Imagem de Epic Mickey
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Epic Mickey

Nota do Voxel
85

A volta de Mickey Mouse ao panteão dos grandes heróis

Epic Mickey é uma jornada até os recôndidos mais escondidos da infância da maioria dos jogadores que hoje começam a perder cabelo — sim, existia entretenimento antes de Naruto e Ben 10. Em mais de 80 anos de existência, o emblemático rato protagonizou tantos desenhos animados e quadrinhos que você teria que ser um eremita completo para dizer que não é nem um pouco escolado na filosofia de “boa vizinhança” do ícone maior da Disney.

Img_normalSó que a ideia de Warren Spector não foi simplesmente resgatar o clima de escotismo das películas antigas. Tampouco envolve lançar o rato em um desbaratado jogo de ação do tipo que é facilmente esquecido. Epic Mickey faz jus ao seu nome: trata-se de um universo épico, com requintes que vão do detalhamento dos ambientes ao conteúdo emotivo de boa parte das cenas que ambientam o desolado “paraíso” ocupado pelos rejeitos da Disney.

De fato, Wastelande não é um lugar que se deixa sem impressões fortes. Cada canto empoeirado, cada brinquedo enferrujado e cada personagem secundário afundado no rancor de ter sido deixado de lado — até mesmo Horácio, outrora um coadjuvante respeitável, acabou por ter que arrumar um bico como detetive particular na agourenta Mean Land; tudo evoca certa mistura emocional embalada por uma trama ao mesmo tempo rica e acessível.

Mas fornecer uma cosmologia às avessas para um universo dos mais reconhecidos não é o único feito louvável da estreante Junction Point Studios. Epic Mickey ainda resgata a faceta heroica de um personagem que há um bom tempo andava apenas enfeitando lancheiras e servindo como emblema para o império de Walt Disney. A mensagem aqui é: sim, Mickey pode ser um ótimo herói, reforçando valores e uma conduta de vida pacífica e altruísta... Ou não.

Epic Mickey traz um dos cenários de jogo mais bem orquestrados da atual geração. A inóspita Wasteland é capaz de infundir um sentimento de abandono único ao fazer a pergunta: “E se as criações abandonadas durante anos de superproduções Disney tivessem vida própria?”. A empreitada da Junction Point Studios ainda faz um belo trabalho ao devolver Mickey para a sua faceta heroica original — mesmo não sendo moralmente correto o tempo todo.

A mecânica de jogo também deveria pesar na balança, não obstante os problemas de precisão dos controles do Wii. As implicações morais de se “pintar” ou “apagar” de vez os rejeitos encontrados no paraíso perdido de Oswald The Lucky Rabbit — este próprio um dos personagens mais estranhamente carismáticos do título — dá uma coloração perfeita à experiência, transformando a jogabilidade e a história de Epic Mickey em uma coisa só.

Sim, existem alguns problemas, e talvez nem todos os jogadores possam concordar com Warren Spector quando este afirma que “Epic Mickey é o jogo mais belo do Wii”. Entretanto, qualquer um cuja infância tenha sido preenchida com elementos do panteão da Disney deveria dar uma boa conferida na leitura tão pesarosa quanto original de Epic Mickey.

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