Imagem de Castle Crashers
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Castle Crashers

Nota do Voxel
95

Viciante, excelente, divertido, viciante... Já mencionamos excelente?


Quando alguém visita a Live Arcade para pegar um jogo, geralmente espera algo interessante o suficiente para dar uma descansada de títulos mais pesados – afinal de contas, uma hora cansamos de matar zumbis na pele de Chris Redfield. No entanto, se o que você procura é diversão passageira, vai ter uma surpresa e tanto com Castle Crashers.

A princípio, inocente
You are not prepared!

Ao abrir o jogo pela primeira vez, já percebemos algo de diferente na hora em que a música entra: bombástica, ela prepara o terreno para o que está por vir. A tela de apresentação, com um fundo representando uma batalha e alguns cavaleiros estilizados em destaque, é bem ao estilo da XBLA.

Como toda experiência nova, partimos para o modo de jogo local de forma a ter uma ideia do que temos em mãos. Existem três tipos de jogo disponíveis: coma o que puder, um mini game que parece ter sido designado para dar LER aos jogadores (e que é a único aspecto que não gostamos do game no que diz respeito aos modos de jogo) ; arena, onde você enfrenta outros jogadores – ou a CPU, se estiver jogando sozinho; e o modo história tradicional, chamado de Castle Crashers.

Este nome pode não significar muito no começo, mas ao decorrer das partidas você certamente irá entender o porquê do título. Tentamos a arena de início, em uma partida envolvendo dois membros de nossa equipe. No entanto, nossos personagens nível 1 não possuíam quase nenhuma habilidade, o que tornou a luta um tanto quanto monótona. Já começávamos a duvidar da reputação do game quando resolvemos partir para o modo principal de jogo.

Aqui a história é outra

Desta vez, no entanto, não estávamos preparados para a surpresa que tivemos. Os controles são bastante simples: o X é o ataque leve, Y ataque pesado, o A pula e o B utiliza itens e armas de longa distância; o gatilho esquerdo bloqueia e ao segurar o gatilho direito e pressionar o Y, você soltará uma magia – que varia de acordo com o personagem que está sendo utilizado.
Navio... com ninjas?!

Já na primeira fase, nossa equipe começou a rir incontrolavelmente. A bagunça dentro do castelo, com corpos por todo lugar, contrastava diretamente com a atitude neurótica de um rei alucinado que parecia ter contraído raiva de um cão. Após nos acalmarmos um pouco, começamos a progredir pelo cenário.

A primeira coisa que se nota é a qualidade da apresentação. Embora eu geralmente deixe para falar dos gráficos e da trilha sonora mais para o final de análises, desta vez isso não será possível. Saindo drasticamente do tema ouvido na tela de abertura, agora o som parece entrar no clima satírico da experiência e ajuda os jogadores a entrar no clima.

Os gráficos, em 2D, são extremamente bem desenhados e com detalhes extremamente gratificantes – como um cavaleiro lavando roupa antes de nos aproximarmos para enfrentá-lo. Outros são hilários, como uma coruja que está literalmente defecando ao passarmos por ela, de um jeito totalmente absurdo e espalhafatoso.

A aventura

O jogo a princípio parece ser um hack 'n’ slash em 2D, pois diversos inimigos aparecem e a tela trava, devendo o grupo de aventureiros – que pode variar de um a quatro componentes – derrotar todos eles antes de prosseguir. Utilizando uma variedade de combos que aumenta de acordo com a progressão do personagem, o objetivo parece ser, basicamente, massacrar tudo o que vem pela frente.

A ação é, no mínimo, caótica. Com um jogador na tela, a coisa é bastante normal. Com dois, já existe pancadaria para tudo quanto é lado. Com três e quatro, seria mais fácil para alguém do sul do Brasil distinguir a dança do Bumba-meu-boi numa rua cheia de foliões no meio do Carnaval. Sim, o jogo parece uma salada - no entanto, uma que é absurdamente divertida.
Wedding Crashers

As risadas do começo da experiência retornam constantemente, devido às inúmeras referências cômicas feitas através do título. Desde um chefe que, quando derrotado, mergulha em um poço de lava e desaparece à la Exterminador do Futuro 2, até um brutamontes que se exibe antes de ser massacrado por uma porta.

Isto, combinado com a ação ininterrupta e muito ágil, torna o título absurdamente divertido, especialmente quando se está jogando localmente com outras pessoas. Não é difícil passar uma fase inteira rindo igual a um maluco enquanto retalha os mais variados tipos de oponentes através de cenários que são dos mais diversos.

Isso é algo que foi muito bem pensado. O game se desenrola através de um mapa que representa o mundo de jogo, onde existem várias fases diferentes que o jogador pode acessar quantas vezes quiser – e quando quiser. Vários castelos se fazem presentes, com as situações mais inusitadas, justificando o nome do jogo.
Agora, plataforma!

A história é uma pérola por si só. Embora o diálogo seja quase inexistente, reservado a alguns NPCs específicos, os eventos apresentam uma trama completamente louca em que os personagens dos jogadores se envolvem nas mais diferentes situações. Um excelente exemplo é quando o grupo salva uma princesa das mãos de alguns bárbaros ensandecidos – e quando ela está em segurança, lutam entre si para ver quem vai ficar com ela!

Frequentemente você se surpreende com os acontecimentos, muitas vezes não acreditando no que está vendo. Entre chefes de cenário que deixam cair uma espécie de “cocô atômico” e mistos de gato com tubarão que cospem bolas de pelos, o maior desafio do game é ficar sério por mais de alguns minutos.

Os sistemas

Mas o jogo não é só loucura. Existem também aspectos de RPG e de ação que foram muito bem planejados, sendo bastante gratificantes e ao mesmo tempo acessíveis. Conforme você passa de nível, vai ganhando novas combinações de golpes para utilizar contra os diferentes tipos de adversários. E, ao contrário de muitos títulos, os golpes antigos não se tornam obsoletos – o ideal é saber quando usar qual movimento contra qual inimigo.

As magias são bastante variadas e podem servir como forma de tirar os inimigos de combate ou machucá-los – entre outras que temos certeza que existem com personagens desbloqueáveis. Todos os ataques são aprimorados de acordo com pontos de destreza gastos em atributos à escolha do jogador: força, que aprimora o dano; magia, que melhora os ataques mágicos e sua regeneração; defesa, que melhora as capacidades defensivas e a quantidade de pontos de vida; e agilidade, que melhora a velocidade e os ataques de longa distância.
Um lugar agradável... para um massacre!

Todos eles são extremamente úteis, e cabe ao jogador personalizar seu avatar da forma como achar melhor. Considerando que pode-se ter tantos personagens quanto quiser, não há porque não experimentar. O único cuidado a se ter é na hora de escolher o pequeno herói no multiplayer, pois não se pode ter dois iguais na mesma partida.

Diversos equipamentos são encontrados no decorrer das fases, sendo que você deve visitar o ferreiro para trocar de arma principal. Outros itens como bombas, poções e sanduíches são utilizados através do botão B. Existem também diversas lojas onde você pode reabastecer seu estoque.

A jogabilidade não é repetitiva, no entanto. Elementos de plataforma que se mesclam à matança generalizada, assim como alguns mini-games ativados por ações de inimigos – como quando você é congelado, deve rodar o analógico – ajudam a manter a experiência toda bastante variada e interessante.

Os pecados

O game é obviamente excelente e muito divertido, mas alguns aspectos deixam a desejar – especialmente para nós brasileiros. O mais gritante é o lag no modo multiplayer através da Live. Muitas vezes você erra inimigos – ou é atingido por eles – por causa do tempo de resposta aumentado devido à distância daqui até os Estados Unidos.

A falta de critério para criação das partidas online também é um problema, já que você pode ser colocado junto com um personagem 50 níveis acima, que insiste em colocar na fase da Arena e massacrar o seu pobre cavaleiro. Jogar com amigos elimina este problema, no entanto, o que o torna bastante secundário.

A confusão na tela é outra coisa que, enquanto hilária de início, pode ser um pouco cansativa mais para frente. Chuva, montes de papel picado e outras distrações preenchem toda a tela e fazem tudo parecer uma grande bagunça. Nada tão ruim que estrague a diversão, mas certamente podia ser um pouco menos acentuado.

Resumindo: brilhante

O ponto forte do game é a qualidade de todos os elementos que o compõem. Com a exceção dos pequenos deslizes descritos acima – que não tratam das partidas em si – cada parte foi minuciosamente produzida, resultando em um produto final excelente. O último game que causou tanta sensação aqui em nossa equipe – tanto do Baixaki Jogos quanto dos outros sites da empresa – foi Mercury Meltdown Revolution. Em ambos, todos os que passavam em frente à TV queriam jogar ou elogiar.


Enquanto franquias de peso como Metal Gear e God of War são obras-primas, elas agradam a uma parcela limitada do público de video games. Já Castle Crashers é um daqueles que tem potencial para divertir um segmento muito mais abrangente – e o faz de forma espetacular.
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