse momento em que as tela se separam pode causar deslocamento na mira de ataques em longa distância, o que cria certo incômodo.

Vale a pena?

A cada título novo, é possível ver com mais e mais clareza que a TT Games vem se esforçando para fazer os jogos LEGO evoluírem cada vez mais. Os recursos herdados dos títulos anteriores se somam às novidades e à fantasia do mundo de Tolkien para trazer um jogo que é divertido por si só, mesmo para quem nunca se atraiu pelos brinquedos, games, filmes ou livros.

Isso não significa que LEGO The Hobbit não vai agradar aos fãs dos jogos dos bloquinhos ou das histórias dos longas de Peter Jackson – muito pelo contrário. A desenvolvedora parece ter se esforçado para conseguir manter uma grande fidelidade às obras cinematográficas, sem deixar de lado toda a comédia que envolve os bonecos e seu mundo desmontável.

Ainda assim, o jogo tem falhas que, quando somadas, podem diminuir um pouco sua imersão e causar frustração aos menos experientes nos jogos LEGO, o que é um aspecto que não deve ser esquecido. Dessa forma, somando todos esses pontos ao visual belo e ao rico áudio, temos um game que pode até não ser o melhor de todos, mas que certamente garante uma boa dose de diversão para todos.

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Pontos Positivos
  • Visual digno da Terra Média
  • Grande quantidade de conteúdo
  • Músicas tratadas com maestria
  • Fidelidade aos filmes
  • Aprendeu com os jogos anteriores
  • Vozes em português feitas pelos dubladores dos longas
  • Diversão no melhor estilo LEGO
Pontos Negativos
  • A história só será concluída após o DLC do terceiro filme
  • Queda de quadros por segundo em alguns momentos
  • Divisão de câmera confusa nos trechos de mundo aberto
  • É difícil distinguir os personagens uns dos outros
  • Curva de aprendizado acentuada para quem nunca jogou um game LEGO