Imagem de Brothers in Arms D-Day
Imagem de Brothers in Arms D-Day

Brothers in Arms D-Day

Nota do Voxel
51

A jogabilidade e a falta de inteligência são um crime de guerra.

Games de guerra com perspectiva em primeira pessoa são comuns em qualquer plataforma, com exceção dos consoles portáteis. Tiroteios baseados em eventos da Segunda Guerra Mundial são enfatizados freqüentemente no mundo dos video-games, retratando, muitas vezes, conflitos de modo realista e convincente.

Alguns jogos logo se tornaram clássicos, como games da franquia Call of Duty, Battlefield e Medal of Honor. Muitos destes games optam por uma jogabilidade ágil, focada em combates rápidos e sem usufruir muita das técnicas utilizadas nas guerras em que são retratados. Entretanto, em 2005, a Gearbox Software inicia uma nova franquia no gênero: Brothers in Arms.

Brothers in Arms: Road to Hill 30 marca a estréia de uma nova série, com games lançados para PlayStation 2, PC e Xbox. O título é baseado na história real do 502º Regimento de Pára-quedistas, a famosa 101ª Divisão Aérea responsável por saltar atrás das linhas inimigas na invasão da Normandia (Dia D).

Com o enorme sucesso da série e o realismo visual presente no título, o canal de televisão History Channel realiza um especial sobre a Colina Número 30, local histórico presente no game, utilizando a mesma engine gráfica para recriar os cenários reais. Após o primeiro título, vários outros foram lançados, consolidando assim, mais uma franquia baseada em eventos de guerras.

Após alguns anos, a Gearbox Software decide arriscar e investir nos portáteis, até então quase que desprovidos de títulos de guerra em primeira pessoa, lançando Brothers in Arms: D-Day, para PlayStation Portable (PSP). Mas guerra é guerra, e nem sempre obtemos resultados desejados.
Brothers in Arms chega ao PSP.


O arriscado pouso no Dia D

Brothers in Arms: D-Day, assim como seus antecessores, apresenta-se durante a invasão da Normandia, retratando diversos acontecimentos dolorosos de dois soldados, Sargento Baker e Sargento Hartsock. O primeiro combatente estreou junto com o primeiro jogo da série, Brothers in Arms: Road to Hill 30. Já o Hartsock debutou na seqüência, Brothers in Arms: Earned in Blood.

Alguns personagens de outros games da série estão presentes em D-Day. O título para o portátil, além de utilizar alguns personagens presentes em seus antecessores, também usufrui de cenários inteiros das versões anteriores. É como se o jogo realizasse uma coleção com os melhores momentos dos games, ao invés de apresentar um game com eventos completamente inéditos. Mas alguns problemas fazem com que esta “coleção” sofra arduamente na guerra.

Por ser um portátil, devido às limitações da plataforma, usuários prezam somente por um game de tiro em primeira pessoa que seja eficiente, e não uma inovação no ramo. Mas nem isto parece ter sido possível com Brothers in Arms: D-day, já que o game deixa a desejar em termos de jogabilidade e na inteligência artificial. Mesmo com alguns elementos da versão para PC representados de maneira adequada, D-Day parece necessitar de algo mais para obter sucesso no console de bolso.

Controles engasgados

Logo de início já notamos que os comandos parecem “apertados” para a plataforma, pois a complexidade de títulos em FPS (First Person Shooter, algo como Tiro em Primeira Pessoa) normalmente exige comandos adaptados a dois direcionais para uma experiência no mínimo razoável.
Momentos difíceis.
Mas não é o caso do PSP. O console portátil conta apenas com um direcional analógico, o que dificulta, e muito, a movimentação adequada do personagem. O analógico é utilizado para andar e para virar o personagem para esquerda e para a direita. Quando o negócio fica mais embaixo é que a coisa complica. Para movimentar sua visão no sentido vertical é necessário segurar um botão e ativar o modo Free Look, permitindo então a exploração livre do ambiente.

O problema é que quando o modo Free Look é ativado, o jogador fica travado e não consegue se movimentar com facilidade. Então esqueça a possibilidade de correr pelos campos de batalha e metralhar seus oponentes, em Brothers in Arms: D-Day isso se torna quase uma utopia.

É difícil até mesmo visualizar inimigos que se encontram por perto, pois como a movimentação resume-se a apenas um direcional. O game oferece dois esquemas de controle ao jogador, mas nenhum deles é eficiente.

Ordens são ordens!

Para não deixar o jogador ainda mais perdido, o game oferece um recurso denominado Situational Awareness. Este, quando acionado, apresenta uma visão panorâmica do local em que o jogador se encontra, demonstrando a posição de alguns elementos chave. São exibidos o posicionamento da tropa em que o jogador encontra-se, a localização de alguns soldados inimigos e pontos objetivos, como pontes e outros locais que devem ser acessados para cumprir a missão.

O recurso até que ajuda, mas somente em algumas situações que exigem táticas coordenadas. Taticamente, Brothers in Arms: D-Day é bem posicionado, e classifica-se como é um dos pontos altos do game. Coordenar soldados pode até ser divertido, pois existe uma variedade de ordens diferentes capazes de serem aplicadas aos companheiros.
Trabalhar em equipe pode ser divertido.


É possível fazer com que soldados abram fogo contra o inimigo ou mantenham-se na retaguarda, de modo defensivo. Além disso, o jogo também fornece a opção de ataques mais violentos e brutais que, quando acionados, fazem com que o ordenado parta em um ataque quase suicida. Fora isso, ordenar o local em que o soldado deve permanecer também é possível.

Soldados desorientados

Se o motorista fosse esperto poderia estar vivo. Entretanto, a (falta de) inteligência artificial dos personagens, tanto de companheiros quanto de inimigos, atrapalha em alguns momentos cruciais do game. Por incrível que pareça, estamos falando de um game com uma baixa inteligência artificial e um alto nível de dificuldade. Devido a já mencionada jogabilidade, o player muitas vezes se perde no meio dos combates e os inimigos, mesmo desprovidos de inteligência, aproveitam-se da situação.

Soldados inimigos parecem suplicar por tiros em seus corpos e, de modo quase irônico, muitas vezes você não é capaz de atender ao pedido do adversário, ocasionando várias mortes seguidas ao jogador. Graças ao sistema de pontos de checagem (Checkpoints), o game permite que o usuário salve a partida e repita desde um ponto próximo ao local em que a missão fracassou.  

Alvos fáceis

Para evitar muitas mortes, Brothers in Arms: D-Day oferece outro recurso de grande ajuda. O indicador de repressão informa quando o inimigo encontra-se inibido, pronto para ser abatido, ou livre de coações. O sistema torna-se muito útil no game, pois, devido a pouca visibilidade de alguns ambientes, a figura circular que representa o índice acaba destacando-se e informando a posição dos soldados inimigos.
Assim fica fácil!


Mesmo assim o recurso tende-se a se tornar banal, pois muitas vezes o jogador passará por muitas missões do game usufruindo somente da visualização do enorme círculo presente acima da cabeça dos inimigos. As táticas acabam indo por água abaixo, junto com a experiência que se distancia das belas versões do game presentes no PC.

Feche os olhos e tape os ouvidos: Lá vem bomba!

A beleza em Brothers in Arms: D-Day existe, mas, assim como a maioria do game, é confusa. Existem momentos no game em que as paisagens apresentam-se com texturas bem detalhadas, e o ambiente parece utilizar quase toda a capacidade do portátil da Sony. Destaque para os soldados, que se demonstram com belas modelagens e texturas.

Ajoelhou tem que rezar! Entretanto, muitas vezes os gráficos são pobres e as texturas do ambiente apresentam vários bugs e outros problemas relacionados ao visual. Quando o jogador toma o controle de metralhadoras fixas, os bugs gráficos são gritantes e a experiência é deplorável.

Outro aspecto ruidoso é o som do jogo. Mesmo com uma ambientação sonora razoável, Brothers in Arms: D-Day possui vários exemplos que sacrificam nossos ouvidos. A baixa qualidade do áudio nas falas entre os soldados alemães é o que mais irrita, e o chiado presente nos diálogos é lamentável.

Os modos para multiplayer, mesmo aumentando o tempo de vida do jogo, ainda sofrem com alguns problemas, fazendo com que o jogador opte pelo curto Modo Carreira de um só jogador. Jogadores irão lutar contra os controles e contra a câmera da mesma maneira que conflitarão com os nazistas, fazendo com que Brothers in Arms: D-Day seja apenas mais um soldado no meio da guerra.
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