Imagem de Crysis Warhead
Imagem de Crysis Warhead

Crysis Warhead

Nota do Voxel
82

Crysis retorna de maneira muito mais intensa.

Ano passado, um jogo extraordinário chegava às prateleiras. Seus gráficos simplesmente superavam qualquer descrição visual vista até o momento, com montanhas e locais fotorrealistas e personagens modelados de maneira divina. Além disso, o FPS (First Person Shooter ou tiro em primeira pessoa em uma tradução livre para o português) fornecia algo incrível ao jogador, um protótipo de "vestimenta com nano musculatura", capaz de aumentar a força, velocidade, resistência a ferimentos de forma sobre-humana, e até mesmo tornar o personagem invisível.

Surgia então Crysis, um game em um patamar inigualável, julgado por muitos como o “jogo do futuro”. Esta denominação não foi por acaso, pois a configuração exigida para a execução adequada de Crysis era simplesmente absurda. Mesmo com todo seu “peso”, o jogo conquistou uma legião de fãs, que aguardavam ansiosamente por um novo game relacionado à série.

Neste ano recebemos a tão superestimada seqüência, desta vez com muito mais ação do que seu antecessor. Em Crysis o ritmo de jogo era mediano, pois o jogador, muitas vezes, tinha de calcular precisamente seus movimentos antes de partir para a briga. Em seu herdeiro, intitulado Crysis Warhead, a ação é extremamente intensa, fazendo com que o jogador não tenha tempo nem piscar.

Desenvolvido, novamente, pela Crytek, o novo título conta com uma série de novidades além de seu estilo de jogo e por um preço mais do que agradável. Considerado como uma “expansão que não é uma expansão”, Warhead sai pela bagatela de R$59,90 no Brasil e não necessita do jogo original para ser executado.
Por este mesmo preço, o jogador leva também Crysis Wars, um completo modo multiplayer com diversos mapas e novas modalidades de jogo. A espera pelos títulos, obviamente, foi grande, mas será que valeu a pena aguardar com tamanha ansiedade? Vamos por partes.

Psycho chega com muita ação em Warhead.


Um novo Crysis?

Primeiramente, não podemos deixar de enfatizar que, mesmo sendo um título à parte, Warhead deixou de lado vários elementos, alguns deles de grande importância, que cunhavam o primeiro título da série. O desafio e a natureza aberta da jogabilidade na maioria das missões foi substituída por uma campanha mais linear, similar ao aclamado Call of Duty 4. O resultado disto é um jogo híbrido: explosivo, repleto de ação em suas 6 horas de jogo sem inspiração e até tediosas, e com alguns poucos elementos alternativos que fogem da linearidade.

Prepare-se para lidar com um cara violento.Como muitos sabem desta vez você não irá encarnar Nomad — protagonista do primeiro Crysis —, mas sim o Sargento Michael Sykes, conhecido pelos seus amigos como “Psycho” em uma história que se passa paralelamente aos eventos do jogo estreante da franquia Crysis. Muitos jogadores devem se lembrar das breves citações sobre Sykes no primeiro jogo, mas diversas informações só são reveladas em Warhead.

O interessante do novo protagonista britânico é sua personalidade, a qual se distancia da de Nomad. Psycho é o típico camarada que é capaz de deixar sua missão de lado para salvar um companheiro, mas não pense que o cara é tão bonzinho assim. Ao contrário do primeiro protagonista, Sykes possui um caráter muito mais agressivo, e prefere encarar esquadrões inimigos frente a frente, utilizando seu robusto arsenal, a calcular cautelosamente seus ataques discretos.

As belezas de uma ilha paradisíaca

Pela história, você simplesmente recebe ordens do Comandante Emerson, as quais constituem basicamente na eliminação do misterioso Coronel Lee. O soldado norte-coreano possui um container com um conteúdo extremamente perigoso, e deve ser impedido pelo jogador.

Após os primeiros instantes do jogo, é bem provável que a história seja deixada de lado, pois a ação é tão intensa que a trama fica totalmente em segundo plano, mesmo com a ajuda de algumas breves CGs. Em jogo é possível notar claramente a intenção dos produtores em deixar o jogador entusiasmado com tiroteios e explosões. No decorrer de seu caminho, existem vários postos de gasolina e veículos clamando para serem explodidos, demarcados como intervalos para mostrar adoráveis explosões ao jogador.

Exploda tudo o que puder!

Mesmo sendo praticamente linear, é possível explorar os arredores da primeira ilha do jogo, por exemplo. Pode-se perambular entre as lindas florestas, navegar pelo oceano e até mesmo encontrar uma série de animais como tartarugas e caranguejos — algo bem interessante e até engraçado. Não há incentivo para explorar o local e nem sentido algum em realizá-lo, pois o objetivo final sempre se classifica como urgente. Mas não se preocupe com a missão, pois, sua equipe irá lhe esperar pacientemente para poder concluir os objetivos. 

Nem tudo que é bonito é bom

Exemplificando uma das falhas da história dentro do jogo, temos uma perseguição “incrível” entre Psycho e Lee pilotando “hovercrafts” em plena tundra alienígena. O visual é realmente impressionante, as texturas do gelo são impecáveis e a paisagem desvia a atenção do jogador. Contudo, tudo vai se congela a partir do momento em que o jogador decide simplesmente dar um tempo na perseguição. Lee simplesmente colabora com a atitude do jogador, e aguarda estaticamente até que o protagonista decida voltar para a ação.

Correr no gelo pode não ser muito divertido.Existem diversos casos como este, tanto no início quanto nos momentos finais do game, algo que contribui — absurdamente e de modo ridículo — a favor do jogador. Além disso, várias missões não necessitam do tão bem elaborado traje nano muscular, e muitas delas o tornam supérfluo.

Como se não bastasse, o jogo apresenta várias missões que terminam de forma brusca e alguns momentos em que a história é narrada somente por áudio, deixando de lado o atributo mais atraente do jogo, seus gráficos. Mesmo assim, o jogo ainda consegue se destacar por alguns aprimoramentos notáveis, como a adição de algumas novas armas, as quais podem ser equipadas simultaneamente, e uma granada que desabilita temporariamente o traje dos inimigos.

Soldados muito bem treinados

A inteligência artificial do novo título de Crysis também sofreu diversas mudanças positivas. Desta vez, os inimigos não se assemelham aos Kamikazes do primeiro título e contam com um comportamento semelhante a assassinos, mantendo discrição e se escondendo atrás de arbustos. Os soldados também contam com ataques coordenados, flanqueando o protagonista e realizando diversas ações organizadas em grupos.

As táticas utilizadas pelo oponente chegam a impressionar o jogador. Em um dos momentos de Crysis Warhead, estávamos escondidos atrás de uma pedra, e atacados por inimigos a nossa frente. Enquanto o tiroteio ocorria, um esquadrão inimigo cautelosamente avançava pela retaguarda, preparando para nos pegar de surpresa. Isso ocorre de forma extremamente natural, e certamente é um dos pontos positivos de Crysis Warhead.

Esta selva esconde muitos segredos, e também alguns soldados!

O clímax de Crysis também se mantém espetacular em Warhead. Muitas vezes, o jogador enfrenta criaturas gigantescas, que exigem muita habilidade e um total domínio no traje utilizado pelo protagonista. Infelizmente, não existe qualquer habilidade nova disponível no traje. A super velocidade, força, defesa e a invisibilidade continuam sendo as “únicas” vantagens do traje. A Crytek poderia ter adicionado alguns recursos a mais na roupa, mas provavelmente só veremos novos atributos em Crysis 2, a tão especulada seqüência verdadeira do jogo. 

Poderia ser melhor

Os gráficos de Warhead conseguem ser ainda melhor que seu antecessor, e o desempenho foi levemente aprimorado. Ambientes gigantescos, repletos de vegetação e com oceanos reluzindo nos olhos do jogador são apenas alguns dos locais encontrados em Warhead. Com certeza, vale à pena conferir a representação visual de Crysis Warhead, pois é a melhor já concebida no mundo dos games.

O mesmo não acontece com a trilha sonora do jogo, que, muitas vezes, se torna repetitiva e chata. Os ambientes são regados com faixas musicais de boa qualidade, mas em lutas contra chefes, por exemplo, a repetição irrita até os menos atentos a este atributo. Contudo, excetuando-se à música, Warhead oferece sons de primeiríssima qualidade, como pássaros cantando e diversos outros ruídos que compõem o universo de Crysis.

Divertir-se com seus amigos é a melhor opção.Há também um modo para vários jogadores, o qual está incluído junto com o jogo em um disco separado. Intitulado Crysis Wars, o modo oferece boas novidades, como a modalidade Team Instant Action que suporta até 32 jogadores. Além disso, novos mapas exigindo um uso abusivo de seu traje nano muscular e uma série de veículos diferentes também foram inclusos no pacote. Como um presente para os jogadores, uma só cópia de Warhead pode ser instalada e jogada em vários PCs quando interligados em LAN.

Em suma, Warhead não se qualifica com uma seqüência digna de Crysis, a não ser pelos seus gráficos à altura. Sua jogabilidade é simples, agradando a qualquer fã de títulos FPS que aguardam por um jogo intenso. Contudo, alguns atributos do primeiro título foram excluídos, e Warhead se mantém na mesma linha de uma série de jogos do gênero que existem por aí. Seu multiplayer, como sempre, aumenta a longevidade do título.

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